sábado, 27 de novembro de 2010

pura natura

na trilha, em aldeia, bela estradinha, na sombra, túnel de árvores.


mateus é o cara

quarta-feira final da tarde mais uma corrida de kart. não valeu pontos para o nosso campeonato amador. como sempre, vence mateus. dizem que ele é imbatível. mas meu irmão, maninho, que chegou em segundo lugar, estava com a faca nos dentes e, parece, dizem, que ele chegou a ameçar uma ultrapassagem sobre mateus. foto do kart abaixo. gosto dessas fotos que saem borradas, apesar da minha incompetência técnica e instrumental em fazer fotos dos carros em velocidade.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

subindo a br-232

domingo, saímos cedo para um passeio de bicicleta. seguimos para a br-232, que sai do recife em direção ao interior de pernambuco. fomos até um dos primeiros postos de combustível da rodovia. estava cheio de ciclistas por lá. tomamos uma água de coco e voltamos.


sinal sinais

no nosso passeio de bicicleta no domingo passado, seguimos até a br-232, saindo de recife, e na volta até passamos por uma das raríssimas ciclovias do recife, aliás uma ciclofaixa. a cidade tem que ter é ciclovias de mesmo, ciclovias em que a bicicletas esteja fisicamente separada dos outros veículos. ciclovias de verdade.


corrida das bandeiras

mais uma foto da corrida das bandeiras, que encontramos no nosso roteiro do pedal de domingo.


corrida das bandeiras

no domingo, saímos cedo para uma pedalada até a br-232 e, no caminho, encontramos o povo correndo na corrida das bandeiras, organizada pelo exército. aqui, perto de um ponto de abastecimento, olha a quantidade de copos pelo chão.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

na velocidade

em aldeia, camaragibe, ali por dentro, agora no meio das trilhas e estradões de barro apareceu uma estrada asfaltada. recém-asfaltada. na velocidade, foto em movimento.


cotidianamente


depois de uma boa pedalada, comida, quem sabe uma cerveja, quem sabe um vinho. pedalar, comer, conversar, sem pressa. pedalar sem pressa. tempo para parar e tomar uma água de coco. os dias normais, ir de bicicleta para o trabalho. há tempos não uso despertador. se acordar cedo, saio cedo, se acordar mais tarde, saio mais tarde. saindo mais tarde, divirto-me com a rua cheia de veículos. tão cheia, trânsito lento, parado, tão cheia que as motocicletas também param, sem espaço nos corredores. a bicicleta passa em todos os corredores. motoristas são malucos. pessoas que comem nos restaurantes com seus filhos pequenos são malucos. qual o prazer da comida e da conversa quando se tem que educar e alimentar os pequenos selvagens? muitas vezes, penso, percebo, essas pessoas só estão ainda juntas por causa dos pequenos indiozinhos que devem transformar em gente civilizada. 

sábado, 20 de novembro de 2010

McCartney de bici em SP, dizem

vi e li na Folha.com:

Paul McCartney deixa hotel em segredo para passear de bicicleta em SP.

Paul McCartney passeou de bicicleta em São Paulo no final da manhã deste sábado. O ex-beatle deixou o hotel Grand Hyatt, onde está hospedado, por volta das 11h e foi ao Parque do Povo, localizado no bairro Itaim Bibi. McCartney saiu pela garagem munido de bicicleta. Segundo pessoas ligadas à produção, é uma prática comum sair para conhecer parques. No local, acontecia a final da Federação Brasileira de Bumerangue, mas o movimento era tranquilo.

trilha em aldeia

uma fotinha da trilha em aldeia no feriado de 15/11, descendo ladeiras - e subindo - com eliane.


mais uma bicicleta na minha vida

ao longo do tempo, já tive várias bicicletas que se foram perdendo, sumindo, sendo doadas, sei lá.
outro dia estava tentando fazer uma lista das bicicletas que comprei, e de algumas não lembrava mais o modelo, mas coincidência ou não, todas eram caloi. é um tipo de relacionamento de amor e ódio. gosto das caloi e ao mesmo tempo vejo como a caloi poderia ser melhor e como ela nos trata como débeis mentais.

em algum momento da vida, cheguei a ter quatro bicicletas ao mesmo tempo aqui em casa. uma pertencendo a meu filho, outra a minha esposa, duas minhas. mas internamente eu considerava todas minhas. usava todas elas.

até a semana passada, duas bicicletas eram a nossa pequena coleção aqui em casa. uma minha, uma de mateus, meu filho, ambas adaptadas para o cicloturismo, com bagageiros. quando a minha quebrava ou ia para conserto, eu me apossava da de mateus.
essas duas bicicletas estão ficando velhinhas, castigadas, muitas viagens,etc.

fui na minha loja preferida aqui em Recife e testei três bicicletas, queria comprar mais uma.

testei uma dahon eco 3, gostei mas achei nervosinha, e um pouco inadequada para os buracos e lombadas do recife.
mas ainda pretendo ter uma dobrável aro 20 um dia.
e pretendo viajar com ela.

testei uma caloi elite 2.8 que estava em promoção. achei a posição de pilotar muito agressiva, lançada totalmente para a frente, incômoda demais para quem, como eu, prefere o cicloturismo para observar o mundo e a paisagem, e prefere trilhas para curtir e não para provar que pode subir essa ou aquela ladeira imeeensa.

por fim, vi uma bici escondida no meio de tantas, a caloi sport comfort, me agradou a aparência dela, o guidão elevado. testei e gostei muito da posição de pilotar, bastante confortável, olhando a paisagem.

comprei e pretendo fazer algumas viagens nela, daqui um tempo. tenho usado urbanamente para vir ao trabalho e outras pedaladas urbanas e estou muito satisfeito.
é claro que ela poderia ter alguns componentes melhores, como os aros, os pedais e o câmbio, mas no geral é uma bicicleta que me agradou bastante.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

trilha

fizemos um pedal urbano (domingo) e uma trilha leve na segunda-feira feriado. pegamos estradões de barro, estradinhas, um single track no meio de uma plantação, subidões e descidões, catongues (como diz piauí) e pirambeiras. tudo isso em aldeia, saindo do posto dislub, km 9. em ritmo leve, de cicloturismo.


cotidiano

(escrito em 10/11/10).
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quatro e pouco da tarde. chego em casa. a casa vazia. a melhor casa é quando a casa está vazia. banho. desenho. ou desenhos. uma hora de desenho não é nada. uma hora de pintura não é nada. não dá para fazer nada em uma hora de desenho. desenhos pequenos em papel pouco maior que 10 x 15 cm. caneta esferográfica preta.
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um dos habitantes da casa chega e logo sai.
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desço à rua, como, volto, subo. casa. um pouco bem pouquinho de desenho. silêncios. silêncios mútuos. um pouco de filme, robô. um pouco de desenho de novo. preparo a cama. deito, leio. durmo. profundamente.
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acordo cedo. organizo a mochila para ir de bicicleta ao trabalho. olho pela varanda e vejo chuva no recife, até fortinha. faço café e coloco pratos e xícaras na mesa. folheio uma revista que trouxe de uma viagem, vejo assuntos que me interessam e percebo por que havia conservado a revista. tomo café com leite torradas e queijo.
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dúvida sobre a bicicleta, chuva. chuva parou. decido continuar com o propósito de ir de bicicleta. olho para fora e penso que as ruas não teriam muitas poças dágua. desço e calibro os pneus. mochila, capacete. desço, bicicleta, luvas, manguitos. ruas quase secas, poucas poças. trajeto tranquilo até o trabalho. motoristas nervosos e acelerantes, o normal. chego ao edifício na avenida conde da boa vista. quem foi esse? antes do bicicletário, em uma parte de sombra e vento encanado, páro, retiro luvas, capacete, tudo, preparo o cadeado da bici e vou para o bicicletário prender a bicicleta. lá é um cantinho sem vento. subo e trabalho.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

férias novamente

alô alô alô. houston, temos um problema... é, estive uns dias ausente do mundo virtual. e é muito bom, sempre. o mundo virtual não é. ele não é. estive de férias.

aquele tipo de férias a trabalho. me mandam viajar para cidades do sertão de pernambuco, vou, é como estar de férias. hotel, café da manhã, não precisar cuidar de nada da casa. trabalhar perto – geralmente – perto do hotel. de tarde, caminhadas pela cidade, praticar aquele esporte: observar pessoas. então é férias.

quando estive na longínqua ouricuri, caminhei no calçadão do centro da cidade. o ar quente preenche a cidade até as oito da noite. muitas bicicletas e muitas motocicletas. no sertão, as pessoas não parecem mais usar os veículos de tração animal, a motocicleta substitui tudo. as concessionárias de motocicletas proliferam em todas as cidades, em geral situadas à margem das rodovias para serem bastante vistas.

os prefeitos não existem. os prefeitos não administram. em ouricuri, seria tão simples melhorar o calçadão para os usos da população, mas nada é feito ali há anos. muita gente usa esse calçadão central, situado no meio da via, largo e com árvores. muita gente caminha ali, outros conversam e namoram nos bancos, outros levam cadeiras e se ocupam em observar os passantes. bares e lanchonetes se distribuem pelo comércio que acompanha essa via. entretanto, o calçadão é interrompido continuamente para que veículos possam fazer o retorno ou atravessar a via.

seria tão simples melhorar o uso do calçadão. é somente eliminar todos esses retornos, semáforos e travessias e unificar o calçadão, fazendo com que os veículos fizessem o retorno apenas nas extremidades do calçadão unificado, através de rotatórias. veículos devem fazer trajetos maiores para que os pedestres e cidadãos possam usufruir melhor da cidade.

acessoriamente, o piso atualmente irregular do calçadão deveria ser refeito, a separação entre espaço de caminhar e as árvores deveria ser eliminado, a quantidade de bancos deveria ser aumentada e as faixas de pedestres deveriam ser sinalizadas e elevadas em relação ao asfalto da via. simples, factível. porém, como em quase todas as cidades brasileiras, não temos gestores, administradores da coisa pública.

por fim, quero falar da delícia e da dor de viajar de bicicleta e de motocicleta. parte dessas férias de quatro dias no interior do sertão do fim do mundo de pernambuco fiz de motocicleta. viajar de motocicleta e de bicicleta é impressionantemente superior a viajar dentro de um automóvel. claro que viajar de moto é diferente e semelhante a viajar de bici. muito diferente e alguma coisa pouca semelhante. mas ambas essa formas são muito mais deliciosas que o automóvel.

a autonomia, a facilidade de mudar o trajeto para ver algo, a facilidade de parar em qualquer local mais belo de ver e admirar, o contato direto com o clima, vento, chuva talvez, respingos, poeira, impacto do deslocamento de ar dos caminhões. o asfalto passando em alta velocidade a poucos centímetros das minhas botas. a dor da posição e o cansaço das pernas (isso é bastante parecido com a bicicleta). a dor e a delícia. há momentos surpreendentes, quando o motor da motocicleta parece estar em perfeita sintonia com o asfalto, com o clima, com o piloto. as respostas rápidas aos comandos. é isso, mais ou menos.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

downloading nancy

filme esquisito. eu nunca havia ouvido falar desse filme. inventei de assistir apenas porque vi o nome de maria bello nos créditos. é uma atriz que me interessa, quase sempre coadjuvante, quase sempre despercebida. então, assisti o filme. no escuro. sem saber nada do filme.

jason patric e maria bello, os atores principais. o filme se desenrola lentamente mas não cansa. na forma de contar a história, me recorda o "the girlfriend experience". são filmes que contam a história descronologicamente. um pedaço do hoje, um pedacinho do futuro. volta no passado. vai no futuro. parece até moda.

filme triste. sobre desamor e amor. maria bello é uma mulher casada que sofreu abusos de um tio na infância. hoje, casada, vive uma vida de silêncios e incompreensão mútua com o marido. ela corta-se propositalmente vez em quando, nos braços e pernas. anda com uma caixinha de lâminas. há cenas das sessões de terapia que ela frequenta, mas que não parecem adiantar. ela não colabora muito, é verdade.

ela e jason patric desenvolvem um relacionamento pela internet, baseado no interesse de ambos pela dor. causar e sentir dor. filme triste mas vale a pena assistir.


bicicleta em dia de eleição

(foto: voltando para casa em um dia comum)

foi bom o domingo, dia de ser obrigado a ir votar. se não fosse, pagava três reais e cinquenta centavos, mas a burocracia até o momento de pagar deve ser chatesésima. saí de bicicleta em direção a olinda, cidade perto de recife, onde voto. já na avenida norte, caiu o maior pé dágua, de repente, de um minuto para o outro. claro, o céu nublou um pouco, antes. mas a chuva começou sobre mim repentinamente. subi a calçada e me abriguei em um das inúmeras cobertas metálicas das lojas. parou outra bicicleta junto a mim. choveu forte por poucos minutos. logo já clareava para o lado do mar. a avenida norte virou um rio. como sempre acontece no recife, quando chove. chuviscava, mas havia muita água na avenida. um grupo de mulheres e crianças se abrigou também naquela coberta. a maior parte dos veículos passava pelo meio da avenida, próximo ao gelo baiano, evitando a maior concentração de água perto das calçadas.

um ônibus viu a água e viu as pessoas abrigadas e decidiu - d e c i d i u - passar pela água levantando um enorme esguicho de água em direção a nós. a água suja molhou levemente algumas crianças que estavam mais para fora, na calçada. o motorista fez isso porque quis. o motorista fez isso porque deve odiar o mundo e o ônibus e a sua vida de merda. só pode ser essa a explicação.

como enfrentar esse tipo de ódio gratuito que se encontra tão frequentemente nas metrópoles?

a chuva passou de vez. segui pela avenida norte desviando dos rios criados pela chuva rápida. no caminho para olinda, um sol fortíssimo secando tudo que havia sido molhado. cheguei em olinda, votei. não havia filas, a votação era muito simples, um único número de dois dígitos. voltei para o recife. alimentei o cachorro que cuida do atelier da torre. casa. banho. roupa.

caminhei até o cinema. assisti ao primeiro filme que estava disponível. queria entrar na sala escura, comer pipoca. o filme, uma comédia bem bestinha mesmo, sem começo nem fim. caminhei de volta para casa.

de noite, vi na tv o discurso da presidente eleita: frio, técnico, rosto impassível. no dia seguinte, hoje, vi na tv um telejornal em que falaram três ou quatro vezes em palavras como emoção, emocionada. onde é que esses jornalistas de segunda categoria estão com a cabeça? em que planeta eles assistiram ao discurso? oxe!

mark haddon

tou gostando demais do livro de mark haddon, uma história que às vezes causa profunda estranheza, em mim, por sua cotidianidade com humor e compreensão dos contraditórios humanos.

"george leu o livro de peter ackroyd em um longo almoço numa pizzaria cheia e ligeiramente inferior à média em westgate. sempre havia achado os comensais solitários tristes. mas agora que ele era um comensal solitário, na verdade se sentia superior." 

(mark haddon - uma coisa de nada)

iteração x interação

consultando o dicionário:
iteração = ato de iterar, repetição.
interação = ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas; ação recíproca.

autoengano

da coluna de hélio schwartsman:

O autoengano é fundamental para a sobrevivência. Cientistas que estudam a depressão descobriram que pessoas clinicamente deprimidas fazem uma avaliação surpreendentemente realistas de si mesmas. O fenômeno até foi batizado de realismo depressivo. Não se sabe ainda se é a depressão que leva à percepção mais acurada ou se é a visão mais realista que provoca os pensamentos deprimentes. De qualquer modo, o excesso de realismo não é lá muito saudável.

a coluna completa está aqui.

Interações não ortodoxas

texto publicado no site ecovelo.info, que traduzi e reproduzo:

Interações não ortodoxas

Depois de muitos anos usando a bicicleta, a maioria dos ciclistas desenvolve uma espécie de sexto sentido que lhes permite antecipar as ações dos motoristas com base na posição que ocupam na via, a velocidade, a educação (ou a falta dela), etc. Partilhar a estrada com os motoristas acabará por desenvolver esta habilidade essencial na maioria dos ciclistas.

Infelizmente, parece que o mesmo não pode ser dito sobre os motoristas. Às vezes, parece que os motoristas ficam completamente perplexos com ciclistas que obedecem as regras das vias , que usam a via quando necessário, e que agem como se bicicletas tivessem o direito de estar nas ruas, tal como qualquer outro veículo. Às vezes, parece que os motoristas esperam de nós ciclistas que pedalemos erraticamente e fora das convenções normais esperadas de todos os condutores de veículos.

Dois exemplos (entre muitos outros) incluem um motorista alertando a um ciclista que pare em um cruzamento quando o motorista tem claramente a preferência e, um motorista desacelerando para deixar que um ciclista faça uma conversão à esquerda quando o motorista tem a preferência no sentido oposto da via. Essas interações não ortodoxas são confusas e potencialmente perigosas.

Talvez, pelo menos parte da culpa por tal situação resida no fato de que nós ciclistas, de fato, às vezes, andamos como se as regras de trânsito não se aplicassem a nós. Em outras palavras, se os motoristas estão acostumados a ver ciclistas andando de forma irregular, talvez eles tenham apenas acostumado a reagir em conformidade, hesitando em suas interações com a gente.

Certamente, seria bem melhor se os motoristas tratassem os ciclistas como idênticos usuários das vias, agindo de forma normal para cada circunstância. Por enquanto, a melhor coisa que nós ciclistas podemos fazer é continuar respeitando as regras da trânsito e enviando mensagens claras sobre as nossas intenções para os outros usuários das vias.