sábado, 30 de junho de 2012
Bicicleta Specialized Expedition Sport 2011
A Monareta de Hamilton
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Quinta-feira, 43 km.
Strand East - novo bairro em Londres
Abaixo, segue notícia retirada do site designboom (http://www.designboom.com/weblog/cat/8/view/20413/strand-east-urban-planning-by-ikea.html) sobre o projeto do Strand East, em Londres. Em um post anterior, o assunto já apareceu aqui. O texto está em inglês. Pode-se destacar o seguinte:
- o lugar é uma antiga área industrial com 11 hectares dos quais 5 hectares de espaço ao ar livre, formado por parques e pátios internos.
- o bairro terá predominância de ruas exclusivas para pedestres e terá ciclo-rotas e faixas exclusivas para ônibus; o estacionamento de automóveis será subterrâneo.
- 15% das 1200 habitações serão de valor mais acessível.
- a maior parte das edificações terá no máximo 4 andares, com pequeno número de edifícios com 7, 11 e 16 andares.
(A notícia usa apenas letras minúsculas pois o designboom sempre usa essa forma de grafia).
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inter IKEA holding services, property owners of the retail company, has just submitted a planning application to city officials for 'strand east', an intended five-quarter urban planning project in stratford, east london.
on a former industrial site located just south of olympic park, IKEA is constructing a 26-acre (about 11 hectare) neighborhood, comprised of 1200 homes, a courtyard marriott hotel, and 620,000 square feet (58,000 square meters) of restaurants, shops, and offices, as well as a school, nursery, and health-care facility. the urban plan is designed to prevent residents from needing to drive to accomplish daily errands, and includes pedestrian-only streets and zones as well as dedicated cycling routes. underground parking offers a clean feel to the future district, and some reports suggest that garbage collection will likewise be accomplished via underground tunnels.
the creative hub of dane's yard, including restaurant and exhibition space, is expected to open in june/july 2012. construction on the rest of 'strand east' is planned to begin in 2013, with an expected timetable of five years for completion. read more below or explore the city plan virtually at the 'strand east' web portal.
'strand east' is divided into the 'commercial quarter' to the northwest and 'northeast quarter'; the 'residential quarter' which occupies the majority of the central land and is bordered to the west and east by designated 'riverside quarters'; and the the southern tip of the site, called the 'hub quarter', featuring a waterfront plaza. the plan designates five acres of open space, in the form of waterfront parks and interior courtyards.
special other developments include a 'creative zone' incubator and grayson's restaurant in the north east quarter, centered around dane's yard; and a 'walk of chimneys' that preserves historical buildings and celebrates the site's industrial heritage. the plan for dane's yard has already been approved by government officials and work has already begun on the zone, which will feature a 40-meter tall illuminated sculpture.
as 'strand east' is bordered by water on two sides, landprop will construct a new eastern bridge to connect the neighborhood to central london, as well as pedestrian, bike, and bus routes to the south towards the queen elizabeth olympic park underground station.
15% of the 1200 houses to be constructed are dedicated affordable housing. in general, the proposals intend to construct homes in a range of styles and locations, mostly all about four storeys high, with a small number of edifices ranging across 7, 11, and 16 -storeys.
as the globe and mail reports, project manager andrew cobden suggests that they will help promote events like farmer's markets and antique shops, with the plan to 'give the residents an events calendar that arrives on their doorstep of things that are happening - and that kind of creates a sense of place. we'll shape it rather than force it on people - but we'll be trying to knit the community together.'
'sustainability – social, economic and environmental – is at the heart of these proposals,' explain the developers. 'landprop's approach to sustainability is to focus on and deliver positive, people-centred outcomes. this is not an add-on, but central to the design, construction and management of the scheme.'
about the proposals mayor of london boris johnson remarked:
'this is yet another great example of the 2012 legacy rippling out of the olympic park and across east london. it will help create a vibrant quarter within the brand new district we are creating in london, providing much needed family-sized housing and new jobs. this huge investment shows the extraordinary confidence that exists for both this part of the capital and the future of the whole of london's economy.'
Londres prepara o primeiro bairro “car free” da Inglaterra
Londres prepara o primeiro bairro "car free" da Inglaterra – bancado por uma rede sueca de lojas de móveis
Gigantesca rede sueca de móveis prepara o primeiro bairro sem carros da Inglaterra
A propaganda promete "26 acres da Londres histórica, design inteligente, criatividade, sustentabilidade e um senso verdadeiro de comunidade" ao falar do Strand East, lançamento imobiliário da Ikea, a gigantesca rede sueca de móveis pré-fabricados.
A área, bem próxima do local dos Jogos Olímpicos de 2012, abrigava desde o século 16 um distrito industrial, onde prédios centenários estão sendo demolidos para dar lugar ao que deve se tornar uma das regiões mais modernas da Inglaterra.
O Strand East terá 1.200 casas de diversos tamanhos e preços, 48.000 m² de escritórios e 200.000 m² de áreas comerciais, um centro de saúde, escola, berçário e um número generoso de praças e áreas verdes. Tudo isso entre duas hidrovias.
O grande diferencial, contudo, é que Strand East será totalmente "car free", ou seja, carros não poderão transitar por lá, com exceção de ônibus e ambulâncias. Os automóveis particulares irão direto para uma vasta garagem subterrânea. A construção começa no ano que vem e o prazo de entrega é 2017.
Inversão de prioridades: trens x caminhões
(A informação pode ser lida em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1111785-medidas-de-7-plano-anticrise-devem-ter-efeito-limitado-e-tardio.shtml).
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Dicas para uma pedalada mais segura
- Observe que há pontos cegos em volta de veículos de grande porte. É mais seguro ir lentamente e ficar para trás.
- Preste atenção a tudo que acontece em volta de você e ao que os outros usuários das vias podem fazer. Não é conveniente usar fones de ouvido.
- Faça contato visual com os motoristas para ter certeza de que eles viram você.
- Use roupas de cores vibrantes durante o dia e roupas ou acessórios refletivos durante a noite.
- Use lâmpadas depois que escurecer: brancas na frente e vermelhas atrás.
- Sinalize com as mãos quando for entrar à direita, à esquerda ou seguir em frente. Observe que é muito mais seguro evitar a conversão à esquerda. É melhor seguir até encontrar um retorno formal.
- Use capacete.
- Em ruas estreitas, pode ser mais seguro pedalar pelo meio da via para evitar ultrapassagens perigosas de outros veículos.
- No sinal fechado, espere na frente dos outros veículos, ficando entre a linha de parada e a faixa de pedestres, se existirem. Evite obstruir a faixa de pedestres.
- Não desrespeite o sinal vermelho.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Pedal noturno de terça-feira
Calçadas
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Serve para qualquer cidade e prefeito
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Um prefeito estadista
Gilberto Dimenstein
Já que todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo estão ostentando o rótulo do "novo", eles deveriam prestar atenção num prefeito-estadista, que uniu coragem e inteligência --e daí se pode comparar e ver a mediocridade de nosso debate.
Uma das cidades que mais me impressionaram no mundo foi Bogotá, capital da Colômbia. É uma cidade de terceiro mundo, caótica como São Paulo, mas encontrou soluções inovadoras nas mais diversas áreas, a começar do transporte público.
Isso se deve, em parte, ao ex-prefeito Enrique Peñalosa, que, durante seu mandato, abriu espaço para pedestres, ciclistas e os transportes públicos, topando a briga com os carros. Foi uma revolução urbana.
Suas inovações tiveram tanto impacto que influenciaram cidades como Nova York.
Ele apanhou muito no começo, mas, depois, virou uma referência. O que ele fez foi simplesmente colocar a cidade em primeiro lugar. Não tinha outra agenda.
Graças aos repórteres Vaguinaldo Marinheiro e Regiane Teixeira, da Folha, podemos ver um vídeo em que o ex-prefeito analisa a cidade de São Paulo e seus carros, fazendo propostas ousadas e que deveriam merecer atenção de todos os candidatos.
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Tomar contato com a experiência de Bogotá me ajudou a defender aqui a tese de que um prefeito estadista só pode ter na cabeça a agenda da cidade, sem se preocupar nem mesmo com a reeleição.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Avaliação da Caloi Sport Comfort
Vê-se logo que tenho preferência pelas Caloi e que não me incomoda não ter uma bici top de linha importada. Meu uso é ir para o trabalho todos os dias, pedaladas urbanas noturnas de 40km nas terças e quintas, pedaladas mais longas, 60km ou mais, no sábado e domingo, trilhas leves e cicloturismo. Para essas atividades, uma bicicleta mediana como as Caloi é suficiente.
Exemplo: no cicloturismo, um freio a disco complica mais do que ajuda. Imagine-se em um interior de país, em uma pequena cidade, e acontecer um problema no disco, um empeno. Dificilmente se encontrará alguém que saiba resolver o problema, enquanto que um freio comum de sapatas, qualquer pessoa sabe mexer, resolver, consertar.
Então, como disse, tenho três bicicletas e mais duas. As outras duas: uma não é minha, é a de Eliane, uma Specialized modelo urbano, mas de qualquer modo, quem dá manutenção sou eu e vez por outra pedalo com ela em trajetos curtos. É uma bicicleta urbana, portanto ela perde em agilidade (por exemplo, subir e descer obstáculos) e ganha em conforto, uma posição mais elevada para pedalar.
Minha outra bicicleta é uma Monareta antiga que comprei de um rapaz que passou na minha rua. Ela não está em uso, pretendo ainda restaurá-la, sem preocupação extrema de originalidade. Quero a bicicleta próxima do original, mas pretendo, por exemplo, colocar algumas marchas nela.
Ainda namoro há muito tempo com as dobráveis, pretendo comprar uma, já fiz diversos teste drive, mas ainda não tomei a decisão final.
Bem, ontem, voltei a pedalar com a bici branca Caloi Sport Comfort. A história dela: quando comprei, pensava que ela se tornaria a número um (entretanto, hoje ela é a número três, a terceira reserva). Comecei a usá-la no cotidiano e achei a bicicleta muito lenta. Hoje, das minhas bicis, a que sinto como mais rápida e mais ágil é a Supra. Então, usei a Sport em várias situações, cotidiano, trilhas, mas de certo modo, deixei-a um pouco de lado. Recentemente, emprestei a bicicleta e me arrependi: bicicleta não se empresta, é igual a escova de dentes. A bicicleta foi maltratada pelo usuário que conseguiu, até mesmo e incrivelmente, perder a roda traseira completa da bicicleta durante um transporte em automóvel.
Quando recebi a bicicleta de volta, suja e com uma roda inferior à original, inclusive sem a blocagem (o quick release), fiquei sem nenhuma vontade de pedalar na bicicleta. Nem gostava de olhar para ela. Enfim, com a proximidade da nossa próxima cicloviagem, mandei fazer uma revisão em todas bicis da casa (exceto a Monareta). Restaurei a sofrida bici branca Sport Comfort: troquei a corrente maltratada e recoloquei o quick release.
Então, no domingo ontem, voltei a pedalar com ela para testar. Excelente. A pedalada de domingo do Pedal Clube de Pernambuco é, em geral, de nível 2 (em uma escala de um a cinco), com velocidade média de 20 km/h. A Caloi Sport Comfort foi elaborada para ser mais confortável, mais urbana, e proporcionar uma posição de pedalar com a coluna mais reta, a cabeça mais elevada. De início, senti que a musculatura estava sendo usada de forma diferente do que sempre pedalo (com a Supra e a Elite). Eu estava sentindo os músculos de forma diferente, as alavancas estavam modificadas. Comecei por achar a bicicleta lenta. Depois, fui me acostumando e gostando mais. Pedalamos cinquenta quilômetros e foi excelente o comportamento da bicicleta. O câmbio e os passadores são dos mais simples da Shimano, entretanto respondem muito bem, com rapidez e silenciosamente. A postura mais elevada, obviamente, oferece mais resistência ao vento, porém favorece a visão da cidade e, certamente, do cicloturismo também.
O que falta nessa bicicleta para ser uma bici totalmente urbana é que sempre falta na Caloi: a Caloi não entende nada de bicicletas urbanas (embora esteja lentamente se modificando com os lançamentos de dobráveis e da Caloi Konstanz). Faltam bagageiros, furação para bagageiros, cestas, e pára-lamas.
Em resumo, a Caloi Sport Comfort 21v é uma ótima bicicleta para uso urbano, para trilhas de gente normal (sem competição e pressa) e para o cicloturismo.
domingo, 24 de junho de 2012
Pedal Clube de domingo de São João
sábado, 23 de junho de 2012
Bicicleta adaptada para carga
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Mobilidade para todos
Desenho de Jean Galvão.
As Prioridades do próximo prefeito - por Francisco Cunha
Francisco Cunha
franciscocunha@revistaalgomais.com.br e twitter.com/cunha_francisco
As Prioridades do próximo prefeito
Convidado pelo Observatório do Recife (ODR) para fazer a palestra sobre o Recife que Precisamos no lançamento local do programa nacional Plataforma Cidades Sustentáveis (www.cidadessustentaveis.org.br) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Pernambuco, em 15 de maio passado, tive a oportunidade de falar sobre o
que está sendo discutido e que servirá de insumo para o documento que o ODR entregará ao próximo prefeito do Recife. Depois da apresentação, os representantes presentes dos partidos PCB, PMDB, PSOL, PP, PSDB, PTB, PPS, DEM e PDT aderiram à plataforma formalizando a sua disposição de promover a participação da sociedade civil na criação de políticas públicas, prestando contas regularmente das ações desenvolvidas.
Disse que a cidade encontra-se perigosamente à beira de um colapso, prestes a perder a sua "alma" e tornar-se igual a qualquer outro lugar ruim, sem personalidade própria – na realidade, um "não lugar". Que urge agir logo. Em resumo, falei das seguintes prioridades inadiáveis para o próximo prefeito:
1. Restabelecimento imediato do Planejamento de Longo Prazo que há décadas não é praticado no Recife. Todo o desmantelo atual deve-se à falta de planejamento, 30 anos atrás. É fundamental que o próprio prefeito tome para si a coordenação deste esforço absolutamente essencial para o futuro da capital.
2. Retomada do Controle Urbano, principalmente aquele "do lote para fora", inteiramente perdido pela administração pública municipal (basta olhar a situação das calçadas, da fiação nas ruas e do trânsito na cidade). A proposta de impacto é a criação da secretaria das calçadas para, no espaço de um ano, devolver a civilização
às calçadas recifenses, onde hoje tudo pode.
3. Enfrentamento do Travamento da Mobilidade com a priorização dos modais coletivos, a pé e bicicleta e, não apenas, como é feito hoje quase que com exclusividade, do modal automóvel.
4. Recuperação do Centro da Cidade, em especial dos Bairros de Santo Antônio e São José em estado de desmoralizante abandono. A proposta de impacto é trabalhar intensamente para a transformação do centro do Recife, por extensão de Olinda, em Patrimônio da Humanidade (ver a propósito matéria com o arquiteto José Luiz
da Mota Menezes nesta edição).
5. Revitalização do Rio Capibaribe, hoje depositário, no Recife, da maior parte do esgoto in natura da capital (menos de um terço do esgoto é coletado e apenas
cerca de 8% é tratado). O rio transformou-se na "cloaca magna" da cidade e é essencial resgatá-lo como referência sentimental do mesmo modo que são o Sena para Paris, o Tâmisa para Londres, o Tevere para Roma etc.
Além disso, será preciso ter metas ousadas e cidadãs para: Saúde (atingimento de uma atenção básica exemplar); Segurança (radicalização do conceito de segurança
cidadã com participação ativa do município); Educação (implantação do horário integral e da excelência no ensino fundamental); Saneamento (universalização da coleta e do tratamento do esgoto e do lixo); Meio Ambiente (alcance do mínimo recomendado de área verde por habitante); Desenvolvimento Econômico (definição das principais
vocações econômicas da cidade e máximo incentivo para o seu florescimento no horizonte de 30 anos).
Tudo isso para que o próximo prefeito, com responsabilidade redobrada, possa evitar que o pior cenário se materialize no Recife, considerando que o tempo para isso
é demasiadamente exíguo, com certeza menor do que os quatro anos da próxima gestão.
O mais-ou-menos Plano de Mobilidade do Recife
Erro 1: "construção de edifícios-garagem". Não cabe à Administração Pública construir garagens ou edifícios-garagem. Deixa-se essa iniciativa para a iniciativa privada que avalia o custo-benefício do empreedimento. À Administração cabe dificultar o tráfego do automóvel e facilitar o tráfego do transporte coletivo e dos transportes ativos. Aqueles que insistem em usar a propriedade privada para se deslocar que resolvam seus problemas e estacionamento pagando, e pagando caro, pois o espaço nas metrópoles é limitado.
Erro 2: "em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade". Quanta bobagem. As cidades civilizadas estão empenhadas em reduzir a velocidade dos automóveis em TODAS AS RUAS da cidade. Velocidade civilizada e segura de veículo automotor é 30 km/h e é nessa velocidade que as máquinas sagradas dos brasileiros devem circular.
Aparentemente, um plano sem o mínimo de ousadia. Até quando esse tipo de gestão carrocrática e carrófila continuará desmandando e desplanejando?
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Milton Botler apresenta Plano de Mobilidade do Recife em seminário
Depois de conhecer a experiência aplicada no trânsito de Barcelona, o público que conferiu, nesta quinta (21), o Seminário "Cidade e Mobilidade" acompanhou a apresentação sobre os projetos voltados para o Recife. Abrindo a tarde, Milton Botler, presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), falou do Plano de Mobilidade do Recife, que foi criado em fevereiro de 2011, e inclui a implantação de bicicletários, postos de táxi, a construção de 15 edifícios-garagem nos principais trechos da cidade, a requalificação urbana e o plano de estudo sustentável.
"A América Latina tem uma forma de mobilidade típica, focada na cultura rodoviária, que dificulta o acesso de pedestres e isola comunidades. Devemos começar a mudar esta realidade e pensar na mobilidade das pessoas, abrindo espaços para que os mais diversos tipos de transporte possam coexistir eficientemente e complementariamente. Para mim, nosso maior desafio é articular as comunidades estabelecidas em áreas altas e acidentadas, como os morros. Mais de 500 mil pessoas moram em morros acima do que equivaleria ao quarto andar de um edifício e precisamos articular essas comunidades Temos excelentes exemplos, como Bogotá que faz uso de teleféricos para superar essa dificuldade. Essa é uma das soluções que o nosso plano de mobilidade contempla", explicou Milton
Outro ponto destacado foi a construção de edifícios-garagem em pontos estratégicos, onde se poderia deixar o carro e pegar transportes circulares. "Assim, pode-se redimensionar as vias, não alargando elas para os carros, mas ampliando calçadas, a arborização e fazendo ciclovias. A ideia do plano é que em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade possibilitando a convivência com pedestres e bicicletas. Este plano tem um horizonte de 30 anos, e será estruturado com PAC Copa e o PAC da Mobilidade. Só a PCR vai investir mais de 800 milhoes na II e III Perimetral e na radial sul", completou Botler
Logo após, o consultor Germano Travassos explanou sobre o Sistema Estrutural Integrado, que foi criado em 1984 e vem se organizando lentamente, devido às dificuldades inerentes à cidade. Depois das palestras, a sessão de debates foi aberta por Béda Barkokébas, professor da UPE e contou com a participação da professora da UPE Socorro Pessoa, além da participação do público presente.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Cicloviagem Santa Catarina
- dia 25/08/12 (sáb) - do Aeroporto de Navegantes para Piçarras;
- dia 26/08/12 (dom) - de Piçarras para Luís Alves;
- dia 27/08/12 (seg) - de Luís Alves para Pomerode;
- dia 28/08/12 (ter) - de Pomerode para Palmeiras;
- dia 29/08/12 (qua) - de Palmeiras para Alto Cedro;
- dia 30/08/12 (qui) - de Alto Cedro para Dr Pedrinho;
- dia 31/08/12 (sex) - de Dr Pedrinho para a Cachoeira do Zinco;
- dia 01/09/12 (sáb) - de Cachoeira do Zinco para Timbó;
- dia 02/09/12 (dom) - de Timbó para Blumenau;
- dia 03/09/12 (seg) - de Blumenau para Ilhota;
- dia 04/09/12 (ter) - de Ilhota para Balneário Camboriú;
- dia 05/09/12 (qua) - de Balneário Camboriú para Bombinhas;
- dia 06/09/12 (qui) - de Bombinhas para Floripa;
- dia 07/09/12 (sex) - feriado em Floripa;
- dia 08/09/12 (sáb) - Aeroporto de Floripa - para Recife.
É o que acontece quando se investe burramente
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Gastos do SUS com atendimento a motociclistas aumentam 113% em 4 anos
Heloisa Cristaldo, Agência Brasil
Levantamento do Ministério da Saúde (MS) aponta que o custo de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2011, foi 113% maior do que em 2008, passando de R$ 45 milhões, há quatro anos, para R$ 96 milhões, no ano passado.
O crescimento dos gastos acompanha o aumento das internações, que passou de 39.480 para 77.113 hospitalizados no período. Segundo dados do MS, o número de mortes por este tipo de acidente aumentou 21% nos últimos anos – de 8.898 motociclistas em 2008 para 10.825 óbitos em 2010.
Homens representaram 89% das mortes de motociclistas, em 2010. Os jovens são as principais vítimas: cerca de 40% dos óbitos estão entre a faixa etária de 20 a 29 anos. O percentual chega a 88% na faixa etária de 15 a 49 anos.
"O Brasil está definitivamente vivendo uma epidemia de acidentes de trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é a prova disso. Estamos trabalhando para aperfeiçoar os serviços de urgência no SUS, mas é inegável que essa epidemia está pressionando a rede pública", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Além do crescimento de fatores de risco importantes, como excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, a diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, destaca o aumento na frota de veículos como fator para aumento do número de acidentes.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Enrique Peñalosa
"A política de transporte público em cidades como Nova York e Londres pensa em como reduzir o número de carros. Em cidades como Bogotá, São Paulo ou Porto Alegre os secretários de Transporte sempre pensam em como facilitar a circulação de carros, o que não dá certo."
"Tratar os engarrafamentos com vias maiores é como apagar fogo com gasolina."
"Em uma boa cidade, as pessoas estão do lado de fora, não em shopping centers. Em uma boa cidade, não vamos de carro comprar pão e leite. Somos pedestres, necessitamos caminhar."
"Uma boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam transporte público. Cidades assim não são uma ilusão hippie. Elas já existem."
Todas essas frases são do ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa.
Já a foto, minha, mostra a miséria de cultura, calçadas, trânsito e carrocracia da Selva Recife.
Dia começa
terça-feira, 19 de junho de 2012
Sonha macaco
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Bicicletas são alternativa para enfrentar o trânsito
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Cada vez mais motoristas deixam seus carros e transportes coletivos para se deslocar ao trabalho de bike
Augusto Freitas
Imagine a cena, nada fictícia: tráfego agitado, carros, ônibus e motos por todos os lados, buzinas em alto e bom som, marcha lenta, calor, impaciência… Pensou? Possivelmente você já perdeu a paciência com o trânsito nos grandes centros urbanos. Na Região Metropolitana do Recife (RMR) não é diferente. As soluções de mobilidade estão cada vez mais difíceis. E demoradas.
Agora imagine esta outra cena que começa a se tornar frequente: tráfego agitado, carros, ônibus e motos por todos os lados, buzinas em alto e bom som, marcha lenta, calor, impaciência… Tudo isso ficando para trás no retrovisor da sua bicicleta. Eles ficam, você segue. Ali, ao lado dos automóveis. Cuidadoso, você ganha um tempo precioso. A sensação de mobilidade é plena. Graças à bicicleta.
Goste você ou não, as "magrelas" invadiram as ruas e agora são um meio de transporte eficiente quando o assunto é o deslocamento urbano. E o que melhor: uma alternativa econômica se você pretende evitar ou diminuir as despesas com o transporte público, carro particular ou mesmo táxi (este repórter que vos escreve, inclusive, pode comprovar, já que desde o mês de março se tornou ciclista e usa a bike ao menos três dias por semana para ir ao trabalho). Usar a bike virou sinônimo de economia e sustentabilidade.
A equação é simples: custa menos que um carro, circula com facilidade e a manutenção é simples e barata. Pedalar faz bem, modela o corpo, diminui o estresse e ajuda o seu bolso. Segundo especialistas em finanças, é possível economizar entre R$ 200 e R$ 600 por mês com o uso da bike. Ainda mais se você considerar os valores atuais do litro da gasolina (2,75, em média), da bandeirada do táxi (R$ 3,80, na bandeira 1) e das passagens de ônibus (R$ 2,15, o anel A, mais usado entre os trabalhadores, segundo o Consórcio Grande Recife Consórcio de Transportes).
A estória do técnico em eletrônica Walter Gomes Pereira, 33, é curiosa e serve de exemplo para este texto. Em agosto de 2011, após realizar um exame de sangue, Walter descobriu um aumento na taxa de glicose (303mg/dl). O tratamento? Hábitos saudáveis, reeducação alimentar e eliminação do sedentarismo. O "remédio": ela, a bike, comprada um mês após o diagnóstico.
"Desde então eu tento ir todos os dias de bike para o trabalho. Depois de uns 45 dias a minha glicose já estava normal (85mg/dl). Vi o quanto foi benéfico não só para a minha saúde, mas também para o bolso. Sem falar na sanidade mental, pois o transito de Recife virou uma selva", conta Gomes. Ele herdou parte das peças de uma bicicleta dod irmão, que também trocou o carro pela "magrela". No geral, segundo ele, gastou cerca de R$ 1 mil incluindo os itens de segurança.
"Gastei uns R$ 200 com capacete, pisca dianteiro e traseiro", diz. Valeu à pena? Para Walter sim, uma vez que ele gastava cerca de R$ 350 por mês com gasolina para o seu carro, um modelo Celta 2009. De manutenção, ao menos uns R$ 400 a cada seis meses. "Hoje eu gasto uns R$ 200 com combustível. A grana que tem sobrado está servindo para organizar as finanças no começo de ano", completa.
Trocar o carro ou o transporte público pela bike parece ser uma boa solução para o orçamento. Tanto que a produção de bicicletas no Brasil aumentou nos últimos anos, embora em 2011 o número de bikes caiu 6,5% (4,6 milhões) em relação a 2010 (4,9 milhões). Parte da redução, na análise da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), que informou os dados, se deve ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as bicicletas importadas, que têm grande consumo entre os brasileiros.
Mesmo assim, as estatísticas são favoráveis ao setor. O Brasil, segundo a Abraciclo, é o terceiro maior produtor de mundial de bicicletas (4%), atrás da Índia (8%) e da campeã China, com incríveis 67%. No mercado consumidor, os brasileiros ficam na quinta posição do ranking, com os mesmos 4%. Lideram a lista a China (21%), EUA (15%), Japão (8%) e Índia (8%).
Custo-benefício
Saber se o uso da "magrela" vai mesmo garantir uma economia no seu orçamento, só mesmo testando. A começar pela compra. No mercado, há modelos variados (os mais procurados com marchas de velocidade) com valores médios entre R$ 300 e R$ 3 mil. Tudo depende do gosto e das possibilidades financeiras do candidato a ciclista. Quanto à manutenção, não se preocupe.
Nas lojas revendedoras, o valor cobrado por uma revisão básica na bike varia entre R$ 20 e R$ 40, dependendo do serviço. A "calibrada" confere freios, pneus, marchas, lubrificação, luzes de sinalização (o Código Nacional de Trânsito exige o uso de itens mínimos de segurança), tudo é analisado.
"Sem dúvida é uma boa alternativa de economia, pois o que se poupa com a redução das despesas com combustível e manutenção veicular pode ser usado para outros pagamentos. Um bom exemplo é o material escolar. Um usuário de bicicleta que economiza de R$ 100 a R$ 150 por mês com gasolina terá um valor suficiente para pagar a compra do material escolar dos filhos com desconto, no fim do ano", destaca o professor de economia e analista financeiro da Faculdade Boa Viagem (FBV), Roberto Ferreira.
Para descobrir o custo-benefício, você pode calcular quanto gastaria utilizando a bike. Uma opção é descobrir quanto gasta de gasolina, passagens de ônibus ou táxi. Obviamente, deve levar em consideração a distância da sua residência para o trabalho e os dias úteis do mês, geralmente uma média de 20. Depois, é hora de escolher um modelo que caiba no seu orçamento. O resultado pode aparecer a curto ou médio prazo. "Gasto, em média, 30 minutos de casa para o trabalho, um percurso de 10 quilômetros. De carro, certamente levaria muito mais tempo", atesta Walter Gomes.
Feitas todas as contas, é hora de buscar, além do resgate da saúde, a reeducação financeira. Não é por que a "magrela" está promovendo uma revolução financeira que você vai detonar as economias. O custo de uma bicicleta é muito baixo em relação a um carro, por exemplo. Com organização, é possível ter uma saúde física e financeira em harmonia", completa Roberto Ferreira. O meio ambiente e o seu bolso agradecem.
Saiba mais
O custo de uma "magrela"
Mais procuradas - híbridas (servem para o deslocamento urbano e passeios)
Preço - geralmente, entre R$ 300 e R$ 3 mil, dependendo do modelo e material usado na fabricação. Os valores podem ser maiores
Segurança - de R$ 100 a R$ 400, para a compra de capacete, luzes de sinalização (piscas e faróis), luvas, roupas, sapatos, óculos, etc. O mercado oferece valores variados
Manutenção - pode ser feita a cada dois ou três meses ao custo de R$ 20 a R$ 40 nas lojas revendedoras de bikes e peças. Dependendo do serviço, o preço pode subir. Revisão básica: pneus, freios, luzes, lubrificação e quadro da bicicleta
Vida útil - o tempo é indeterminado, uma vez que vai depender do seu hábito de conservação, ou seja, você não precisa trocar a bike com frequência, como muitos usuários de veículos
Fontes: Abraciclo e lojas revendedoras
Ausência de calçadas, ausência de cidadania
domingo, 17 de junho de 2012
Pedal de domingo
sábado, 16 de junho de 2012
Trajeto do pedal de quinta-feira
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Atropelador de ciclistas de Porto Alegre irá a júri popular
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
A Justiça do Rio Grande do Sul decidiu levar à júri popular o funcionário do Banco Central Ricardo Neis, que atropelou 17 ciclistas durante uma manifestação do grupo Massa Crítica em Porto Alegre em 2011.
Pela decisão da juíza Carla Fernando De Cesaro, Neis vai responder no julgamento por 17 tentativas de homicídio, com os agravantes de motivo fútil e meio que dificultou a defesa das vítimas. Ainda cabe recurso à decisão, que saiu nesta quinta-feira.
O crime aconteceu em fevereiro de 2011 em uma rua da região central da cidade.
O acusado afirmou que foi ameaçado pelo grupo de ciclistas e que acelerou seu Golf contra os participantes para fugir do local e proteger o filho, que também estava no automóvel. Os integrantes do movimento negam as ameaças.
Neis, 48, chegou a ficar preso por um mês, mas responde ao processo em liberdade.
O advogado dele, Marco Alfredo Mejia, diz que vai recorrer a todas as instâncias para que não ocorra o júri popular. Ele reclama que a Justiça não autorizou a elaboração de perícias e a reconstituição do caso.
Dahon Speed para viajar
Desinteligência
DENISE LUNA
DO RIO
Em plena realização da Rio+20, conferência da ONU que tem entre seus objetivos encontrar formas de reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera, a Petrobras anunciou ontem um plano de negócios que aumenta os investimentos em combustível fóssil (petróleo e gás) e reduz na área de biocombustíveis (etanol e biodiesel).
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Sistemas de transporte na Holanda
Leia a entrevista do Mobilize Brasil com Ivo Bastiaansen, especialista de mobilidade urbana da Movares Nederland B.V.
Autor: Victoria Brodus
Com a população em torno de 17 milhões de pessoas - dois milhões a menos do que a região metropolitana de São Paulo – a Holanda é um país que se pode atravessar, de ponta a ponta, sem sair da ciclovia. É também um modelo mundial de integração dos modos de transporte.
Mas, que lições as cidades holandesas, tão diferentes das grandes e complexas metrópoles brasileiras, podem trazer para a mobilidade em nosso país? Quem responde é o especialista de mobilidade urbana da Movares Nederland B.V., Ivo Bastiaansen, em entrevista à Victoria Brodus, colaboradora do Mobilize. Nesta entrevista, Bastiaansen fala, entre outros temas, do desenvolvimento e funcionamento do sistema de transportes holandês.
Todas as cidades holandesas são exemplos de mobilidade urbana e integração entre modos de transporte?
Algumas cidades holandesas são sim exemplos de integração modal, especialmente as maiores, como Amsterdã, Utrecht e Roterdã. Por outro lado, há cidades em outros paises que neste aspecto são melhores ainda – é o caso de Basel, na Suiça, onde o bonde (tram) liga as zonas rurais ao centro da cidade; Karlsruhe, na Alemanha, onde o bonde utiliza o trilho do trem para facilitar o acesso ao mercado principal; e Paris, onde as linhas do bonde não são apenas orientadas para o centro, mas também são tangenciais.
Uma das características mais evidentes do sistema de transporte holandês é o uso da bicicleta. Sem a bicicleta, nossos estreitos e densos centros urbanos já não seriam acessíveis. As ruas das cidades do século 17 não eram feitas para carros. E a bicicleta é uma alternativa de transporte individual que dá liberdade e rapidez em percursos curtos. Além disso, o crescente uso da bicicleta faz diminuir a demanda pelo transporte público.
Qual é a divisão modal na Holanda? E o papel do carro?
A divisão modal (excluindo aqui os pedestres) é a seguinte: carro, 53%; bicicleta, 30%; e transporte público,17%. Como se vê, o carro ainda é um transporte importante, mas, se ninguém usasse os outros modos, o país inteiro viraria um grande engarrafamento. Então, a nossa estratégia é: promover o sistema mais adequado, em todos os lugares, e seduzir as pessoas para que utilizem os diferentes modos durante uma viagem. Em particular, tentamos facilitar a transferência entre carro e transporte público. Por exemplo, a maior parte das estações de trem oferecem estacionamento barato para incentivar as pessoas a deixarem os carros e pegarem o trem.
Como funciona o transporte público? O bilhete único vale para todo território nacional ou apenas nas maiores cidades?
O sistema é válido para todo o território. O bilhete único está passando por um processo de transição, mudando do antigo strippenkaart, que valia para ônibus e bondes do país, para o novo cartão OV-chip, que incluirá ônibus, bondes e trens, em todo o território nacional. Grupos especiais - idosos ou estudantes, por exemplo - têm tarifa preferencial, subsidiada pelo governo. No futuro - ou pelo menos no sonho dos engenheiros de transporte - todos terão um cartão OV-chip para usar em qualquer transporte público, e que funcionará como um cartão de débito.
As cidades holandesas adotam alguma restrição à circulação de veículos, como pedágio urbano ou rodízio de carros?
Não exatamente, mas o preço do estacionamento nos centros das cidades e em outros pontos densos é muito elevado. Os centros urbanos são otimizados para o transporte público e para pedestres. Isso quer dizer que os carros só podem andar muito devagar, e não podem transitar em alguns caminhos mais diretos por causa das regras de circulação. Há também um imposto geral para quem tem carro, baseado no peso do carro e qual tipo de combustível usa.
Fale da história do sistema de transportes na Holanda. Como se estruturou o atual sistema integrado?
A maior parte do sistema ferroviário foi construída entre 1840 e 1920. Entre 1900 e 1940 havia muitos sistemas de bondes em funcionamento - ligando áreas rurais às cidades - mas a maioria desapareceu após a Segunda Guerra, sendo substituídos por ônibus, que eram mais flexíveis. Nos anos 80, cidades como Amsterdam e Rotterdam tomaram a iniciativa de construir sistemas de transporte coletivo de alta capacidade. Essas são as únicas cidades que operam metrô na Holanda, e os bondes ainda estão em funcionamento em Utrecht, Rotterdam, Den Haag e Amsterdam.
Como é a tomada de decisão sobre quando adicionar uma estação ou abrir uma nova linha?
Para adicionar paradas no sistema ferroviário intermunicipal, o mínimo de passageiros necessário é de 10 mil por dia; também deve haver tempo de sobra nos horários e, claro, a necessidade de uma parada. Para financiamento, o "stakeholder" (partes interessadas) que pede a parada toma conta do orçamento - geralmente isso significa que a comunidade que pede uma estação nova também a financia.
Já para avaliar os custos e benefícios de mudanças no sistema, a ferramenta que mais utilizamos hoje em dia é a análise "custo-beneficio social", que considera não só o tempo de viagem e quantidade de passageiros, mas também os benefícios sociais que as mudanças poderiam trazer para a sociedade.
Que conflitos de interesses surgem no processo de planejamento na Holanda? E como são resolvidos?
O sistema de transporte público é de responsabilidade do governo, e os conflitos que existem são entre diferentes níveis de governo. Esses problemas se resolvem estipulando metas em comum. O setor privado ainda não é um stakeholder no planejamento. No futuro, deverá assumir maior importância, pois representa uma maneira de o governo compartilhar o risco.
Qual o custo anual estimado do sistema de transporte integrado? O sistema gera lucro, ou precisa de subsídios?
Essa pergunta é bem complexa, porque os custos são divididos entre vários departamentos e níveis de governo. A ferrovia pertence ao governo federal, a gestora é a companhia nacional ferroviária, a NS, e a operadora é o ProRail. O custo anual para manter a ferrovia gira em torno de 1.100 milhões de Euros. Esse custo não inclui novas construções e custos gerenciais.
A NS contrata – por meio de concessão - a capacidade ferroviária do ProRail. Hoje em dia, a NS já não é monopólio; outras gestoras são a Veolia e a Synthus. A NS procura cobrir seus próprios custos, e o governo paga em caso de perdas. As outras duas gestoras são empresas comerciais que geram lucro.
No sistema de ônibus, as companhias também compram concessões pelo uso de certas linhas. As concessões são feitas pelo governo provincial e a infraestrutura é financiada pela província.
Há também, em todos os grandes municípios, sistemas de ônibus públicos que são financiados pelo governo municipal. Às vezes, o uso desses sistemas é tão baixo que não mudaria muito o custo operacional para o governo oferecer o serviço de graça. Nesse caso, um bom exemplo é a cidade Bélga Hasselt, que oferece serviço de ônibus de graça dentro dos limites da cidade, e portanto acaba atraindo muitos usuários.
Quais os futuros projetos de obras de infraestrutura da Holanda?
Por ora, não podemos fazer obras novas, por razões políticas e econômicas (custos altos, duração longa de obras). Portanto, a meta agora é aproveitar melhor a infraestrutura existente.
O sistema ferroviário está sendo modificado para acomodar mais trens rápidos (300 km/h), que fazem conexões inter-europeias e servem assim como alternativa para viagens que seriam feitas de avião ou carro. Quatro estações estão em obras para receberem esses trens rápidos, e o ProRail vai adicionar mais trens por hora em algumas linhas para comportar o aumento de passageiros. O projeto é chamado de "Programa ferrovia de alta freqüência"; por ele, alguns pontos de travessia terão de ser modificados para serem de múltiplos níveis, e alguns ônibus que servem às estações de trem terão de ser substituídos por bondes de mais alta capacidade.
A Grande São Paulo tem tanta gente quanto toda a Holanda. Então, que práticas poderiam ser trazidas com sucesso para São Paulo?
Penso por exemplo na bicicleta. O uso da bike depende muito do "status" deste veículo, ou, a visão que a população local tem dele. É preciso lembrar que, mesmo na Holanda, há pessoas que jamais usarão uma bicicleta para se locomoverem, mesmo com todos os argumentos a favor dessa modalidade. Então, se for possível fazer com que os paulistanos vejam a bicicleta como uma alternativa mais "cool", aí sim poderia dar certo. Outra coisa é que São Paulo precisa de planejamento espacial e apoio político de todos os níveis de governo para promover o sistema integrado. Da mesma maneira, é preciso que uma boa parte de todas as classes sociais use o sistema de transporte público.
Fonte: Mobilize Brasil
Impacto ambiental gerado por prédios
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Grande parte do impacto ambiental gerado pelos prédios é causado pela falta de conhecimento de arquitetos e engenheiros. A análise é da arquiteta Viviane Cunha, 48, responsável por avaliar edifícios que ambicionam o selo inglês Breeam, primeiro certificado ambiental do mundo, criado logo após a Eco-92.
"As faculdades não tinham e, muitas, ainda não têm esse tipo de informação. Se juntar dez arquitetos para explicar o que é madeira certificada, aposto que nove não vão saber. Ou vão dizer que sabem e vão falar absurdos. Geramos muito impacto por ignorância", disse ela.
Na sua avaliação, as pessoas ignoram o impacto que os materiais produzem. "Não sabem, por exemplo, que o cimento está relacionado com a emissão de CO2. E todo mundo usa. Quem faz uma obra em casa sem cimento?"
Cunha é uma das escolhidas para falar no máximo 18 minutos no TEDxRio+20, que ocorre nesta segunda (11) e terça-feira (12) no Forte de Copacabana, no Rio. O encontro terá como tema central o poder humano e como ele pode ser usado para solucionar problemas do mundo.
Para ela, a forma de produção de prédios no Brasil não ajuda a construção sustentável. Ao comparar o trabalho do arquiteto inglês Norman Foster, responsável pela torre Gherkin em Londres, ela diz que o processo de criação brasileiro "dá pena".
"[O Gherkin] Tem todos os losangos da janelas do mesmo tamanho, para facilitar a produção. Existe toda uma técnica. Estamos em outro patamar, é para humilhar a gente. [Aqui] Você acaba o estudo, o cliente já quer começar a obra. Detalha tudo enquanto a obra está começando, muda as coisas no meio."
Apesar disso, Cunha é otimista. Ela diz ver aumento no interesse por prédios sustentáveis. Para ela, grandes empresas buscam selos verdes para suas sedes para obter "credibilidade à imagem". "Não é o motivo ideal. Mas o importante é que estão procurando", afirma ela.
A arquiteta foi a primeira na América Latina a se tornar avaliadora do Breeam (Método de Avaliação Ambiental do Estabelecimento de Pesquisa para Edifícios).
A certificação ambiental considera nove pontos das construções para avaliar sua sustentabilidade. As principais são uso da energia, saúde e bem estar no imóvel, e materiais utilizados.
Para Cunha, professora da FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas), o principal empecilho para a tecnologia verde é a falsa ideia de que a sustentabilidade é cara.
"Se os produtos não sustentáveis estão gerando impacto, isso tem um custo depois indiretamente. E não anda demorando a aparecer. Há hotéis imensos que não usam a fama de sustentável que estão trocando as lâmpadas para LED, reuso de água de chuva, porque a médio prazo são mais econômicos", afirmou.
RIO+20
Cunha afirma estar otimista com a realização da Rio+20. Ela diz não esperar resultados práticos, mas que o debate estimule o surgimento de iniciativas verdes.
Ela elogiou a intenção da Prefeitura do Rio de dar isenção fiscal a construções que cumpram quesitos sustentáveis. Mas afirma que o país ainda tem muito o que avançar na legislação.
"A Inglaterra está muito além da gente. Os critérios de certificação [ambiental] estão dentro da legislação. Todos os prédios públicos, de prisão a colégio, têm que ter certificação em nível excelente."
A era pós-automóvel.
Dentro de 50 ou 100 anos não haverá automóveis nas grandes e médias cidades. Caso um morador de tais cidades queira possuir um automóvel, o veículo ficará em bolsões de estacionamento fora dos limites da cidade. Dentro das cidades haverá apenas o transporte público (utilizando-se de energias limpas e silenciosas) e os diversos tipos de transporte ativo (os pés, as bicicletas).
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Escolas de bicicleta em São Paulo
O programa "Escolas de Bicicletas", único de formação de ciclistas urbanos do mundo, criado pela Secretaria Municipal de Educação, já tem alunos formados, que passam a fazer o trajeto casa-escola com bicicletas de bambu. Até dezembro, os 45 CEUs terão cerca de 4,6 mil alunos formados.
A partir desta segunda-feira (4/6), bicicletas de bambu, antes inéditas no Brasil, passam a circular pela cidade São Paulo pelas mãos dos alunos da Rede Municipal de Ensino. O programa Escolas de Bicicletas, único de formação de ciclistas urbanos do mundo, criado pela Secretaria Municipal de Educação, acaba de formar a primeira turma de alunos no CEU São Mateus, localizado na Zona Leste. O projeto começou em março. Até dezembro, os 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade e o Centro de Convivência Educativo e Cultural de Heliópolis terão cerca de 4,6 mil estudantes formados.
"Eles são o espelho do programa que atingirá todos os cantos da cidade", afirma Daniel Guth, coordenado-geral do programa que une educação e sustentabilidade. Cada Escola de Bicicleta terá até o fim de 2012, cem alunos ciclistas, entre 12 e 14 anos, que farão diariamente o trajeto casa-CEU-casa em comboios de 15 a 25 estudantes. Dentro da escola eles têm paraciclos para o estacionamento das bikes e monitores treinados pela secretaria e pelo Instituto Parada Vital, que ensinam desde noções de equilíbrio até regras de trânsito e manutenção das bicicletas. Ultrapassados os muros da escola, os alunos ganham juntos as ruas do bairro, em ciclo-rotas criadas por uma equipe do CEU, pedaladas e aprovadas por ciclistas experientes.
Ruas de São Mateus
Leonardo da Silva de Souza, 18 anos, é o monitor de um grupo de 19 crianças que todos os dias irá para escola com a nova bike. O caminho para chegar ao CEU passa pelas travessas Manhã de Carnaval, Sabor de Mim, País Tropical, ruas tranquilas do bairro Parque Boa Esperança, mas que agora chamam a atenção do moradores. Quando o comboio passa, eles gritam: "olha a bicicleta de bambu do CEU!". Leonardo, também morador do bairro, nunca imaginou antes ter como instrumento de trabalho, em seu primeiro emprego, uma bicicleta. "Agora ela é meu ganha-pão, já faz parte de mim", garante. E acrescenta: "para quem eu conseguir passar esse novo estilo de vida, eu vou tentar".
Preparando um ciclista
A Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Parada Vital formularam uma metodologia conjunta para treinar e capacitar monitores que atuam diretamente com os alunos nos CEUs. Além de conhecimentos sobre legislação, normas e regras de trânsito na cidade de São Paulo, os monitores tiveram curso de primeiros-socorros, aprenderam sobre a mecânica das bikes e estão capacitados a ensinar o aluno a pedalar, ter equilíbrio, autonomia com as mãos, entre outros aspectos cognitivos.
O caderno de um aluno que faça parte do projeto Escolas de Bicicleta tem lições sobre legislação de trânsito, transporte sustentável, estilos e modalidades de bicicleta, oficina de mecânica e montagem, história e cultura da bicicleta, educação ambiental, e até orientações sobre liderança e mediação de conflitos. Terminadas as anotações, é hora de subir na magrela e treinar equilíbrio, postura e resistência. Até mesmo a criança que nunca andou de bicicleta pode se tornar um aluno-ciclista. "Com o novo projeto temos mais segurança para andar nas ruas. E vamos mostrar para as pessoas como andar de bicicleta é legal e bom para o meio ambiente", diz Edmilson Henrique Ferreira, 15 anos, o novo ciclista da Escola de Bicicleta do CEU São Mateus.
Os principais critérios para a escolha dos jovens são: ser aluno da escola de Ensino Fundamental do CEU; ter prioritariamente entre 12 e 14 anos; morar no entorno da ciclo-rota indicada e ter o consentimento dos pais. Ao final de um mês de aula, cada aluno recebe um certificado, entregue na presença dos pais, para que possa, a partir daí, fazer o trajeto diário casa-CEU-casa, com seus colegas.
Dinamarca-SP
Para pôr essa ideia no asfalto, a Secretaria Municipal de Educação teve como consultor o dinamarquês, especialista em mobilidade urbana, Mikael Colville-Andersen, que criou o conceito Copenhagenize, uma proposta para inspirar as cidades de todo o mundo a se tornarem amigas dos ciclistas, como é a capital da Dinamarca, onde 37% da população (500 mil pessoas) usa a bicicleta como meio de transporte todos os dias. Segundo Mikael, com este novo programa, as crianças e jovens criarão a "cultura da bicicleta emergente", ou seja, as bicicletas são um símbolo daquilo que se deseja para a cidade. "Não é uma questão de tirar todos os carros da rua, mas de promover o retorno das bicicletas, pela saúde das crianças, para transformar as comunidades em lugares melhores para se viver." Para ele, "o programa vai inspirar muitas cidades ao redor do mundo".
Segundo Daniel Guth, a segurança é garantida pelos monitores, pelas ruas tranquilas, onde o compartilhamento já é natural e pela conscientização de toda comunidade. "O comboio tem esse papel educativo que é diário: você tem uma bicicleta que é de bambu, colete, capacete, monitor, crianças juntas; na primeira semana o bairro todo já sabe daquilo e passa a respeitar." E completa, "Copenhague não é São Paulo, mas São Paulo pode ser cada vez mais Copenhague".
Kit
As bicicletas do programa são customizadas e inéditas no país. Os quadros feitos de bambu foram criados pelo designer brasileiro Flávio Deslandes, que inventou a primeira bicicleta de bambu em 1995 e hoje desenvolve seus projetos na Dinamarca. No Brasil, elas estão sendo construídas dentro do CEU Jardim Paulistano. Além das bikes, os alunos recebem um kit composto por capacetes, iluminação, colete refletivo, bagageiro e alforje, buzina, espelho retrovisor e cadeado. A Secretaria Municipal de Educação investiu R$ 3,1 milhões na implantação do programa. O investimento para manter o programa é de R$ 1,4 milhão por ano.