saca de lã

hoje sábado, os dias tem passado da forma como os dias costumam passar, sem grandes alterações. às vezes indo a pé para o trabalho, às vezes indo de motocicleta. à tarde, tenho feito caminhadas no parque da jaqueira, alongamentos, depois deito em um banco de concreto e fico olhando o céu, esperando o movimento das nuvens, olhando as minhas próprias moscas volantes, observando o azul mudar até alcançar o preto, pensando nas pessoas apressadas e marciais que caminham.
a palavra marcial tem me ocupado o pensamento quando penso nas pessoas fazendo exercícios, essa onda de exercícios da contemporaneidade - se é que isso existe. grupos que correm juntos, que andam de bicicleta juntos. ou sós. ou em grupos mas essencialmente sós. ou caminhando.
as pessoas caminham nos parques e nas praias de forma marcial, militar, apressadas na vida de trabalho e na hora do tempo livre. mas não existe tempo livre. todo o tempo é ocupado militarmente por alguma atividade.
as pessoas caminham marciais. algumas, senão muitas, com fones de ouvido, caminham dentro de uma bolha onde os sons do mundo não existem.
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continuando, em mim, a olhar as fotos da cicloviagem e a selecionar as fotos, escolhi essa que segue abaixo, do terceiro dia. amanheceu, tomamos café da manhã muito bom e saímos de bici, sem bagagem, para conhecer a região do Lajedo. a primeira visita na luz da manhã recente foi ao local conhecido como Saca de Lã. é uma impressionante formação de pedras, como se pode ver; as pedras ficaram cortadinhas em paralelepípedos, pela infinita e prolongada atividade da erosão.

mais fotos no meu flickr.