sábado, 26 de dezembro de 2009
aqui e em...
é, recentemente ou ontem, tomei esse vinho, e sou um ignorante de vinhos e de qualquer coisa, mas gostei desse aí, da argentina, da uva pinot noir. aqui faz uns dias que não escrevo, mas eu escrevo todo dia. aqui ou em meu diário que é apenas um arquivo do word, ou em meus e-mailes endereçados para mim mesmo. porque, todo o tempo, é para mim mesmo que estou escrevendo. nesses dias de festa, que me incomodam, o que tenho feito de mais constante é olhar. olhar da varanda do quarto para a piscina do prédio, olhar para o céu azul, olhar para as árvores distantes, os outros edifícios.
domingo, 20 de dezembro de 2009
domingo
no terceiro dia da cicloviagem, fizemos pedaladas pela região em que se situa o lajedo do pai mateus. depois de visitarmos a saca de lã, seguimos até o lajedo da salambaia, que é uma pedra enorme, comprida, e pedalável. há uma trilha pintada com tinta branca em cima da pedra para que o ciclista possa fazer um trajeto seguro.
hoje domingo, dia sem destaque como quase todos, fui à praia de boa viagem mesmo, ficamos lá debaixo de um guarda-sol, olhando o mar, conversando, arrastando areia com os pés. nada mais.
mais fotos no meu flickr.
sábado, 19 de dezembro de 2009
mapa
o mapinha do segundo dia da cicloviagem, saindo de bom jardim (PE) e chegando, de noite, ao hotel que se situa no próprio lajedo de pai mateus, muito depois da cidade de cabaceiras, sertão da paraíba.
saca de lã
hoje sábado, os dias tem passado da forma como os dias costumam passar, sem grandes alterações. às vezes indo a pé para o trabalho, às vezes indo de motocicleta. à tarde, tenho feito caminhadas no parque da jaqueira, alongamentos, depois deito em um banco de concreto e fico olhando o céu, esperando o movimento das nuvens, olhando as minhas próprias moscas volantes, observando o azul mudar até alcançar o preto, pensando nas pessoas apressadas e marciais que caminham.
a palavra marcial tem me ocupado o pensamento quando penso nas pessoas fazendo exercícios, essa onda de exercícios da contemporaneidade - se é que isso existe. grupos que correm juntos, que andam de bicicleta juntos. ou sós. ou em grupos mas essencialmente sós. ou caminhando.
as pessoas caminham nos parques e nas praias de forma marcial, militar, apressadas na vida de trabalho e na hora do tempo livre. mas não existe tempo livre. todo o tempo é ocupado militarmente por alguma atividade.
as pessoas caminham marciais. algumas, senão muitas, com fones de ouvido, caminham dentro de uma bolha onde os sons do mundo não existem.
.
continuando, em mim, a olhar as fotos da cicloviagem e a selecionar as fotos, escolhi essa que segue abaixo, do terceiro dia. amanheceu, tomamos café da manhã muito bom e saímos de bici, sem bagagem, para conhecer a região do Lajedo. a primeira visita na luz da manhã recente foi ao local conhecido como Saca de Lã. é uma impressionante formação de pedras, como se pode ver; as pedras ficaram cortadinhas em paralelepípedos, pela infinita e prolongada atividade da erosão.
mais fotos no meu flickr.
a palavra marcial tem me ocupado o pensamento quando penso nas pessoas fazendo exercícios, essa onda de exercícios da contemporaneidade - se é que isso existe. grupos que correm juntos, que andam de bicicleta juntos. ou sós. ou em grupos mas essencialmente sós. ou caminhando.
as pessoas caminham nos parques e nas praias de forma marcial, militar, apressadas na vida de trabalho e na hora do tempo livre. mas não existe tempo livre. todo o tempo é ocupado militarmente por alguma atividade.
as pessoas caminham marciais. algumas, senão muitas, com fones de ouvido, caminham dentro de uma bolha onde os sons do mundo não existem.
.
continuando, em mim, a olhar as fotos da cicloviagem e a selecionar as fotos, escolhi essa que segue abaixo, do terceiro dia. amanheceu, tomamos café da manhã muito bom e saímos de bici, sem bagagem, para conhecer a região do Lajedo. a primeira visita na luz da manhã recente foi ao local conhecido como Saca de Lã. é uma impressionante formação de pedras, como se pode ver; as pedras ficaram cortadinhas em paralelepípedos, pela infinita e prolongada atividade da erosão.
mais fotos no meu flickr.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
gotinha
hoje quarta 16 dia nada sem nada de mais. estava indo a pé para o trabalho - demora cerca de uma hora e dez minutos - e caiu uma chuvarada de 5 minutos, pouco mais. parei debaixo de uma marquise na rua joão fernandes vieira e havia um homem distribuindo convites para um culto protestante de natal. enquanto distribuía, ele conversava com outro homem, tecendo considerações sobre a vida sexual de jesus, quantas mulheres ele deveria ter pegado em seus 33 anos, em especial maria madalena.
depois da chuva de 5 minutos, passou claro, continuei o caminho e muitos trechos das calçadas já estavam tomados de água, impassáveis em 5 minutos. a caminhada para o trabalho, então, demorou mais, uma hora e vinte, desviando de poças dágua, esperando chuva passar.
aí embaixo, duas fotinhas do finalzinho do segundo dia da cicloviagem PB-RN. as últimas fotos que tiramos nesse dia, pois daí em diante foi sufoco. o sol indo embora e ainda faltavam 15 quilômetros. a gente tava se despedindo das últimas gotinhas de sol antes da escuridão.
depois da chuva de 5 minutos, passou claro, continuei o caminho e muitos trechos das calçadas já estavam tomados de água, impassáveis em 5 minutos. a caminhada para o trabalho, então, demorou mais, uma hora e vinte, desviando de poças dágua, esperando chuva passar.
aí embaixo, duas fotinhas do finalzinho do segundo dia da cicloviagem PB-RN. as últimas fotos que tiramos nesse dia, pois daí em diante foi sufoco. o sol indo embora e ainda faltavam 15 quilômetros. a gente tava se despedindo das últimas gotinhas de sol antes da escuridão.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segundo dia
mais três fotos do segundo dia da cicloviagem. finalzinho da tarde, sombras alongadas, estrada amarela. ainda falta muito a pedalar, uns 25 km, e vamos chegar de noite, quase às sete da noite no hotel do lajedo de pai mateus, sertão brabo da paraíba.
chapeuzinho
a história de chapeuzinho vermelho original, colhida por perrault, segundo encontrei em um texto da maria rita kehl:
Certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e leite para sua avó. Quando caminhava pela floresta, um lobo aproximou-se e perguntou-lhe onde ia.
_ para a casa da vovó.
_ por qual caminho, o dos alfinetes ou o das agulhas?
_ o das agulhas.
O lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e chegou primeiro à casa. Matou a avó, despejou seu sangue numa garrafa, cortou a carne em fatias e colocou numa travessa. Depois, vestiu sua roupa de dormir e deitou-se na cama, à espera.
Pa, pam.
_ Entre, querida.
_ Olá vovó. Trouxe um pouco de pão e leite.
_Sirva-se também, querida. Há carne e vinho na copa.
A menina comeu o que foi oferecido, enquanto um gatinho dizia: “menina perdida! Comer a carne e beber o sangue da avó!”
Então, o lobo disse:
_ Tire a roupa e deite-se comigo.
_ Onde ponho meu avental?
_ Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dele.
Para cada peça de roupa (...) a menina fazia a mesma pergunta, e a cada vez o lobo respondia:
_ Jogue no fogo... Você não vai precisar mais dela.
(etc).
Quando a menina se deitou na cama, disse:
_ Ah, vovó! Como você é peluda!
_ É para me manter mais aquecida, querida.
_ Ah, vovó! Que ombros largos você tem!
(etc, etc, nos moldes do diálogo conhecido, até o clássico desfecho):
_ Ah, vovó! Que dentes grandes você tem!
_ É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou .
Certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e leite para sua avó. Quando caminhava pela floresta, um lobo aproximou-se e perguntou-lhe onde ia.
_ para a casa da vovó.
_ por qual caminho, o dos alfinetes ou o das agulhas?
_ o das agulhas.
O lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e chegou primeiro à casa. Matou a avó, despejou seu sangue numa garrafa, cortou a carne em fatias e colocou numa travessa. Depois, vestiu sua roupa de dormir e deitou-se na cama, à espera.
Pa, pam.
_ Entre, querida.
_ Olá vovó. Trouxe um pouco de pão e leite.
_Sirva-se também, querida. Há carne e vinho na copa.
A menina comeu o que foi oferecido, enquanto um gatinho dizia: “menina perdida! Comer a carne e beber o sangue da avó!”
Então, o lobo disse:
_ Tire a roupa e deite-se comigo.
_ Onde ponho meu avental?
_ Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dele.
Para cada peça de roupa (...) a menina fazia a mesma pergunta, e a cada vez o lobo respondia:
_ Jogue no fogo... Você não vai precisar mais dela.
(etc).
Quando a menina se deitou na cama, disse:
_ Ah, vovó! Como você é peluda!
_ É para me manter mais aquecida, querida.
_ Ah, vovó! Que ombros largos você tem!
(etc, etc, nos moldes do diálogo conhecido, até o clássico desfecho):
_ Ah, vovó! Que dentes grandes você tem!
_ É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou .
duas coisinhas
hoje dia comum, vida comum. quando passei em uma livraria, vi um livro sobre a paixão. abri na parte escrita por maria rita kehl, gostei muito das páginas iniciais. mas nem comprei o livro, tampouco li tudo. gostei muito muito muito da história de chapeuzinho vermelho, a história original, recolhida por charles perrault na tradição oral européia. aí então depois fui olhar no googlelino alguma coisa sobre a maria rita kehl. ela tem um site bacaninha. lá encontrei uma maravilhosa poesia de boris vian, citada pela maria rita. gostei tanto das duas coisas que vou colocar aqui, pois fiquei pensando nelas, nas palavras, na história praticamente erótica da chapéu e nas palavras da poesia de vian.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
duílio
o blog do duílio ferronato é bacana, sempre que posso
vou lá dar uma lidinha.
hoje ele fala de algo que também adoro:
hotel.
adoro dormir em hotel, adoro café da manhã
de hotel.
se pudesse, morava em um hotel.
duílio também fala de outra coisa que pra mim
é essencial: cidades com praia.
só posso morar em cidade com praia,
adoro o mar, se pudesse (!)
via o mar todo dia.
ficar sentado na beira da praia
olhar o mar
e descobrir
de novo e a cada momento
que o planeta é imenso
o universo infinito
eu finito.
vou lá dar uma lidinha.
hoje ele fala de algo que também adoro:
hotel.
adoro dormir em hotel, adoro café da manhã
de hotel.
se pudesse, morava em um hotel.
duílio também fala de outra coisa que pra mim
é essencial: cidades com praia.
só posso morar em cidade com praia,
adoro o mar, se pudesse (!)
via o mar todo dia.
ficar sentado na beira da praia
olhar o mar
e descobrir
de novo e a cada momento
que o planeta é imenso
o universo infinito
eu finito.
luz amarela
gostei muito dessa foto.
a luz amarela do final da tarde.
eu e a sombra de Macelo na mesma foto.
a sombra de mim e Macelo na mesma foto.
a gente já sabia que não ia dar para chegar
com a luz do dia no Lajedo de Pai Mateus.
pedalamos nessa estrada, à noite,
vendo? quase nada.
só o branco da estrada e o escuro daquilo que
não era estrada.
mas havia uma lanterninha de Macelo
que iluminava um pouco e ajudava a seguir.
de onde viemos
foto do segundo dia da cicloviagem.
nela aponto a direção de onde viemos,
da cidade de Gado Bravo (PB),
por longas estradas de barro, que em alguns
trechos tornou-se mesmo uma trilha.
sol de rachar.
mapa
mapa do primeiro dia da cicloviagem pela Paraíba e
Rio Grande do Norte.
saímos de Recife (PE) e fomos até Bom Jardim (PE)
já perto da fronteira com a Paraíba.
cicloviagem
duas imagens do segundo dia da cicloviagem pela Paraíba e
Rio Grande do Norte.aqui estamos perto da fronteira entre Pernambuco e Paraíba,
depois de passarmos por muitas e muitas subidas imensas,
serras e serras, desembocamos nesse vale,
entre as serras, um rio seco muito largo.
daí em diante tivemos mais subidas ainda.
subir é a única certeza em uma cicloviagem
pelo interior do continente.
domingo, 13 de dezembro de 2009
domingo
sol, cadeira de praia, guarda-sol,
mar, água do mar, maré cheia,
ondas, cerveja, gente, biquínis,
flutuar, mergulhar, coco,
coqueiro.
mar, água do mar, maré cheia,
ondas, cerveja, gente, biquínis,
flutuar, mergulhar, coco,
coqueiro.
sábado, 12 de dezembro de 2009
o que é
provavelmente assistiu ao capítulo da novela das oito.
deitou para dormir.
não acordou.
e a vida o que é? uma doce ilusão.
amarga.
na caixa do correio, cheia de correspondência,
cartas e contas continuam a chegar
para quem já não pode pagar
ou responder.
cartas e contas, raspas e restos me interessam.
contas a pagar,
o dia do vencimento é um dia que não vai existir
para quem já não pode pagar contas
nem se preocupar com elas.
um corpo que já não tem mais vontade,
que já não pode mais corrigir a posição
de alguns fios de cabelo.
nem fechar a boca.
corpo que não pertence mais a ninguém.
tudo agora à revelia
pois não há mais vontade.
a casa soa abandonada, sem a dona.
há um som de abandono
na casa,
até nas plantas ouço esse som.
o oitão da casa sempre vazio e limpo
me parece agora mais vazio e limpo.
o oitão da casa me fascina com seu vazio novo.
a culpa
a culpa dos que ficam parece eletricidade.
está em todos os cantos do oitão vazio.
na casa vazia ainda cheia.
o mundo pára
e o mundo continua.
ao mesmo tempo.
caixão se chama urna.
enterro se chama funeral.
ninguém morre.
automóveis preocupados céleres
passam na rua.
há um corpo para cuidar,
o que se faz com um corpo morto?
restos de nós.
o frio aumenta.
não há mais próximo capítulo.
deitou para dormir.
não acordou.
e a vida o que é? uma doce ilusão.
amarga.
na caixa do correio, cheia de correspondência,
cartas e contas continuam a chegar
para quem já não pode pagar
ou responder.
cartas e contas, raspas e restos me interessam.
contas a pagar,
o dia do vencimento é um dia que não vai existir
para quem já não pode pagar contas
nem se preocupar com elas.
um corpo que já não tem mais vontade,
que já não pode mais corrigir a posição
de alguns fios de cabelo.
nem fechar a boca.
corpo que não pertence mais a ninguém.
tudo agora à revelia
pois não há mais vontade.
a casa soa abandonada, sem a dona.
há um som de abandono
na casa,
até nas plantas ouço esse som.
o oitão da casa sempre vazio e limpo
me parece agora mais vazio e limpo.
o oitão da casa me fascina com seu vazio novo.
a culpa
a culpa dos que ficam parece eletricidade.
está em todos os cantos do oitão vazio.
na casa vazia ainda cheia.
o mundo pára
e o mundo continua.
ao mesmo tempo.
caixão se chama urna.
enterro se chama funeral.
ninguém morre.
automóveis preocupados céleres
passam na rua.
há um corpo para cuidar,
o que se faz com um corpo morto?
restos de nós.
o frio aumenta.
não há mais próximo capítulo.
domingo, 6 de dezembro de 2009
solsim
recife não tem verão primavera estações
dá pra ver sol o ano inteiro, sol sim.
dezembro agora mais sol sim.
andar na praia qualquer dia da semana ou hoje
domingo
sentar na cadeira de praia e ficar olhando o mar se mover
pois alguém disse que tudo flui.
dá pra ver sol o ano inteiro, sol sim.
dezembro agora mais sol sim.
andar na praia qualquer dia da semana ou hoje
domingo
sentar na cadeira de praia e ficar olhando o mar se mover
pois alguém disse que tudo flui.
sábado, 5 de dezembro de 2009
desejo
estou sem desejos.
nem de escrever
nem de desenhar
nem de pensar
menos ainda de tomar decisões
estou no piloto automático
esperando cair
aterrissar
ou
órbita.
nem de escrever
nem de desenhar
nem de pensar
menos ainda de tomar decisões
estou no piloto automático
esperando cair
aterrissar
ou
órbita.
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