Serve para qualquer cidade e prefeito

Texto escrito por Gilberto Dimenstein acerca dos candidatos a prefeito em São Paulo e que, obviamente, serve para qualquer prefeito.
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Um prefeito estadista
Gilberto Dimenstein


Já que todos os candidatos à Prefeitura de São Paulo estão ostentando o rótulo do "novo", eles deveriam prestar atenção num prefeito-estadista, que uniu coragem e inteligência --e daí se pode comparar e ver a mediocridade de nosso debate.

Uma das cidades que mais me impressionaram no mundo foi Bogotá, capital da Colômbia. É uma cidade de terceiro mundo, caótica como São Paulo, mas encontrou soluções inovadoras nas mais diversas áreas, a começar do transporte público.

Isso se deve, em parte, ao ex-prefeito Enrique Peñalosa, que, durante seu mandato, abriu espaço para pedestres, ciclistas e os transportes públicos, topando a briga com os carros. Foi uma revolução urbana.

Suas inovações tiveram tanto impacto que influenciaram cidades como Nova York.

Ele apanhou muito no começo, mas, depois, virou uma referência. O que ele fez foi simplesmente colocar a cidade em primeiro lugar. Não tinha outra agenda.

Graças aos repórteres Vaguinaldo Marinheiro e Regiane Teixeira, da Folha, podemos ver um vídeo em que o ex-prefeito analisa a cidade de São Paulo e seus carros, fazendo propostas ousadas e que deveriam merecer atenção de todos os candidatos.

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Tomar contato com a experiência de Bogotá me ajudou a defender aqui a tese de que um prefeito estadista só pode ter na cabeça a agenda da cidade, sem se preocupar nem mesmo com a reeleição.


Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.