terça-feira, 26 de outubro de 2010

dicas para ciclistas urbanos


dicas para ciclistas urbanos:

usar capacete:
mesmo que você não acredite na utilidade de um capacete, ao utilizar o capacete no trânsito urbano, os motoristas passam a vê-lo como ciclista, em contraposição aos bicicleteiros; observe, penso que somos todos bicicleteiros e ciclistas, sem distinção. o preconceito ocorre na cabeça dos motoristas. além disso, o capacete torna o ciclista mais visível para os motoristas. prefira capacetes de cores vibrantes, amarelo, laranja e vermelho, por exemplo.

usar luvas:
pelos mesmos motivos de usar capacete. o ciclista passa a se diferenciar no volume do trânsito, e suas sinalizações serão melhor percebidas pelos motoristas. além disso, caso ocorra uma queda, a luva evita os arranhões nas mãos.

usar manguitos:
se você pedala para ir ao trabalho ou à faculdade, por exemplo, e usa camisas de mangas curtas, recomendo usar os manguitos, especialmente se forem de cor vibrante. além de destacar o ciclista, tornando-o mais visível, diminui os arranhões em uma queda eventual, e protege os braços dos efeitos nocivos do sol (quando eu era criança, o sol era bom...)

usar lanterna dianteira e traseira acesas o tempo todo:
mesmo durante o dia, recomendo usar as lanternas ligadas. da mesma forma que acontece com as motocicletas – que inclusive são proibidas de circular sem os faróis acesos de dia – usar as lanternas acesas todo o tempo torna o ciclista mais visível.

sinalizar:
sempre indicar aos motoristas suas intenções, convergir à direita, seguir em frente. nunca, nunca, nunca uma bicicleta deve convergir à esquerda. esse é um dos movimentos mais perigosos que ciclistas e motociclistas executam. deve ser totalmente evitado. faça um trajeto mais longo, mude seu percurso, mas nunca faça a convergência à esquerda.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ferrari

vi na folha.com. foto de fernando alonso percorrendo de bicicleta o autódromo dessa corrida mais recente.
bicicleta ferrari, ao que parece.


uma coisa de nada

começou quando george estava experimentando um terno preto na allders, uma semana antes do funeral de bob green.

primeiro parágrafo do livro "uma coisa de nada" (a spot of bother) de mark haddon.


domingo, 24 de outubro de 2010

vitrine

vitrine de loja, conserto de bonecas. flanando. encontrei no meu caminho, por aí.


prefeitura do recife está morta

Comunidade se une para construir praça
Publicado em 24.10.2010 no Jornal do Commércio - PE

Moradores do bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, cansaram de solicitar à Prefeitura do Recife a construção de um espaço de lazer e decidiram eles mesmos viabilizar a instalação do espaço

Gustavo Maia
gugacfmaia@gmail.com

Os moradores da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, estavam cansados. Não tinham nenhuma área de lazer na comunidade e, por mais que tentassem, não eram atendidos pela prefeitura. Como não aguentavam mais esperar, resolveram se unir em torno do mesmo sonho. Com recursos próprios, compraram o material e com as próprias mãos construíram a Praça da Guabiraba, inaugurada recentemente com merecida festa, também organizada pela comunidade.

A arrecadação do dinheiro começou em janeiro deste ano, quando também foram iniciadas as primeiras obras no local. A área, de 100 metros quadrados, fica ao lado do terminal de ônibus da Guabiraba e estava ociosa. “As crianças precisavam de um lugar para brincar. Se a prefeitura não faz, a gente se junta e faz”, afirmou o vigilante Alexsandro Viera, 30 anos, um dos moradores engajados na construção do espaço. “Tentamos colocar a praça no Orçamento Participativo (programa da prefeitura no qual a população ajuda a escolher as obras que serão executadas), mas disseram que não foi possível”, lembra.

A praça foi projetada por Valdilene Freitas, 29, moradora do bairro que cursa engenharia ambiental na Universidade Federal Rural de Pernambuco. O espaço conta com balanço de três assentos, escorregadores, gaiola, carrossel, fonte e quatro mesas para jogos de tabuleiro, sob um quiosque, e 13 bancos. A festa de inauguração contou com trio elétrico, palhaços e distribuição de brindes para as crianças.

“É um local bem agradável para a comunidade, um ponto de encontro”, descreveu Valdilene. O trabalho de jardinagem foi feito em parceria com colegas da faculdade. As calçadas em torno da praça foram restauradas. “Isso é responsabilidade do poder público, mas não aguentávamos mais esperar”, destacou o técnico em eletrônica Edmilson Albuquerque, 41, conhecido como Arapinha, que presidiu o Conselho de Moradores da Guabiraba por quatro anos.

Entre rifas e doações de dinheiro e materiais de construção, foram arrecadados R$ 15 mil. Responsável pela parte financeira do projeto, a comerciante Iraneide da Silva, 30, destacou a participação dos que não puderam doar dinheiro. “A união foi tão forte que quem não pôde contribuir financeiramente, ajudou com a mão de obra”.

A adesão dos jovens à iniciativa empolgou os idealizadores da praça. “É muito gratificante ver que eles estão valorizando o espaço. Um dos nossos objetivos sempre foi afastar a droga e a criminalidade daqui. Tudo indica que estamos conseguindo”, observou Edmilson.

férias

estive de férias por alguns dias. por cinco ou seis dias. como assim, férias? se eu havia acabado de voltar de férias. é que viajei para petrolina à trabalho e, devido a uma série de coisicas, me sinto de férias quando vou trabalhar em petrolina.
(devo dizer, aliás, que em qualquer trabalho nas cidades do interior de pernambuco, me sinto em férias.)
em petrolina, caminhava do hotel para o local onde se desenvolvia o nosso trabalho. o trânsito levíssimo - comparado ao do recife. a velocidade dos automóveis e ônibus é reduzida. me parece que o trânsito no recife se caracteriza pelas buzinas constantes e histéricas e pela excessiva velocidade dos veículos, mesmo e principalmente quando as vias não comportam aquela velocidade. corre-se muito no recife. além da velocidade menor, em petrolina os veículos respeitam a faixa de pedestres. é quase inacreditável. lá, o pessoal bota o pé na faixa e se joga mesmo, os veículos param. ainda sobre o trânsito, os táxis são novos e brancos, todos devidamente com taxímetro. os ônibus deixam a desejar, uma frota mista entre envelhecidos e novos.
muitas lojas possuem bicicletários nas calçadas em frente, devido - penso - ao grande número de bicicletas. entretanto, o design dos bicicletários não existe, é uma barra de ferro com ganchos esquisitos, tudo alto demais.
voltando ao meu trabalho lá, na hora do almoço uma breve caminhada até algum restaurante do centro. depois, novamente a pé, uma passada no hotel e de volta ao trabalho. no final da tarde, passava no hotel rapidamente para mudar a roupa e saía para uma caminhada no local que mais gosto em petrolina: a orla. no momento, a orla está mal-cuidada. já esteve melhor, em outras visitas que fiz. penso que a prefeitura está descuidando da manutenção da orla.
gosto de caminhar ali, indo pela via de cima e voltando pela via junto ao rio, tendo ao lado a bela vista do imenso rio e de juazeiro na outra margem.
a cidade estava quentíssima, mas gosto daquela sensação de calor sólido, embora muitos reclamem disso. gosto muito da cidade, da sensação mista de cidade grande e pequena ao mesmo tempo. uma das minhas preferidas, ao lado de garanhuns, por exemplo.
não tirei fotografia nenhuma, não desenhei nem escrevi, eu estava de férias de todos os intrumentos.

sábado, 16 de outubro de 2010

pernas


(deus me deu perna comprida e muita malícia, pra correr atrás de bola e fugir da polícia). semana agitada, cheia de atividades físicas, de lazer, de movimento. na terça, futebol, eu perronha - que é o adjetivo que sempre usaram para minha habilidade com a bola. quarta, melhor, kart indoor. cheguei em segundo lugar, uma prova muito disputada do nosso campeonato de amigos e conhecidos. quinta, pedalada com o pedal clube, de odilon, com odilon guiando - o que é uma garantia de um pedal seguro e organizado. diz que deus dará!

mapeamento

1. mortes no trânsito no Brasil em 2007 = aproximadamente 66.000 pessoas.
2. mortos dos Estados Unidos em 8 anos de Guerra do Vietnam = aproximadamente 60.000 soldados.

mapeamento

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Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito no Brasil

(do site http://www.portaldotransito.com.br)

Usando como fonte a base de dados de mortes por acidentes de transportes terrestres do Ministério da Saúde, estudo da Confederação Nacional dos Municípios apresenta a situação e a evolução da mortalidade no trânsito nos diversos locais do Brasil.

Os dados dos últimos anos mostram que as mudanças inseridas com o código de trânsito de 1998, como melhora da segurança dos veículos e o incremento da fiscalização eletrônica, não fizeram com que a mortalidade por acidentes de trânsito apresentasse uma redução importante.

Ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil, a quantidade de fatalidades em acidentes de trânsito cresceu de 2000 a 2007. De acordo com a base do SUS, houve um aumento de 30% nas mortes nesse período. Entre 1997 e 1999, as mortes em acidentes terrestres estavam caindo, mas voltaram a crescer a partir de 2000, atingindo um pico histórico em 2007, com 66.837 mortes segundo os seguros DPVAT.

Por outro lado, os dados indicam que a partir de 2008 começou a haver uma leve queda nos acidentes fatais, o que pode indicar os efeitos positivos da Lei Seca. Mas, ao mesmo tempo, deve-se considerar um fato
que veio de encontro a essa política de segurança no trânsito – a exoneração do IPI para carros – que aumentou consideravelmente a frota de veículos nas ruas do país, o que eleva os índices de acidentes.

Nos países desenvolvidos vem sendo aplicada uma política contrária, que busca reduzir, a cada ano, a frota de veículos nas ruas. Essa comparação com os países desenvolvidos mostrou que, proporcionalmente à população, o trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais do que nos Estados Unidos, e 3,7 vezes mais do que na União Européia.

Em 2008, enquanto os Estados Unidos obtiveram uma taxa de 12,5 mortes a cada 100.000 habitantes, o Brasil obteve uma taxa de 30,1, sendo que a frota de carros norte americana é o triplo da brasileira.

O mapeamento das mortes por acidentes de trânsito dentro do Brasil mostrou que capitais de menor porte populacional são as que possuem as maiores taxas segundo a população. Boa Vista (Roraima) vem em primeiro lugar (34,2), seguida por Palmas (31,4) e Campo Grande/MS (29,6). Capitais de estados mais desenvolvidos apresentam taxas mais reduzidas, como São Paulo (14,6), Porto Alegre (13,3) e Rio de Janeiro (14,4). No entanto, capitais do Nordeste lideram com as menores taxas, como é o
caso de Natal (8,5) e Salvador (10,6).

Por outro lado, quando o cálculo da razão é feito segundo a frota de veículos locais, muitos estados do nordeste passam para os primeiros lugares do ranking de maior quantidade de fatalidades a cada 10.000
veículos. A comparação entre os estados mostra que Santa Catarina tem a maior taxa média de mortes por 100.000 habitantes (33,1) do país. Também foi constatado que a maior parte dos municípios com as maiores taxas do país é de Santa Catarina.

Mato Grosso do Sul (30,4), Paraná (29,8), Mato Grosso (29,6) e Roraima (29,6) são também estados com altos coeficientes, o que indica um número significativamente alto de mortes em acidentes segundo suas respectivas populações. O estudo também elenca os 100 municípios do país com as maiores taxas de
mortes por AT, tomando sempre como base a quantidade de mortes dos anos de 2005, 2006 e 2007.

Constata-se que são municípios de pequeno e médio porte, com população que varia de 1.209 a 47.260 habitantes. É possível se depreender desse quadro que os acidentes de trânsito não são um problema concentrado nas grandes cidades e não tem relação direta com o porte, como acontece no caso dos homicídios.

As análises também mostram que a maioria das vítimas fatais do trânsito no Brasil continua sendo homens jovens de cidades de pequeno e médio porte.

O estudo mostra também que a insuficiência de dados estatísticos fiéis à realidade é um obstáculo ao desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas e concretas.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

céu anil

na foto abaixo, seguindo de joão pessoa para recife pela rodovia PB-008. simplesmente, um tobogã. sobe e desce contínuo, subidões imensos. sol a pino, sol a pingo, céu anil. a foto foi tirada por macelo venceslau, companheiro nessa viagem.
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hoje feriado. fiz desenhos e colagens. fiz fotos de pés e pernas. músicas, bach, tchaicovsky, lula queiroga. a gente tem juízo mas não usa. no final da tarde, jogar futebol, essa nova invenção, para mim que não sei qual a forma da bola. mas tou melhorando. por incrível que (me) pareça, fiz quatro gols, fui o artilheiro das partidas. (re)lendo eduardo gianetti, auto-engano. me auto-enganei.

colagens

fazendo uma série de colagens.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

bicicletas urbanas

bicicleta estacionada em uma rua de firenze. em muitas ruas da cidade, encontramos bicicletas estacionadas nessa posição, ou seja, como automóveis, ocupando uma vaga, independentemente da quantidade de tráfego na via.
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petróleo

essa foto no crepúsculo de santa croce, em firenze, itália, ficou parecendo para mim um campo de exploração de petróleo. era apenas um enorme palco que estava sendo erguido para um show que iria acontecer na piazza.
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crepúsculo

para mim, crepúsculo é uma das lindas palavras da língua portuguesa. detesto inglês e alemão, línguas bárbaras. entretanto, línguas bárbaras em povos civilizados. as línguas latinas são harmônicas, melodiosas, fluidas. nós, bárbaros, com essa bela língua civilizada. a foto que segue: crepúsculo, final da tarde, chiesa de santa croce, em firenze, itália. luz amarela do sol, sombras pronunciadas.
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luz e sombra

três fotos de uma sequência que fiz quando estava visitando o bargello, em firenze, itália. o bargello foi uma prisão-fortaleza e hoje é um museu de esculturas no centro histórico de firenze. era de manhã e a sombra estava pronunciada, assim como estava forte a luz do sol - que é sempre muito inclinada no hemisfério norte, distante do equador.
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domingo, 10 de outubro de 2010

cicloturismo urbano

por esses dias, passeando de bicicleta por olinda e recife. em um dia, fomos até olinda, seguindo pela escola de aprendizes marinheiros, chegando ao varadouro e voltamos. entramos no bairro do torreão e seguimos para a avenida beberibe, estrada velha de água fria e, ao final, fomos almoçar no bar do neno e bar do lula. uma salada do chicão e uma tilápia com batatas e alcaparras. tá na foto. 
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em outro dia, passeando pelo recife, estrada do encanamento, depois atravessando o rio capibaribe lá em casa forte pela ponte de pedestres que existe logo ali atrás do edifício porta dágua. essa ponte liga casa forte ao bairro de monsenhor fabrício e está em péssimo estado. as placas de concreto estão todas desalinhadas e alguma quebradas ou faltando. descaso - como sempre - da prefeitura do recife. entramos por monsenhor fabrício, pegamos a estrada do barbalho, cruzamos a avenida caxangá em direção ao engenho do meio. passamos por trás da sudene, reitoria da universidade federal de pernambuco e entramos no campus. está extremamente mal cuidado o campus da ufpe - descaso da universidade. montes de lixo em vários locais. o restaurante universitário recém-construído e sem uso. o laguinho e o parque em volta completamente abandonados, o mato crescendo, o lago tomado por baronesas. descaso por todos os lados. o prédio do centro de filosofia e ciências humanas tomado por um reforma inifinita, cercado de tapumes e coberto por restos de uma proteção verde.
saímos do campus e seguimos até a várzea. passamos na praça da matriz com suas duas igrejas: a igreja de nossa senhora do rosário (estava tendo missa) e a igreja de nossa senhora do livramento. voltamos pela paralela da caxangá, atravessamos o rio capibaribe pela ponte de pedestres que liga o bairro da torre ao parque de santana. aproveitamos e seguimos para almoçar no parraxaxá. depois casa e pronto.
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kart

mais uma foto borrada de karts passando em velocidade. disputa de posições na curva.
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kart

no dia em que corremos de kart, semana passada, enquanto não começava nossa bateria, fiquei tentando fazer fotos dos karts que passavam em velocidade. coisa mais difícil. ainda mais com iluminação artificial. ainda mais com essas maquininhas automatiquinhas que resolvem tudo por você. preciso reler walter benjamim, no texto em que fala das máquinas. se não me engano. senão, me engano. então, mais uma tentativa de captar o movimento, a distorção, a velocidade.
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cicloviagem PB RN


muitas viagens, muitas fotos. quando existia o filme, 12 poses, 24 poses, 36 poses, a gente economizava ao máximo nas fotos. hoje, a máquina pode inclusive ser programada para ficar fazendo fotos enquanto se mantém o botão pressionado.

relembrando nossa viagem - minha e de macelo venceslau - pelo interior da paraíba e do rio grande do norte - saindo de e voltando para recife. quase um círculo. o mapinha aí de cima mostra o roteiro, de forma aproximada, pois algumas estradas de barro que pegamos o google não conhece. foram 9 dias, foram 900 quilômetros. alguns dias foram bastante difíceis, com longa quilometragem.

quem inventou essa viagem foi macelo, ele me chamou para conhecer o lajedo do pai mateus, perto da cidade de cabaceiras na paraíba, e de lá ir conhecer o parque estadual da pedra da boca, no rio grande do norte. macelo inventou a viagem, eu cuidei de estudar o roteiro, ver os locais para dormir.

na foto abaixo, tirada por macelo, estamos passando pela cidade de umbuzeiro, paraíba, logo depois de passar a divisa entre pernambuco e paraíba, no segundo dia de viagem.

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no cotidiano aqui de recife, apenas ir ao trabalho e voltar de bicicleta. estou saindo mais tarde de casa e curtindo bastante de pegar as ruas muito engarrafadas. é divertido - sem ironia - pedalar lentamente pelos corredores entre os carros imóveis, principalmente na avenida rui barbosa. procuro me manter atento para evitar a contaminação do ódio. sinto que os motoristas, dentro das suas latas, odeiam-se mutuamente, odeiam pedestres, caminhões, ônibus e ciclistas. a reificação da raiva dos motoristas é a buzina. procuro me manter distante de qualquer contaminação dessa raiva abundante, procuro não competir com motoristas nem desafiá-los: a perda, a derrota seria minha. chego ao trabalho feliz por não participar da raiva coletiva que se apossa do recife. e pronto.

uma lei simples

o pedal clube sai para pedalar às 20h, sempre, às terças e quintas. tenho notado que, este ano, as ruas estão ainda muito cheias de carros às 20h. houve uma mudança perceptível, para mim, do ano passado para cá. ano passado, às 20h, em geral as ruas já estavam ficando mais vazias. este ano, nas nossas saídas, estamos encontrando ainda um trânsito pesado.
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e a produção e venda de automóveis sempre em alta. em setembro, de acordo com a fenabrave, foram emplacados 234.365 automóveis. portanto, são 7.812 automóveis por dia, 325 automóveis novos por hora.
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estava pensando: por que a gente acha natural que as ruas sirvam para estacionamento de automóveis? ora, as vias devem servir para a locomoção e não para a paração dos bens preciosos. já imaginaram a quantidade de espaço que seria liberada para uso de pedestres, ônibus, automóveis e bicicletas se em todas as
ruas das metrópoles fosse proibido estacionar automóveis?
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ou seja, uma lei muito simples poderia ser estabelecida: vai comprar um automóvel, então você vai ter que garantir previamente que dispõe de um local para estacionar, na sua moradia, no seu local de trabalho. um local interno, não utilizando a rua que é pública.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

uma fotinha

hoje dia normal, exceto por uma corrida de kart que fizemos, brincando de pilotar, no kart indoor do carrefour da torre, recife. uma fotinha da corrida e só.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

areal

estava revendo as fotos da cicloviagem de 9 dias ao interior da paraíba e rio grande do norte. a volta para recife, fizemos pelas praias, o mais perto possível. nessa foto, meu amigo macelo venceslau faz cara de dificuldade. e realmente foi muito difícil atravessar essa estrada de areia, indo na direção da baía da traição, paraíba. essa estrada fica dentro de uma reserva indígena. eu já havia passado por essa reserva uma outra vez, na cicloviagem que fiz com eliane indo para natal, pelas praias. entretanto, conseguimos evitar o areal pois a maré estava baixa e seguimos pela praia, pedalando. eu e macelo pegamos maré cheia, pela praia não dava para pedalar. atravessamos o rio de balsa, pagamos uma módica contribuição aos índios da reserva e seguimos por essa estradinha. simplesmente, foi impossível pedalar por cerca de cinco quilômetros ou mais. somente empurrar as bicicletas e ainda assim com dificuldade, os pés afundando na areia, um grande desgaste de energia. cicloviagem boa tem que ter aventura, improviso, dificuldade, mesmo com todo o planejamento possível.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

drible

fui jogar futebol. que vergonha! logo eu que só sei andar de bicicleta e não conheço a bola. a última vez em que joguei bola foi com meu irmão no corredor da casa da minha mãe - por sinal, as boladas quebravam tudo que mamãe colocava nas paredes. 
inventei de jogar futebol. meus pés se enroscaram, as bolas passavam por mim descontroladas, perdi gols feitos. pelo menos tirei uma foto da qual gostei. fluxo. velocidade. fora de foco. contraste. drible.
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entre dois pontos

todos os manuais para ciclistas urbanos e todos os conselhos e dicas  que encontramos sempre recomendam que o ciclista procure as ruas mais calmas.

o ciclista urbano que utiliza a bicicleta como meio de transporte não deve disputar com os automóveis as vias principais, e sim buscar caminhos por dentro dos bairros, as ruas residenciais e mais tranquilas.
e mesmo buscando caminhos mais longos, o ciclista urbano chegará ao seu destino em menos tempo que os automóveis e mais feliz. o ciclista urbano não deve procurar a menor distância entre dois pontos, deve buscar o caminho mais humano e seguro.

isso é o que procuro fazer desde que há dezenas de anos atrás comecei a usar a bicicleta para ir à faculdade de arquitetura, ainda existia o império romano e a guerra do paraguai ainda não havia começado. usava a bicicleta porque era pobre e não tinha, algumas vezes, o dinheiro para o ônibus. com o passar do tempo, passei a usar a bicicleta apenas por prazer mesmo, para ir à outras faculdades que fiz e aos trabalhos que tive.

mas há uma exceção, que me permito, nessa história de evitar competir com os automóveis. é quando saio à rua de bicicleta nas horas de rush, de trânsito realmente pesado, hora das escolas de manhã, por exemplo. o que acontece nessas horas? o trânsito pára, ou é absurdamente lento. nesses horários, mudo meu trajeto de ruas mais tranquilas e vou pelas principais. os automóveis e ônibus estão quase parados mesmo.

fiz isso hoje de manhã, por exemplo. passei pela avenida rui barbosa, uma das vias mais movimentadas do centro expandido do recife. passava pelos corredores entre os carros, lentamente, sem pressa, fazendo às vezes o barulhinho do trim-trim da campainha para alegrar os motoristas enlatados enlutados entulhados entalados.

curiosamente, mesmo usando ruas mais calmas, ainda se pode melhorar o trajeto de um ciclista urbano. o bicicleteiro deve ter em mente que ele não tem pressa alguma, pois o bicicleteiro sempre vai chegar antes que o automóvel e mais feliz e saudável. então, de uns tempos pra cá, estava me incomodando passar pela rua doutor josé maria entre os bairros do rosarinho e tamarineira, no recife.

a rua doutor josé maria já foi bem mais calma. entretanto, há, nela, hoje uma grande quantidade de enormes edifícios em construção e muitos outros de construção recente. a rua foi ficando cada vez mais apertada e caótica, inclusive com a presença de inúmeras caçambas de recolher entulhos das construções. a rua doutor josé maria está, inclusive, perdendo um tipo de comércio mais simples, substituído por algo mais adequado aos novos moradores. um exemplo é a loja do rei das bicicletas, cujo imóvel encontra-se com placa de vende-se. é uma pena.

no meu caminho, comecei a sentir cada vez mais desagradável e nervosa a rua doutor josé maria. por inércia – tudo é inércia – continuava utilizando-a. até que descobri ruazinhas residenciais, com casas!!, que acompanham a josé maria e me livram de um bom trechozinho de motoristas estressados e pontos negros. vejam na figura:


o trajeto antigo e desagradável está em vermelho. o novo desvio por ruas mais tranquilas está em azul. com isso, consegui também desviar de dois pontos negros, onde motoristas não respeitam bicicletas, o cruzamento com a santos dumont e a saída da general abreu e lima (marcados com um círculo vermelho).

enfim, o ciclista urbano deve estar sempre em busca de novas alternativas mais seguras e mais lentas para se deslocar com segurança.

um rabisco

todo dia eu desenho um pouquinho. e como já disse também, todo dia eu sou feliz. sou feliz quando acordo e vejo o céu na janela. e penso, como disse o físico marcelo gleiser, que a vida não é um acontecimento comum, ordinário, a vida é raríssima no universo infinito. e sou feliz quando pego a bicicleta para ir trabalhar e sei e sinto que não participo do estresse da sociedade do automóvel. e, é claro, que a sociedade do automóvel - que criamos e da qual aparentemente gozamos - é uma parte da sociedade do espetáculo. o "meu carro" é a forma como "eu sou no mundo" e a forma como os outros me vêem. e sou feliz quando saio do trabalho pois sei que minha bicicleta me espera no bicicletário e irei para casa olhando o céu azul da tarde e olhando a cidade sem estar dentro de uma lata. enfim, segue mais um rabisco da longa série, lenta, de rabiscos que venho fazendo.
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domingo, 3 de outubro de 2010

conectada esmaecida

como uma polaroide antiga, esmaecendo.
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rabiscos

três pequenos desenhos recentes. naves espaciais, bicicletas, cadeados. esferográfica. preto e branco.
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em círculos


dia calmo céu azul. um pouco de desenhos, um pouco de música, um pouco de fotografia. saímos para votar, votamos, voltamos, saímos para comer.
na frente da escola onde votamos, um ônibus da empresa caxangá quebrado na parada, dificultando o trânsito na área.
um fato comum, cotidiano? nada disso, se a gente pensar bem. sei que não andei o mundo todo, entretanto nas cidades que se situam fora da nossa barbárie, nunca vi um ônibus quebrado.
a chave para a civilização é educação, cultura, fiscalização e multas.
um ônibus meio usado demais quebrado. falta de manutenção. observei inclusive pneus bastante gastos. e o que vai acontecer com a empresa caxangá por ter permitido que um de seus ônibus quebrasse durante a prestação do serviço ao público? absolutamente nada.
o que vai acontecer à empresa caxangá por não ter cumprido os seus horários daquele domingo de eleição? nada.
aliás, será que as empresas de ônibus do recife devem cumprir horários? se devem, por que as paradas de ônibus não dispõem de tabelas informativas dos horários?
é isso: não temos educação nem cultura nem fiscalização nem multas em todos os níveis de governo. e todos os políticos pedem votos rindo desbragadamente nos cartazes.
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wip - work in progress

desenhos em que estou, lentamente, trabalhando. um bloquinho, uma canetinha. preto e branco. work in progress apesar de não gostar dessa língua de bárbaros.
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sábado, 2 de outubro de 2010

bicicletário do etc (executive trade center)

péssimo o bicicletário do etc (executive trade center), aquele edifício que tem as lojas americanas no térreo, na rosa e silva, no bairro dos aflitos, recife. em primeiro lugar, aquele aviso antipático, desagradável:

"atenção sr. ciclista: não nos responsabilizamos pelas bicicletas no estacionamento".

sim! mas pelos automóveis é claro que se responsabilizam. esse aviso significa o seguinte: xô ciclistas! xô gente pobre que usa bicicleta! te vira bicicleteiro! ora, é claro também que eles não querem ciclistas como clientes. pois eu fui lá almoçar e gastei dinheiro lá no etc. acorda etc, bicicleta tem direito a ser cuidada tanto ou mais que os automóveis! interessante que, quando eu estava fotografando, chegava uma ciclista mulher - com capacete e tudo - para usar e provavelmente gastar, dando lucro ao etc.

bom, além de enxotar ciclistas, o desenho do "ferro de amarrar bicicletas" é risível. se foi um arquiteto ou engenheiro que desenhou aquele pedaço de cano, esse ser deveria voltar a estudar. o "ferro" é altíssimo e o jeito é colocar a bicicleta empinada, como nas fotos, senão não há como prendê-las com corrente, tranca, cadeado. além disso, o espaço das bicicletas é invadido por motocicletas de carga e, claro, automóveis.
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suporte para bicicleta em pvc

já havia visto imagens na internet de alguns tipos de suportes e de bicicletários em pvc; e vinha a vontade de fazer um pra mim. aqui no edifício em que moro, não tem bicicletário. as bicicletas ficam encostadas, juntas, em torno de uma coluna. ninguém coloca tranca ou cadeado pois nunca tivemos nenhuma ocorrência de furto ou dano nas bicicletas. tenho tentando, junto ao síndico, ver quem quer realmente ficar com sua bicicleta e quem gostaria de doar pois a maioria não usa as bicicletas. elas ficam lá acumulando poeira, com pneus ressecados, cabos partidos. queremos doar as bicicletas cujos donos permitam. e para fazer o bicicletário definitivo daqui, pensei no pvc.

hoje, fiz um protótipo de suporte em pvc para a minha bici. gastei trinta e cinco reais de material - cano, joelhos e tês - e cerca de duas horas. procurei fazer o suporte de forma que protegesse o câmbio, sem encostar nele, e suportasse o peso da bici no lado oposto ao câmbio no ponto junto ao eixo da roda traseira, para não entortar raios. gostei do resultado desse protótipo e pretendo fazer mais alguns; penso que os próximos levarão menos tempo para ser feitos pois, obviamente, evitarei alguns erros que cometi na execução.
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

lajedo de pai mateus - paraíba

ainda recordando a viagem de bicicleta ao lajedo de pai mateus, interior da paraíba, com meu amigo macelo venceslau, em novembro de 2009. essa foto me é muito querida, me diz muito a bicicleta assim abandonada no meio das pedras, o sertão nordestino se espalhando. minha bici tá ficando velhinha, já andou demais.
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pedal clube

pedalando com o pedal clube de pernambuco, criado, liderado, guiado e mantido pelo incrível odilon. na terça-feira fomos até camaragibe e voltamos ao centro, com parada na frissabor, ali perto do colégio salesiano, na rua visconde de goiana. na quinta-feira, pedalamos até piedade, voltando pelo estelita e bairro do recife. na terça, luciano fez a foto abaixo e desenhou o trajeto no gps. na quinta-feira, encontramos esse aero-willys vermelho e conservado, estacionado na praça fleming.
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