sábado, 26 de dezembro de 2009

aqui e em...

















é, recentemente ou ontem, tomei esse vinho, e sou um ignorante de vinhos e de qualquer coisa, mas gostei desse aí, da argentina, da uva pinot noir. aqui faz uns dias que não escrevo, mas eu escrevo todo dia. aqui ou em meu diário que é apenas um arquivo do word, ou em meus e-mailes endereçados para mim mesmo. porque, todo o tempo, é para mim mesmo que estou escrevendo. nesses dias de festa, que me incomodam, o que tenho feito de mais constante é olhar. olhar da varanda do quarto para a piscina do prédio, olhar para o céu azul, olhar para as árvores distantes, os outros edifícios.

domingo, 20 de dezembro de 2009

domingo


















no terceiro dia da cicloviagem, fizemos pedaladas pela região em que se situa o lajedo do pai mateus. depois de visitarmos a saca de lã, seguimos até o lajedo da salambaia, que é uma pedra enorme, comprida, e pedalável. há uma trilha pintada com tinta branca em cima da pedra para que o ciclista possa fazer um trajeto seguro.
hoje domingo, dia sem destaque como quase todos, fui à praia de boa viagem mesmo, ficamos lá debaixo de um guarda-sol, olhando o mar, conversando, arrastando areia com os pés. nada mais.

mais fotos no meu flickr.

sábado, 19 de dezembro de 2009

mapa

o mapinha do segundo dia da cicloviagem, saindo de bom jardim (PE) e chegando, de noite, ao hotel que se situa no próprio lajedo de pai mateus, muito depois da cidade de cabaceiras, sertão da paraíba.


saca de lã

hoje sábado, os dias tem passado da forma como os dias costumam passar, sem grandes alterações. às vezes indo a pé para o trabalho, às vezes indo de motocicleta. à tarde, tenho feito caminhadas no parque da jaqueira, alongamentos, depois deito em um banco de concreto e fico olhando o céu, esperando o movimento das nuvens, olhando as minhas próprias moscas volantes, observando o azul mudar até alcançar o preto, pensando nas pessoas apressadas e marciais que caminham.
a palavra marcial tem me ocupado o pensamento quando penso nas pessoas fazendo exercícios, essa onda de exercícios da contemporaneidade - se é que isso existe. grupos que correm juntos, que andam de bicicleta juntos. ou sós. ou em grupos mas essencialmente sós. ou caminhando.
as pessoas caminham nos parques e nas praias de forma marcial, militar, apressadas na vida de trabalho e na hora do tempo livre. mas não existe tempo livre. todo o tempo é ocupado militarmente por alguma atividade.
as pessoas caminham marciais. algumas, senão muitas, com fones de ouvido, caminham dentro de uma bolha onde os sons do mundo não existem.
.
continuando, em mim, a olhar as fotos da cicloviagem e a selecionar as fotos, escolhi essa que segue abaixo, do terceiro dia. amanheceu, tomamos café da manhã muito bom e saímos de bici, sem bagagem, para conhecer a região do Lajedo. a primeira visita na luz da manhã recente foi ao local conhecido como Saca de Lã. é uma impressionante formação de pedras, como se pode ver; as pedras ficaram cortadinhas em paralelepípedos, pela infinita e prolongada atividade da erosão.

mais fotos no meu flickr.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

gotinha

hoje quarta 16 dia nada sem nada de mais. estava indo a pé para o trabalho - demora cerca de uma hora e dez minutos - e caiu uma chuvarada de 5 minutos, pouco mais. parei debaixo de uma marquise na rua joão fernandes vieira e havia um homem distribuindo convites para um culto protestante de natal. enquanto distribuía, ele conversava com outro homem, tecendo considerações sobre a vida sexual de jesus, quantas mulheres ele deveria ter pegado em seus 33 anos, em especial maria madalena.
depois da chuva de 5 minutos, passou claro, continuei o caminho e muitos trechos das calçadas já estavam tomados de água, impassáveis em 5 minutos. a caminhada para o trabalho, então, demorou mais, uma hora e vinte, desviando de poças dágua, esperando chuva passar.
aí embaixo, duas fotinhas do finalzinho do segundo dia da cicloviagem PB-RN. as últimas fotos que tiramos nesse dia, pois daí em diante foi sufoco. o sol indo embora e ainda faltavam 15 quilômetros. a gente tava se despedindo das últimas gotinhas de sol antes da escuridão.


















terça-feira, 15 de dezembro de 2009

segundo dia

mais três fotos do segundo dia da cicloviagem. finalzinho da tarde, sombras alongadas, estrada amarela. ainda falta muito a pedalar, uns 25 km, e vamos chegar de noite, quase às sete da noite no hotel do lajedo de pai mateus, sertão brabo da paraíba.


































chapeuzinho

a história de chapeuzinho vermelho original, colhida por perrault, segundo encontrei em um texto da maria rita kehl:
Certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e leite para sua avó. Quando caminhava pela floresta, um lobo aproximou-se e perguntou-lhe onde ia.
_ para a casa da vovó.
_ por qual caminho, o dos alfinetes ou o das agulhas?
_ o das agulhas.
O lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e chegou primeiro à casa. Matou a avó, despejou seu sangue numa garrafa, cortou a carne em fatias e colocou numa travessa. Depois, vestiu sua roupa de dormir e deitou-se na cama, à espera.
Pa, pam.
_ Entre, querida.
_ Olá vovó. Trouxe um pouco de pão e leite.
_Sirva-se também, querida. Há carne e vinho na copa.
A menina comeu o que foi oferecido, enquanto um gatinho dizia: “menina perdida! Comer a carne e beber o sangue da avó!”
Então, o lobo disse:
_ Tire a roupa e deite-se comigo.
_ Onde ponho meu avental?
_ Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dele.
Para cada peça de roupa (...) a menina fazia a mesma pergunta, e a cada vez o lobo respondia:
_ Jogue no fogo... Você não vai precisar mais dela.
(etc).
Quando a menina se deitou na cama, disse:
_ Ah, vovó! Como você é peluda!
_ É para me manter mais aquecida, querida.
_ Ah, vovó! Que ombros largos você tem!
(etc, etc, nos moldes do diálogo conhecido, até o clássico desfecho):
_ Ah, vovó! Que dentes grandes você tem!
_ É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou .

duas coisinhas

hoje dia comum, vida comum. quando passei em uma livraria, vi um livro sobre a paixão. abri na parte escrita por maria rita kehl, gostei muito das páginas iniciais. mas nem comprei o livro, tampouco li tudo. gostei muito muito muito da história de chapeuzinho vermelho, a história original, recolhida por charles perrault na tradição oral européia. aí então depois fui olhar no googlelino alguma coisa sobre a maria rita kehl. ela tem um site bacaninha. lá encontrei uma maravilhosa poesia de boris vian, citada pela maria rita. gostei tanto das duas coisas que vou colocar aqui, pois fiquei pensando nelas, nas palavras, na história praticamente erótica da chapéu e nas palavras da poesia de vian.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

duílio

o blog do duílio ferronato é bacana, sempre que posso
vou lá dar uma lidinha.
hoje ele fala de algo que também adoro:
hotel.
adoro dormir em hotel, adoro café da manhã
de hotel.
se pudesse, morava em um hotel.
duílio também fala de outra coisa que pra mim
é essencial: cidades com praia.

só posso morar em cidade com praia,
adoro o mar, se pudesse (!)
via o mar todo dia.

ficar sentado na beira da praia
olhar o mar
e descobrir
de novo e a cada momento
que o planeta é imenso
o universo infinito
eu finito.

luz amarela

















gostei muito dessa foto.
a luz amarela do final da tarde.
eu e a sombra de Macelo na mesma foto.
a sombra de mim e Macelo na mesma foto.

a gente já sabia que não ia dar para chegar
com a luz do dia no Lajedo de Pai Mateus.

pedalamos nessa estrada, à noite,
vendo? quase nada.
só o branco da estrada e o escuro daquilo que
não era estrada.

mas havia uma lanterninha de Macelo
que iluminava um pouco e ajudava a seguir.

de onde viemos

















foto do segundo dia da cicloviagem.
nela aponto a direção de onde viemos,
da cidade de Gado Bravo (PB),
por longas estradas de barro, que em alguns
trechos tornou-se mesmo uma trilha.
sol de rachar.

mapa














mapa do primeiro dia da cicloviagem pela Paraíba e
Rio Grande do Norte.
saímos de Recife (PE) e fomos até Bom Jardim (PE)
já perto da fronteira com a Paraíba.

cicloviagem



duas imagens do segundo dia da cicloviagem pela Paraíba e
Rio Grande do Norte.
aqui estamos perto da fronteira entre Pernambuco e Paraíba,
depois de passarmos por muitas e muitas subidas imensas,
serras e serras, desembocamos nesse vale,
entre as serras, um rio seco muito largo.
daí em diante tivemos mais subidas ainda.
subir é a única certeza em uma cicloviagem
pelo interior do continente.


domingo, 13 de dezembro de 2009

domingo

sol, cadeira de praia, guarda-sol,
mar, água do mar, maré cheia,
ondas, cerveja, gente, biquínis,
flutuar, mergulhar, coco,
coqueiro.

sábado, 12 de dezembro de 2009

o que é

provavelmente assistiu ao capítulo da novela das oito.
deitou para dormir.
não acordou.
e a vida o que é? uma doce ilusão.
amarga.
na caixa do correio, cheia de correspondência,
cartas e contas continuam a chegar
para quem já não pode pagar
ou responder.
cartas e contas, raspas e restos me interessam.
contas a pagar,
o dia do vencimento é um dia que não vai existir
para quem já não pode pagar contas
nem se preocupar com elas.
um corpo que já não tem mais vontade,
que já não pode mais corrigir a posição
de alguns fios de cabelo.
nem fechar a boca.
corpo que não pertence mais a ninguém.
tudo agora à revelia
pois não há mais vontade.
a casa soa abandonada, sem a dona.
há um som de abandono
na casa,
até nas plantas ouço esse som.
o oitão da casa sempre vazio e limpo
me parece agora mais vazio e limpo.
o oitão da casa me fascina com seu vazio novo.
a culpa
a culpa dos que ficam parece eletricidade.
está em todos os cantos do oitão vazio.
na casa vazia ainda cheia.
o mundo pára
e o mundo continua.
ao mesmo tempo.
caixão se chama urna.
enterro se chama funeral.
ninguém morre.
automóveis preocupados céleres
passam na rua.
há um corpo para cuidar,
o que se faz com um corpo morto?
restos de nós.
o frio aumenta.
não há mais próximo capítulo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

solsim

recife não tem verão primavera estações
dá pra ver sol o ano inteiro, sol sim.
dezembro agora mais sol sim.
andar na praia qualquer dia da semana ou hoje
domingo
sentar na cadeira de praia e ficar olhando o mar se mover
pois alguém disse que tudo flui.

sábado, 5 de dezembro de 2009

desejo

estou sem desejos.
nem de escrever
nem de desenhar
nem de pensar
menos ainda de tomar decisões
estou no piloto automático
esperando cair
aterrissar
ou
órbita.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cicloviagem PB RN - 1

















Entao, depois de nove dias e cerca de novecentos quilometros
pedalados, atraves dos estados da Paraiba e do Rio Grande do
Norte, estou de volta e ainda nem tive tempo suficiente para
descrever a viagem e ver todas as fotos.
Por enquanto, vai essa, do segundo dia de viagem, em uma
estrada de barro que liga Gado Bravo a Barra de Santana,
Paraiba. Ali estou apontando a direcao para onde iremos,
que fica muito muito depois daquelas montanhas la longe.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

antes


















bom, essa foto aqui é da viagem à salvador em 2008,
um dos muitos riachos que atravessamos,
meu amigo jorge que viajou comigo.
uma cicloviagem memorável, repleta
de belíssimas paisagens.

amanhã começa nova viagem, tudo pronto,
bagagem, ferramentas, bicicleta.

Paraíba, Rio Grande do Norte.

em novembro, até agora, 175 km de pedal
e o odo está em 10.067 km. fui.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

quarta


















(foto de um domingo de abril 2009, pedalando pela br232)
sombras.
hoje quarta mais um dia comum, ida ao trab de bicicleta,
na volta uma breve passada na ótica para pegar óculos
novo - para revezar com as lentes de contato.
fui perdendo monte de óculos, nos últimos tempos.
quase sempre em viagens de bici ou em trilhas de bici.

ontem, meu ciclocomputador atual, meu odo, passou dos
dez mil quilômetros. já tive alguns outros ciclocomputadores,
mas de vez em quando zerava, por erro, ou perdia
ou quebrava.

preparativos para a viagem, mochila na mesa, roupas
que vou levar, mapas, muitos mapas impressos já.
hoje a pedalada cotidiana foi de dezoito
quilômetros e pouquinho.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sombras

















então tá então, muitos preparativos para a cicloviagem que
começa sábado, muitos trabalhos a terminar para poder
viajar.
correria.
de bicicleta para o trab. no meio do capibaribe,
um homem em pé, rio raso.
sombras longas da manhã que começa, quase chegando na
rua da guia. sol forte queimando o banco do brasil,
azul nas janelas e céu azulinho.
em novembro, poucos quilômetros pedalados,
apenas 104 km até agora, nos preparativos de viajar.


domingo, 8 de novembro de 2009

próxima


(foto de viagem de bici em 2008, cruzando o rio que divide a
Paraíba do Rio Grande do Norte).

a próxima viagem de bicicleta está programada, acertada, agendada,
roteiro detalhado, pousadas reservadas, tudo ok.

roteiro resumido:

sábado, 14:
recife PE - orobó PE = 130 km.

domingo, 15:
orobó PE - lajedo do pai mateus PB = 130 km.

segunda, 16:
pedaladas no lajedo para conhecer as várias
formações rochosas.

terça, 17:
lajedo pai mateus PB - areia PB = 120 km.

quarta, 18;
areia PB - passa e fica RN = 82 km.

quinta, 19 e sexta, 20:
pedaladas na região da pedra da boca e
serra de são bento RN.

sábado, 21:
passa e fica RN - baía da traição PB = 120 km.
com trecho pela areia da praia na maré baixa.

domingo, 22:
baía da traição PB - joão pessoa PB = 60 km.
somente pela areia da praia com travessias de rios.

chegando em JP, alugaremos um carro de volta ao recife.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

abstrato

















hoje a repetição de todo dia. tudo que havia para ser escrito, já foi
escrito. tudo que havia para ser desenhado, já foi desenhando.
as imagens - máscaras - e as vitrines multicoloridas e iluminadas
das lojas fazem apenas a gente esquecer que a morte existe e se
aproxima.
disfarcemos.
auto-engano.
na repetição esquecida de hoje, de bici para o trab, paradas aleatórias
para ver o recife, suas águas.
junto do campo das princesas, mal-assombrado palácio,
encontro esse trabalho de arte abstrata, flutuando nas águas
do cão sem plumas.
a manhã nascendo, o sol forte, a natureza não dá a mínima para
as pequenas angústias humanas.
dia belo azul sem nuvens.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

aurora














hoje nada de mais, a ida normal ao trab,
de bici, a passagem pela rua da aurora, 
parei na ponte para fotos, a aurora iluminada,
sol da manhã, sete e pouco, forte.
outras fotos perto do campo das princesas,
nome tão poético e lugar tão mal habitado.
depois do trab, uma ida rápida à olinda, 
passando pela orla que tem um simulacrozinho
de ciclofaixa.
parada naqueles espigões que adentram o mar
para ver a força da maré cheia.
o vento soprava de nordeste.
uma bola de plástico branca que alguém perdeu
no mar navegava para o sul.
na volta da orla de olinda, subida à sé pela
ladeira do ladinho do seminário.
parada na sé pra ver o recife longe lá.
entrei naquele largo que tem junto da academia
santa gertrudes, um dos locais mais esquisitos de
olinda, para mim, quase nunca se entra ali,
nem sei o nome daquela igrejinha.
tão bonito aquele lugar, tão esquecido.
depois voltei para o recife e pronto.
pedal de 31km, odo total em 9.969,50km.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

mesa














minha mesa atulhada das coisas de pedalar, de ir pro trab
pedalando......capacete, mochila, óculos.

da ponte



dia qualquer. ir para o trab, bicicleta, voltar do trab.
na ida, vento forte mais do que outros dias, subindo a ponte
buarque de macedo. parei fiquei olhando os pescadores.
passam o dia ao sol sem camisa, eu num posso ficar nem
vinte minutos dbaixe de sol.
pescadores, garças e mundão de água, recife.
continuei. quanta coisa perdem de ver os povo dos
veículos automotores.
coloquei a bici no estacionamento e antes de ir pra gaiola,
fui ver como estava o dia no porto, marco zero.
atravessei fiquei ali longos minutos, ventinho e sol da
manhã e barco atravessando pros arrecifes, aquelas
decoraçãozinha de brennand lá dizendo nada.
pedal de hoje, bem pouquinho, somente 13,5 km,
e no total o odo vai com 9.938,40.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

primeira

primeira pedalada de novembro.
depois de sair do trab, a bicicleta segue pelo cais da alfândega,
viaduto das cinco pontas.
é belo o Recife de cima do viaduto das cinco pontas
olhando em direção ao Pina.
na hora a bicicleta pensou: é magnífico o Recife visto de
cima do etc etc, mas a palavra magnífico tá muito gasta,
até reitor se chama magnífico, até banda se chama.
descendo para a praia, a bicicleta pegou a ciclovia quase
logo no comecinho e seguiu.
mil metros depois do acaiaca, parou, tomou banho,
fotografou.
as ondas eram assim, maré cheia:



e a bicicleta olhava o mar desse jeito meio inclinado:


e depois de muitos banhos nas ondas fortes da ressaca,
a bicicleta volta pela ciclovia e antes de atravessar a ponte
vê o estuário, a bacia do Pina, e o Recife é somente água.



depois de atravessar a ponte, outras visões assim magn...
assim belas do Recife no cais zé estelita. o sol se põe a
si mesmo, pros lados do fim do Recife.


e a bacia do Pina, cheia dágua, quando a bicicleta olha
na direção de boa viagem.


depois do viaduto das cinco pontas, quase entrando para
o cais de santa rita, águas de rio e pontes e a tarde que
cai sobre o recife e pessoas de verdade caminham nas calçadas,
aquele lugar em que os enlatados não pisam, é perigoso.
o mundo todo é perigoso para o povo que anda em suas
latinhas particulares.


para uma terça-feira do recife, uma boa pedalada de sol,
céu azul, mar verde, cantando vez em quando algum verso
de "enquanto o mar inaugura, um verde novinho em folha".
ao final, quando a bicicleta chegou em casa, 32 km
haviam se passado por baixo de suas rodas.

outubro



final de outubro, emendando com feriado do dia dos mortos. peguei a moto e fui para uma praia distante nas alagoas. pensei em ir de bici, mas queria ir mais longe, mais rápido, e ficar com disponibilidade de procurar outra praia, outro hotel, outra pousada, caso não encontrasse vaga. saí sem destino, sem saber ao certo em qual praia iria ficar. só sabia que queria alagoas, que queria hotel ou pousada na beirinha da praia, tocando os pés na areia, praia azul. encontrei o que queria na primeira tentativa, sorte. fiquei três dias, variando uma rotina de banho de mar, agulha frita, água de coco, cerveja, banho de piscina, banho de chuveirão. longas caminhadas ao longo da areia, e caminhadas mar adentro na maré baixa para observar as piscinas naturais e os arrecifes. havia lua cheia à noite. sentava na frente da pousada, nas cadeiras, de dia mar e banhos, de noite lua e escuridão. e pensar pensar.
(a distância total pedalada em outubro de 2009 foi de 721 km).

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

azul



caro,
cada um feliz do seu jeito, mas penso que quem compra bicicleta de onze mil, quinze mil, dezoito mil reais é infeliz, pois não pode colocar a bici na rua sem ter medo. perder dezoito mil em um furto ou roubo ou acidente? essa pessoa é infeliz pois a toda hora está assustada de perder aquela grana excessiva depositada em um objeto tão simples.
para um atleta - de competição, não de fim-de-semana - faz sentido ter uma bicicleta de quinze mil, mas para a maioria dos que compram essas bichinhas carinhas é apenas amostração, uma forma de superar algum sentimento de inferioridade.
claro, tudo isso imho.
e, por outro lado, tem gente que ama mesmo, de mesmo, de verdade, a sua bicicletinha, seja ela qual for, seja ela pobrinha e até pé-duro, sem marcha.
e eu, de minha parte, adoro ver bicicletas personalizadas, aquelas em que o dono vai colocando uma coisinha aqui, outra ali. passei por uma bici, no centro do recife, cheia de pás de ventilador, essas pás iam girando com o vento e com a pedalada.
tive vergonha de pedir ao ciclista para bater uma foto da bici, mas se encontrá-lo de novo fá-lo-ei (xi!).
e essa bici azulzinha, bela, belíssima, muito mais interessante e amada que certas bicis de quinze mil royal guardadas a sete chaves, essa bici, pode-se ver o tratamento, o cuidado que o dono lhe dá. azulzinha, belamente.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

tarde em boa viagem


amigo,

hoje, depois do trabalho, iria apenas pedalar para casa e me recolher àquelas tantas e tantas coisinhas aparentemente importantes que, ao fim, a gente nem sabe o que fez direito mas o tempo se foi como na ampulheta.
já no caminho de casa, de bicicleta, trânsito leve naquela hora da tarde, decidi que ia dar uma pedalada. em casa, um banho rápido e pensei, sim, pensei isso mesmo que vou colocar aqui: vou lá na praia de boa viagem ver o mar e pensar no sentido (na falta de sentido) da vida.
peguei a bici de novo, peguei o caminho da torre, cosme viana, imbiribeira, passei na frente daquele prédio colorido da faculdade universo, aeroporto. subi para o embarque, desci e passei no desembarque, segui para a alça que conduz ao outro lado da mascarenhas de morais, entrei para boa viagem, desemboquei na avenida de frente para o mar. segui pouquinho pela ciclovia.
escolhi um local em que havia bastante luz solar, local onde os edifícios não tapam a luz do sol, a água estava ela também banhada em sol.
desci para a areia com a bici. tirei a roupa de pedalar.
fui para a água do mar, claro que simplesmente deliciosa nessa quarta-feira.
molinha, friinha, agradável.
um homem velho ("deixa a vida e morte para trás") se exercita dentro da água.
um casal e seu filho. dois rapazes conversando na água.
um monte de gente jogando bola na areia.
a absoluta falta de sentido.
a água absoluta e o azul, também, absoluto.
depois de muito bãe de mar, areia para poder ficar olhando o mar.
hoje, por sinal, os aviões estavam fazendo outra rota para o pouso, não a comum de sempre. a comum de sempre é passando por cima de tapacurá, faz a curva, aldeia, alinha com a avenida recife e desce bem apontadinho para a pista.
a rota de hoje, eu já pousei fazendo ela, é bem emocionante, e esquisitinha, e claro, depende do vento para adotarem essa rota. o avião vem pelo mar e aponta em um espaço vazio sem edifícios, ali em boa viagem, acho que é em cima do parque dona FEIÚ, aquelas horrorosas marmitas com que se roubou um monte de dinheiro da prefeitura. então o avião vem do mar, passa no vazio, e aponta para a pista do aeroporto.
e ali na praia de boa viagem, hoje, ficava vendo os aviões vindo do nada, do mar, de repente, e avançando em direção aos edifícios, um simulacro do 11 de setembro até, e desaparecendo entre os edifícios.
depois de um tempo na areia, depois de um tempo na calçada olhando o mundo, dei uma grande circulada pela ciclovia, indo de uma ponta a outra e voltando e indo.
por fim, segui para o cais zé estelita, viaduto das cinco pontas, marco zero, ponte maurício de nassau e o caminho de sempre de voltar para casa depois do trabalho.
números:
distância de hoje = 64 km
velocidade média = 20,40 km/h
vel máxima = 38,30 km/h
distância acumulada de outubro = 689,70 km
total do odo = 9.861,0 km.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

hoje 27

A vida é um circo dizem...
andando pela rua, pelo bairro, encontrei isso escrito,
e fotografei com o telefone móvel que estava à mão.
céu azul, mar azul, calor e a vida é um circo no recife.


e na bike norte, quando estive lá, fotografei o bicicletário:



cotidiano



hoje apenas a normal ida ao trabalho, volta, e uma passada na bike norte para ver equipamentos necessários à próxima viagem (paraíba e rio grande do norte).
números:
total do odômetro = 9.797,00 km
total do mês de outubro até agora = 625,73 km
hoje = 17,78 km
é só.

domingo, 25 de outubro de 2009

Cicloviagem Bonito - Recife

Depois de uma semana em Bonito e Belém de Maria, o retorno de bicicleta para Recife, no sábado.

Foto do quarto do hotel transformado em estacionamento de bici.

Saí bem cedo do hotel, às 5 da manhã, estava nublado, o sol apareceu na estrada.


Sombra alongada gerada pelo sol recém-chegado, perto de Bonito ainda.


Depois dos primeiros vinte km a primeira parada para um gole de água.


A estrada para Bonito é muito mais divertida e pictórica que a 232, claro, além do vento ser constantemente frio. Para sair da estrada de Bonito e desembocar em Bezerros, tem a descida da Serra da Caipora - alguns dizem que é serra dos ventos. Nessa descida alcancei a maior velocidade dessa viagem, 65km/h. Depois que entrei na 232, o vento contrário e forte é morno, vindo do mar distante.

Depois de Gravatá e antes de começar a descida da Serra das Russas, pausa para fotos.


No mesmo local, antes de descer as Russas.


Novamente, resolvi passar por dentro de Vitória de Santo Antão, parece um trajeto menor que pela BR232 e ainda tem uma paisagem urbana divertida. Como, aqui, a fábrica da Pitu com a garrafa e a latinha gigantes. Alguns locais curiosos que vi em Vitória:

- uma oficina chamada Mutreta Eletricista;

- um motel chamado Motel Só Moto, com uma entrada bem estreitinha;

- uma propaganda do Capri Motel com uma foto de um casal, sendo

que o homem está deitado em uma escada de alvenaria, a mulher por

cima, extremamente incômodo!;

- e em Belém de Maria, o Mercadinho DAMEÃO, Entre e COFIRA.

- também em Belém, vários lugares anunciam VENDE-SE TABU, perguntei e descobri que tabu é o mesmo que dudu, aqueles picolés em saquinho de PRÁSTICO.

Ainda a fábrica da Pitu.

Enfim, a última foto faltando apenas 20km para chegar em Recife. Como falei, saí de Bonito às cinco, cheguei em Recife às 13 e 30, o tempo de pedal foi o mesmo da ida, 7h e 48min. A cada 20km, fiz uma parada para beber água ou comer algo em postos de gasolina. Números:

distância = 140,50 km

vel máxima = 65 km/h

vel média = 18 km/h