by paulo rafael - 2007
sexta-feira, 18 de maio de 2007
house fly
quinta-feira, 17 de maio de 2007
quarta-feira, 16 de maio de 2007
terça-feira, 15 de maio de 2007
a ilustre casa de ramires
gracinha, personagem da ilustre casa de ramires,
eça de queirós
irmã de gonçalo
é personagem quase sem voz
mas que protagoniza uma cena belíssima,
profundamente poética e melancólica
gracinha na juventude teve um namoro rápido
com o andré cavaleiro, mas que não se concretiza
em casamento, como sói acontecer na época
depois, ela casa com o josé barrolo, o barrolinho,
personagem simpático,
e casada sofre o assédio do galã de província
andré cavaleiro
não saberemos o que de fato aconteceu entre os dois
certo dia, gonçalo vai à casa de gracinha
e ao se aproximar do mirante,
construção no quintal da casa,
ouve os sussurros de gracinha e andré
entre “sim meu amor” e “não, não”
gonçalo foge
depois, o andré cavaleiro viaja
e afasta-se de gracinha
o mirante é demolido por barrolinho
e o divã que lá havia, velho,
é queimado em uma fogueira
essa é a cena a que me refiro
"Na outra primavera o Barrolo, agora escravizado pela paixão de obras, imaginou demolir o Mirante para construir outra estufa, mais vasta, com um repuxo entre palmeiras, que formaria um “jardim de inverno catita”.
Os trabalhadores começaram por esvaziar o Mirante da velha mobília que o guarnecia desde o tempo do tio Melchior; o imenso divã jazeu dois dias no jardim, encalhado contra uma sebe de buxo, e o Barrolo, impaciente com aquele desusado traste, de molas quebradas, nem o consentiu nas arrecadações do sótão, mandou que o queimassem com outras cadeiras partidas, numa fogueira de festa, na noite dos anos de Gracinha. E ela andou em torno da fogueira. O estofo puído flamejou, depois o mogno pesado mais lentamente, com um leve fumo, até que uma brasa ficou latejando, e a brasa escureceu em cinza."
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós
eça de queirós
irmã de gonçalo
é personagem quase sem voz
mas que protagoniza uma cena belíssima,
profundamente poética e melancólica
gracinha na juventude teve um namoro rápido
com o andré cavaleiro, mas que não se concretiza
em casamento, como sói acontecer na época
depois, ela casa com o josé barrolo, o barrolinho,
personagem simpático,
e casada sofre o assédio do galã de província
andré cavaleiro
não saberemos o que de fato aconteceu entre os dois
certo dia, gonçalo vai à casa de gracinha
e ao se aproximar do mirante,
construção no quintal da casa,
ouve os sussurros de gracinha e andré
entre “sim meu amor” e “não, não”
gonçalo foge
depois, o andré cavaleiro viaja
e afasta-se de gracinha
o mirante é demolido por barrolinho
e o divã que lá havia, velho,
é queimado em uma fogueira
essa é a cena a que me refiro
"Na outra primavera o Barrolo, agora escravizado pela paixão de obras, imaginou demolir o Mirante para construir outra estufa, mais vasta, com um repuxo entre palmeiras, que formaria um “jardim de inverno catita”.
Os trabalhadores começaram por esvaziar o Mirante da velha mobília que o guarnecia desde o tempo do tio Melchior; o imenso divã jazeu dois dias no jardim, encalhado contra uma sebe de buxo, e o Barrolo, impaciente com aquele desusado traste, de molas quebradas, nem o consentiu nas arrecadações do sótão, mandou que o queimassem com outras cadeiras partidas, numa fogueira de festa, na noite dos anos de Gracinha. E ela andou em torno da fogueira. O estofo puído flamejou, depois o mogno pesado mais lentamente, com um leve fumo, até que uma brasa ficou latejando, e a brasa escureceu em cinza."
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós
segunda-feira, 14 de maio de 2007
sem voz
a forma como eça trata maria eduarda
após a descoberta do incesto
faz com que ela se reúna a capitu, em mim
ambas não tem voz
de ambas nada saberemos
partem e fico a pensar nelas sem ter
nunca uma resposta
ao menos alguma palavra
após a descoberta do incesto
faz com que ela se reúna a capitu, em mim
ambas não tem voz
de ambas nada saberemos
partem e fico a pensar nelas sem ter
nunca uma resposta
ao menos alguma palavra
eça ainda
em eça de queirós, o autor é onisciente
eça diz o que sente, o que pensa um personagem
não sou um especialista em eça, em nada
há algo em eça que às vezes me irrita às vezes me intriga
parece que no melhor da história
eça deixa de nos contar o que pensa, o que sente
o personagem no centro dos acontecimentos
eça desvia a história, mostra a história
a partir de terceiro personagem
assim quando carlos eduardo e maria eduarda
descobrem-se irmãos, a história passa a ser vista
através de joão da ega
assim quando gonçalo parte para a áfrica
dele só saberemos a partir dos outros
que nos contam dele
ele com o qual compartilhamos
todos os pensamentos durante o livro quase todo
eça diz o que sente, o que pensa um personagem
não sou um especialista em eça, em nada
há algo em eça que às vezes me irrita às vezes me intriga
parece que no melhor da história
eça deixa de nos contar o que pensa, o que sente
o personagem no centro dos acontecimentos
eça desvia a história, mostra a história
a partir de terceiro personagem
assim quando carlos eduardo e maria eduarda
descobrem-se irmãos, a história passa a ser vista
através de joão da ega
assim quando gonçalo parte para a áfrica
dele só saberemos a partir dos outros
que nos contam dele
ele com o qual compartilhamos
todos os pensamentos durante o livro quase todo
frente fria
debaixo de chuva fina vento forte volto
da caminhada
a moça se aproxima corre e chama
“gostoso” “gostoso”
só percebo quando está muito próxima
bonita, sorri, dentes brancos, peitos grandes
blusa verde
me pede um real pra comprar um negócio
não tenho, saí pra caminhar na chuva, frente fria
praça deserta, coreto, o rio largo, correnteza forte
nos separamos, ela ainda pergunta “quer furar”
não obrigado
da caminhada
a moça se aproxima corre e chama
“gostoso” “gostoso”
só percebo quando está muito próxima
bonita, sorri, dentes brancos, peitos grandes
blusa verde
me pede um real pra comprar um negócio
não tenho, saí pra caminhar na chuva, frente fria
praça deserta, coreto, o rio largo, correnteza forte
nos separamos, ela ainda pergunta “quer furar”
não obrigado
sexta-feira, 11 de maio de 2007
a ilustre casa de ramires - primeiro parágrafo
Desde as quatro horas da tarde, no calor e silêncio do domingo de junho, o Fidalgo da Torre, em chinelos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita cor-de-rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que naquela sua velha aldeia de Santa Irenéia, e na vila vizinha, a asseada e vistosa Vila-Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo "Fidalgo da Torre") trabalhava numa novela histórica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro número dos Anais de Literatura e de História, revista nova, fundada por José Lúcio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenáculo Patriótico, em casa das Severinas.
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós - 1900
-----------------------------------------
nota:
quinzena: casaco masculino curto e largo
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós - 1900
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nota:
quinzena: casaco masculino curto e largo
quarta-feira, 9 de maio de 2007
almoçozinho
duas fatias de manga rosa
três rodelas de tomate
quatro pedacinhos de nhoque
dois pedacinhos de charque
junto com três pedacinhos de jerimum
abóbra
duas fatias de peru recheado
com algo drento
uma colher de arroz
uma colher de feijão preto
sobremesa:
duas fatias generosas de pudim de leite
três rodelas de tomate
quatro pedacinhos de nhoque
dois pedacinhos de charque
junto com três pedacinhos de jerimum
abóbra
duas fatias de peru recheado
com algo drento
uma colher de arroz
uma colher de feijão preto
sobremesa:
duas fatias generosas de pudim de leite
a ilustre casa de ramires
acabei de ler “a ilustre casa de ramires”
de eça de queiroz.
é um livro irregular, porém divertido.
os longos trechos em que o personagem
principal, gonçalo, descreve as aventuras
vividas por seus antepassados são chatésimos,
embora funcionem como contraponto entre
os antigos ramires e o atual, gonçalo.
a parte divertida é a ironia de eça,
característica constante em suas obras.
há trechos emocionantes e poéticos como
a queima do divã que ficava no mirante
da casa de gracinha.
o surpreendente, para mim, é que o livro (me)
induzia a pensar que o gonçalo fracassaria em tudo
ao final do livro, um loser, mas não é o que acontece.
vale a pena ler, pulando as partes sobre os
antigos ramires.
a ilustre casa de ramires
eça de queiroz
de eça de queiroz.
é um livro irregular, porém divertido.
os longos trechos em que o personagem
principal, gonçalo, descreve as aventuras
vividas por seus antepassados são chatésimos,
embora funcionem como contraponto entre
os antigos ramires e o atual, gonçalo.
a parte divertida é a ironia de eça,
característica constante em suas obras.
há trechos emocionantes e poéticos como
a queima do divã que ficava no mirante
da casa de gracinha.
o surpreendente, para mim, é que o livro (me)
induzia a pensar que o gonçalo fracassaria em tudo
ao final do livro, um loser, mas não é o que acontece.
vale a pena ler, pulando as partes sobre os
antigos ramires.
a ilustre casa de ramires
eça de queiroz
terça-feira, 8 de maio de 2007
mais vísceras

no momento, estou ocupado fazendo uma colagem
mixed media misturada com tinta acrílica,
alguns desenhos sobre papel com lápis, caneta bic,
his-drocor, marca-texto, o que for aparecendo
aqui na minha mesa, corretivo também,
e vez em quando esses desenhos abestados
no paint sobre figurinhas que encontro pelaí.
lendo eça de queiroz, a ilustre casa de ramires,
bastante divertido.
ouvindo rubber soul, the beatles.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
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