segunda-feira, 31 de maio de 2021

Livros lidos em maio 2021

Total de livros lidos no ano: 53 livros. 

Lidos em MAIO 2021 

1 – Ninfeias negras, Michel Bussi, 346 páginas, tradução de Fenanda Abreu

2 – A noiva jovem, Alessandro Baricco, 177 páginas, tradução de Joana Angélica d'Ávila Melo

3 – O Homem Ilustrado, Ray Bradbury, 320 páginas, tradução de Eric Novello

4 – Morte e vida severina e outros poemas, João Cabral de Melo Neto, 143 páginas

5 – Felicidade clandestina, Clarice Lispector, 160 páginas

6 – A mão esquerda da escuridão, Ursula K. Le Guin, 304 páginas, tradução de Susana Alexandria

7 – Antígona, Sófocles, 90 páginas, tradução de Mário da Gama Kury

8 – O diário de um mago, Paulo Coelho, 246 páginas

9 – Apocalipse, 26 páginas


Lidos em ABRIL 2021 

1 – Édipo Rei, Sófocles, 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury

2 – O diabo no corpo, Raymond Radiguet, 136 páginas, tradução de Paulo César de Souza

3 – Novembro de 63, Stephen King, 727 páginas, tradução de Beatriz Medina

4 – Utopia, Thoma More, 216 páginas, tradução de Denise Bottmann

5 – Livro de Rute, 5 páginas, na tradução da Bíblia de Jerusalém

6 – A paciente silenciosa, Alex Michaelides, 349 páginas, tradução de Clóvis Marques

7 – Édipo em Colono, Sófocles, 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury

8 – Shakespeare, Claude Mourthé, 240 páginas, tradução de Paulo Neves

 

Lidos em MARÇO 2021 

1 – O caderno rosa de Lori Lamby, Hilda Hilst, 86 páginas

2 – Doze contos peregrinos, Gabriel García Márquez, 256 páginas, tradução de Eric Nepomuceno

3 – O sol é para todos, Harper Lee, 349 páginas, tradução de Beatriz Horta

4 – O tempo desconjuntado, Philip K. Dick, 267 páginas, tradução de Braulio Tavares

5 – Livro de Josué, 33 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

6 – Livro de Judite, 18 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

7 – Matadouro-Cinco, Kurt Vonnegut, 228 páginas, tradução de Daniel Pellizzari

8 – Estamos todos completamente transtornados, Karen Joy Fowler, 331 páginas, tradução de Geni Hirata

9 – Antônio e Cleópatra, William Shakespeare, 174 páginas, tradução de Beatriz Viégas-Faria

10 – Juízes, 36 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

11 – O fim da eternidade, Isaac Asimov, 256 páginas, tradução de Susana Alexandria

12 – Livro de Ester, 15 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

13 – A escrava Isaura, Bernardo Guimarães, 176 páginas

 

Lidos em FEVEREIRO 2021 

1 – Medeia, Eurípides, 98 páginas, tradução Mário da Gama Kury

2 – O conto da aia, Margaret Atwood, 368 páginas, tradução Ana Deiró

3 – A tempestade, William Shakespeare, 116 páginas, tradução Beatriz Viégas-Faria

4 – O Senhor das Moscas, William Golding, 217 páginas, tradução Geraldo Galvão Ferraz

5 – A outra volta do parafuso, Henry James, 199páginas, tradução Paulo Henriques Britto

6 – A fazenda dos animais, George Orwell, 133 páginas, tradução de Paulo Henriques Britto

7 – Vida querida, Alice Munro, 316 páginas, tradução de Caetano Galindo

8 – Pequeno-burgueses, Maksim Górki, 190 páginas, tradução de Lucas Simone

9 – Kindred, Octavia E. Butler, 424 páginas, tradução de Carolina Caires Coelho

10 – Noite na taverna, Álvares de Azevedo, 73 páginas

11 – Piquenique na estrada, Arkádi Strugátski e Boris Strugátski, 320 páginas, tradução de Tatiana Larkina

 

Lidos em JANEIRO 2021 

1. Mrs. Dalloway, Virginia Woolf, 228 páginas, tradução de Claudio Alves Marcondes

2. 1Q84, volume 3, Haruki Murakami,469 páginas, tradução de Lica Hashimoto

3. Macbeth, William Shakespeare, 133 páginas, tradução de Bárbara Heliodora

4. Mundo Fantasmo, Braulio Tavares, 125 páginas

5. O amante, Marguerite Duras, 128 páginas, tradução de Denise Bottmann

6. Deuteronômio, 48 páginas

7. Drácula, Bram Stoker, 638 páginas, tradução de José Francisco Botelho

8. A espinha dorsal da memória, Braulio Tavares, 223 páginas

9. Le Horla, Guy de Maupassant, 35 páginas

10. Bartleby, o escriturário, Herman Melville, 95 páginas, tradução de Luís de Lima

11. O colecionador, John Fowles, 343 páginas, tradução de Antônio Tibau

12. Lady Macbeth do distrito de Mtzensk, Nikolai Leskov, 95 páginas, tradução de Paulo Bezerra

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Felicidade clandestina, Clarice Lispector, 1971

Felicidade clandestina, Clarice Lispector, 1971, 160 páginas, Rocco. Início: 18/05/2021 – Fim: 19/05/2021. Nota 2 (Regular).


Livro bem rápido de ler, contos curtos, uns poucos memoráveis, alguns bem fracos. O livro dá a impressão de ter sido alinhavado entre textos esquecidos nas gavetas – apesar dos dois ou três contos mais marcantes, que fazem valer a pena a leitura do livro.

Resumo dos contos.

Felicidade clandestina. Uma menina no Recife anseia pelo livro “Reinações de Narizinho” que uma amiguinha prometeu emprestar. Ótimo conto, o amor aos livros, a ansiedade por ter em mãos um livro desejado; é bom ouvir sobre Monteiro Lobato sem esse olhar torto atual. 

Restos do carnaval. Uma menina no Recife anseia pelos três dias de carnaval, embora para ela o carnaval é olhar o carnaval da porta do sobrado onde mora. Até que um certo domingo de carnaval, ela consegue uma fantasia de papel crepom. Muito bom. 

Come, meu filho. Criança tenta enrolar a mãe para não comer. 

Perdoando Deus. Mulher em Copacabana passa por uma epifania que é cortada abruptamente. 

Com anos de perdão. Menina que rouba rosas e pitangas. 

Uma esperança. O inseto verde que entra na sala da casa da narradora. 

A criada. Observação de uma jovem empregada doméstica ensimesmada. 

Menino a bico de pena. Um bebê, sua completa dependência da mãe, suas tentativas de comunicação. Muito bom. 

Uma história de tanto amor. Uma menina que amava muito suas galinhas. 

As águas do mundo. As sensações de uma mulher ao entrar no mar, isolada, mal nasce o dia. 

Encarnações involuntárias. Uma mulher que exerce o mimetismo compulsoriamente. 

Duas histórias a meu modo. Fraco exercício de escrita no qual a autora reconta uma história de outro autor. 

O primeiro beijo. Garoto conta à primeira namorada como foi seu primeiro beijo, sutil descoberta da masculinidade.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

O Homem Ilustrado, Ray Bradbury, 1955

O Homem Ilustrado, Ray Bradbury, 1955, 320 páginas, tradução de Eric Novello, Biblioteca Azul. Nota 2 (Regular).



Bradbury juntou vários contos que já publicara e alinhavou com o personagem do Homem Ilustrado, um cara com o corpo cheio de figuras “mágicas”, onde cada figura mostra uma história ao observador. As histórias todas encontram-se no campo da ficção científica. 

Livro fácil e rápido de ler, embora irregular, e na maior parte com contos curtos. Há poucos contos realmente bons. 

O que mais me incomoda nesses contos de Bradbury é a constância de mulheres subalternas, donas de casa e mães, enquanto os maridos estão na vida. Também a insistência em peles brancas, olhos e cabelos claros nas descrições. E, apesar de serem contos “espaciais”, a Terra não é a Terra e sim apenas os Estados Unidos. Só os Estados Unidos importam. Há uma evidente militarização do espaço, não há cientistas, apenas capitães e tenentes e armas. Em qualquer planeta desconhecido, os machos soldados estadunidenses descem de armas em punho. E todos fumam, claro. 

Sob o aspecto da ciência, Bradbury ignora as impossibilidades de vida humana em planetas inóspitos: seus personagens circulam por Marte e Vênus como se estivessem em uma Greenville estadunidense. Ademais, é tudo perto, Marte é um pulo e habitado por marcianos muito semelhantes aos terráqueos. 

Muitos contos, é evidente, são metáforas de problemas terrestres, mas isso não os torna melhores. Bradbury diz que “o Homem Ilustrado esconde metáforas prestes a explodir.” 

Breve resumo. 

Prólogo. Um caminhante encontra-se com o Homem Ilustrado; as figuras foram tatuadas em seu corpo por uma mulher que, diz o Homem, deve ter vindo do futuro. 

A savana. Bradbury: “E se você pudesse criar um mundo dentro de uma sala, que quarenta anos depois seria chamado de primeira realidade virtual, e colocasse uma família nessa sala, cujas paredes poderiam afetar suas mentes e induzir a pesadelos?” É um dos bons contos do livro: uma sala de realidade virtual para as crianças da casa. Crianças mal-educadas que se revelam cruéis. 

Caleidoscópio. Um foguete é atingido por meteoritos e explode; os ocupantes são arremessados ao espaço em movimento de expansão. Parece que inspirou aquele filme “Gravidade”. 

O jogo virou. Negros (dos Estados Unidos) fugiram da Terra (leia-se Estados Unidos) para morar em Marte e agora está chegando o primeiro foguete da Terra com o primeiro branco em décadas. 

A estrada. Notícias esparsas de uma distante guerra atômica chegam a um lugarzinho esquecido do mundo. 

A longa chuva. Uma chuva constante e enlouquecedora afeta os tripulantes de uma nave que caiu em Vênus. 

O homem do foguete. Um homem viciado no espaço. Ele tenta permanecer na Terra mas não consegue, não importam para ele o filho e a esposa. 

A última noite do mundo. Todas as pessoas sonharam o mesmo sonho: o mundo vai acabar naquela noite. 

Os exilados. A ciência expulsou a magia, a fantasia, os livros foram queimados. Poe, Shakespeare, Dickens estão todos em Marte. 

Nenhuma noite ou manhã específica. Em uma nave distante da Terra, o niilismo absoluto: não é possível provar que algo existe. 

A raposa e a floresta. Casal de 2155 viaja no tempo para passar férias em 1938, tentam permanecer no passado, mas é obrigatório voltar para casa. 

O visitante. Marte é o leprosário da Terra e para lá são enviados aqueles atacados por uma peste, uma espécie de Morte Rubra. 

O misturador de concreto. Marte invade a Terra. Metáfora esnobe sobre a alta cultura subjugada e derrotada pela cultura popular estadunidense. 

Marionetes, S.A. Marido compra uma cópia mecânica perfeita de si mesmo para ter algum tempo livre enquanto a cópia fica com a esposa dele. Parece que inspirou aquele filme “O sexto dia”. 

A cidade. Faz pensar em H. P. Lovecraft. Uma cidade mecânica e inteligente que espera há milênios para se vingar dos terráqueos. 

Hora zero. Por meio das crianças, seres incorpóreos promovem a invasão e o extermínio dos humanos. 

O foguete. Imaginação e fantasia: um pai constrói um foguete de ferro-velho e leva os filhos para férias espaciais. 

O Homem Ilustrado. Conta como o Homem Ilustrado conseguiu suas figuras e as consequências advindas. 

Epílogo. O caminhante foge do Homem Ilustrado.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Édipo Rei, Sófocles

Édipo Rei, Sófocles, século V a.C., 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury, Zahar. Lido entre 01/04/2021 e 04/04/2021. Nota 3 (Bom).



A peça é famosa; quase todos conhecem o enredo do rapaz que mata o pai e casa com a mãe, sem saber que é filho de ambos. Oráculos profetizaram que o menino faria isso. Os mortais tentam evitar que a profecia se cumpra. Não conseguem. A peça mostra que os mortais não podem fugir ao destino que lhes foi traçado pelos deuses. 

A peça começa quando Tebas enfrenta uma época de peste e acontecimentos nefastos. Durante a peça, gradativamente, o leitor será informado pelos personagens acerca dos acontecimentos prévios. 

Laio e Jocasta, rei e rainha de Tebas, receberam a profecia de que o filho de ambos mataria o pai e casaria com a mãe. Para evitar isso, Laio manda jogar a criança de um precipício. O servo não executa a ordem e entrega a criança a um pastor de Corinto. Este entrega a criança ao rei e rainha de Corinto que a adotam como filho. O jovem Édipo vai ao oráculo e recebe a mesma profecia. Por isso, evita voltar a Corinto para não matar o “pai”. Em uma estrada, briga com um homem e o mata: era Laio, pai dele. Em seguida, Édipo decifra o enigma da esfinge, ser que atormentava a vida dos habitantes de Tebas. Ao chegar à cidade e contar da destruição da esfinge, entregam-lhe o trono da cidade e o casamento com a rainha Jocasta, que ele não sabia ser sua mãe. Édipo tem quatro filhos com Jocasta. A peça começa neste ponto. 

O rei Édipo vai às portas de Tebas ouvir os suplicantes que portam ramos. Sempre os ramos, ramos de Baco, de Judite, de Jesus, procissão de ramos. Tebas está totalmente transtornada. Há uma peste, os campos e as mulheres, estéreis. Creonte, cunhado de Édipo, consultou o oráculo de Delfos e está de volta. O oráculo disse que o assassino de Laio, antigo rei de Tebas, está na cidade. É necessária vingança. Édipo garante que vai encontrar o assassino. 

O profeta Tirésias não quer revelar quem é o assassino de Laio. Édipo insiste. Tirésias declara: tu és um maldito aqui, tu és o assassino que procuras, tuas relações torpes e sacrílegas são a causa da peste. Édipo acha que isso é uma armação de Tirésias com Creonte, irmão de Jocasta: Creonte tramou a minha queda. Jocasta intercede por Creonte. Jocasta afirma que os oráculos se enganam. Jocasta conta que Laio traspassou os tornozelos do filho e mandou jogá-lo do precipício por causa dos oráculos. Jocasta: Laio tinha traços teus. 

Édipo compreende quem é: lancei maldições contra mim mesmo. Édipo percebe que matou Laio, mas ainda não compreendeu tudo. Jocasta diz que não acredita mais em presságios. O coro reclama da descrença, como se os oráculos não valessem nada, pois perde-se a reverência aos deuses. Jocasta: os oráculos erraram porque o pai de Édipo, Pôlibo morreu de causas naturais. Édipo, em dúvida, concorda. E sobre a mãe de Édipo, ela diz: muitos mortais em sonhos já subiram ao leito materno. 

O mensageiro de Corinto diz que Édipo não é filho de Pôlibo e conta a história da criança. Jocasta: não penses nisto. Ela foge para o palácio, já compreendeu a terrível situação, Édipo ainda não. O coro ainda não viu a verdade e tem um momento de júbilo, o júbilo antes da catástrofe. O servo encarregado de matar a criança confessa que não o fez. 

Édipo compreende a extensão do drama. Jocasta se suicida, enforca-se. Édipo fura os olhos com os broches de ouro dela. Édipo não se matou, declara, porque não suportaria ver o pai e a mãe no outro mundo. Édipo pede a Creonte que zele por suas filhas. Pede para ser exilado, mas Creonte não permite, quer consultar os deuses sobre o que fazer. Édipo: os deuses me odeiam.

Édipo em Colono, Sófocles

Édipo em Colono, Sófocles, século V a.C., 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury, Zahar. Lido entre 17/04/2021 e 20/04/2021. Nota 3 (Bom).

Édipo em Colono – Jean Harriet Fulchran – 1798

Guiado por Antígona, Édipo, envelhecido e cego, chega a Colono, pequena localidade situada a três quilômetros da Acrópole (hoje, Colono é um bairro de Atenas, completamente urbano). Ele faz uma pausa em um bosque sagrado dedicado às Erínias. 

Depois de alguns anos em Tebas, Édipo foi expulso da cidade por seu filho mais velho, Polinices, rei da cidade. Desde então, Édipo vaga como um mendigo, com a ajuda da filha Antígona. 

Etéocles, o irmão mais novo de Polinices, com apoio da população, assume o governo de Tebas. Polinices foge, procura aliados e forma um exército para atacar Tebas. No ínterim, oráculos profetizam que o lugar onde Édipo morrer será favorecido pelos deuses. Éteocles, então, manda o tio Creonte e soldados buscarem Édipo onde ele estiver, à força, se necessário, e trazê-lo para morrer nas imediações de Tebas – a cidade continua proibida para Édipo. 

Toda esta trama se desenrola nas margens da peça e dela nós saberemos aos poucos, pela chegada dos personagens que vêm de Tebas. 

Inicialmente, chega Ismene, a outra filha de Édipo, para avisar que Creonte está vindo para buscá-lo. Creonte chega, captura as duas filhas e tenta levar Édipo. Todavia, Teseu, rei de Atenas, havia colocado Édipo sob sua proteção, e impede a captura de Édipo e traz de volta Antígona e Ismene. 

A seguir, Polinices, que expulsou Édipo, vem pedir a ajuda do pai na luta contra o irmão. Édipo amaldiçoa os dois filhos e profetiza que eles se matarão um ao outro. Nota-se que, a partir de certo ponto de sua vida, Édipo começou a profetizar e a perceber os sinais dos deuses, uma característica dos cegos na mitologia grega. Polinices pede a Antígona que lhe providencie um funeral adequado, quando ele morrer. 

Édipo sente que a morte se aproxima. Acompanhado apenas de Teseu, vai à entrada do Hades e é levado, sem passar pelos padecimentos da morte, aparentemente. A cidade de Atenas fica, então protegida e favorecida por Édipo e pelos deuses. 

As filhas de Édipo iniciam seu retorno a Tebas, para tentar “deter a marcha da carnificina” entre os irmãos. 

A peça tem muitas argumentações sobre a velhice e a culpa. Édipo afirma não ter culpa dos crimes cometidos, visto que agia sem saber a verdade sobre os pais. A peça demonstra que os humanos são marionetes nas mãos dos deuses. As Erínias, as deusas vingadoras, estão presentes na origem e no desenrolar dos acontecimentos. Édipo foi punido durante sua vida após os crimes e, ao final, parece contar com a benevolência de Zeus. 

Cabe um adendo sobre as deusas pavorosas: 

As Erínias desempenham relevante papel na trajetória de Édipo, sem aparecer. Em Colono, Édipo chega ao bosque consagrado a elas, as deusas que não podem ser nomeadas. As Erínias são chamadas, então, de “as Benevolentes”, Eumênides, para evitar o epíteto tenebroso. São as Fúrias dos romanos. Fazem parte do grupo mais antigo de deuses e portanto não reconhecem a autoridade dos deuses mais jovens. Sua função essencial é a vingança dos crimes, especialmente os crimes cometidos contra a família. Neste sentido, desempenham papel importante nas maldições que pesaram sobre Édipo. 

Também castigam a hybris (húbris: excesso) dos humanos (o excesso de orgulho, presunção e arrogância, especialmente contra os deuses) que levam o homem a esquecer que é mortal. Elas impedem os adivinhos e profetas de revelar o futuro com demasiada precisão, impedindo-os de tirar os humanos da incerteza em que se encontram. 

Uma das suas funções essenciais é castigar os assassinos, mesmo os involuntários. Os homicidas são banidos e vagam errantes até o momento em que se aceita purificá-los. 

Enfim, esta peça parece ser menos conhecida que as duas outras da Trilogia Tebana, mas é de fácil leitura, traz profundas discussões, e faz compreender melhor o destino de Édipo e o fechamento da tragédia com Antígona.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Livros lidos em ABRIL 2021

Total de livros lidos no ano até agora: 44 livros

Édipo em Colono

Lidos em ABRIL 2021

1 – Édipo Rei, Sófocles, 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury

2 – O diabo no corpo, Raymond Radiguet, 136 páginas, tradução de Paulo César de Souza

3 – Novembro de 63, Stephen King, 727 páginas, tradução de Beatriz Medina

4 – Utopia, Thoma More, 216 páginas, tradução de Denise Bottmann

5 – Livro de Rute, 5 páginas, na tradução da Bíblia de Jerusalém

6 – A paciente silenciosa, Alex Michaelides, 349 páginas, tradução de Clóvis Marques

7 – Édipo em Colono, Sófocles, 125 páginas, tradução de Mário da Gama Kury

8 – Shakespeare, Claude Mourthé, 240 páginas, tradução de Paulo Neves

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Lidos em MARÇO 2021

1 – O caderno rosa de Lori Lamby, Hilda Hilst, 86 páginas

2 – Doze contos peregrinos, Gabriel García Márquez, 256 páginas, tradução de Eric Nepomuceno

3 – O sol é para todos, Harper Lee, 349 páginas, tradução de Beatriz Horta

4 – O tempo desconjuntado, Philip K. Dick, 267 páginas, tradução de Braulio Tavares

5 – Livro de Josué, 33 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

6 – Livro de Judite, 18 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

7 – Matadouro-Cinco, Kurt Vonnegut, 228 páginas, tradução de Daniel Pellizzari

8 – Estamos todos completamente transtornados, Karen Joy Fowler, 331 páginas, tradução de Geni Hirata

9 – Antônio e Cleópatra, William Shakespeare, 174 páginas, tradução de Beatriz Viégas-Faria

10 – Juízes, 36 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

11 – O fim da eternidade, Isaac Asimov, 256 páginas, tradução de Susana Alexandria

12 – Livro de Ester, 15 páginas, tradução da Bíblia de Jerusalém

13 – A escrava Isaura, Bernardo Guimarães, 176 páginas


Lidos em FEVEREIRO 2021

1 – Medeia, Eurípides, 98 páginas, tradução Mário da Gama Kury.

2 – O conto da aia, Margaret Atwood, 368 páginas, tradução Ana Deiró.

3 – A tempestade, William Shakespeare, 116 páginas, tradução Beatriz Viégas-Faria.

4 – O Senhor das Moscas, William Golding, 217 páginas, tradução Geraldo Galvão Ferraz

5 – A outra volta do parafuso, Henry James, 199páginas, tradução Paulo Henriques Britto

6 – A fazenda dos animais, George Orwell, 133 páginas, tradução de Paulo Henriques Britto

7 – Vida querida, Alice Munro, 316 páginas, tradução de Caetano Galindo

8 – Pequeno-burgueses, Maksim Górki, 190 páginas, tradução de Lucas Simone

9 – Kindred, Octavia E. Butler, 424 páginas, tradução de Carolina Caires Coelho

10 – Noite na taverna, Álvares de Azevedo, 73 páginas

11 – Piquenique na estrada, Arkádi Strugátski e Boris Strugátski, 320 páginas, tradução de Tatiana Larkina


Lidos em JANEIRO 2021

1. Mrs. Dalloway – Virginia Woolf (leitura iniciada em dezembro), 228 páginas

2. 1Q84, volume 3 – Haruki Murakami,469 páginas

3. Macbeth – William Shakespeare, 133 páginas

4. Mundo Fantasmo – Braulio Tavares, 125 páginas

5. O amante – Marguerite Duras, 128 páginas

6. Deuteronômio, 48 páginas

7. Drácula – Bram Stoker, 638 páginas

8. A espinha dorsal da memória – Braulio Tavares, 223 páginas

9. Le Horla – Guy de Maupassant, 35 páginas

10. Bartleby, o escriturário – Herman Melville, 95 páginas

11. O colecionador – John Fowles, 343 páginas

12. Lady Macbeth do distrito de Mtzensk – Nikolai Leskov, 95 páginas