cotidiano

(escrito em 10/11/10).
.
quatro e pouco da tarde. chego em casa. a casa vazia. a melhor casa é quando a casa está vazia. banho. desenho. ou desenhos. uma hora de desenho não é nada. uma hora de pintura não é nada. não dá para fazer nada em uma hora de desenho. desenhos pequenos em papel pouco maior que 10 x 15 cm. caneta esferográfica preta.
.
um dos habitantes da casa chega e logo sai.
.
desço à rua, como, volto, subo. casa. um pouco bem pouquinho de desenho. silêncios. silêncios mútuos. um pouco de filme, robô. um pouco de desenho de novo. preparo a cama. deito, leio. durmo. profundamente.
.
acordo cedo. organizo a mochila para ir de bicicleta ao trabalho. olho pela varanda e vejo chuva no recife, até fortinha. faço café e coloco pratos e xícaras na mesa. folheio uma revista que trouxe de uma viagem, vejo assuntos que me interessam e percebo por que havia conservado a revista. tomo café com leite torradas e queijo.
.
dúvida sobre a bicicleta, chuva. chuva parou. decido continuar com o propósito de ir de bicicleta. olho para fora e penso que as ruas não teriam muitas poças dágua. desço e calibro os pneus. mochila, capacete. desço, bicicleta, luvas, manguitos. ruas quase secas, poucas poças. trajeto tranquilo até o trabalho. motoristas nervosos e acelerantes, o normal. chego ao edifício na avenida conde da boa vista. quem foi esse? antes do bicicletário, em uma parte de sombra e vento encanado, páro, retiro luvas, capacete, tudo, preparo o cadeado da bici e vou para o bicicletário prender a bicicleta. lá é um cantinho sem vento. subo e trabalho.