Treze

Isso de sexta-feira 13 começou que quando um cara chamado Jota mandou um olheiro ir na frente ajeitar a ceia num pé-de-escada. Jota era o arranca-toco, o come-brasa, o treme-terra, o tranca-ruas, o rompe-racha da região. Já o olheiro era um dos doze bate-paus do bando de Jota, também conhecidos como cacundeiros, capangas, valentões, asseclas, uzome, guarda-costas.

O olheiro chegou no restaurante, viu que era limpeza, e pediu para reservar uma mesa. Mesa para quantos? perguntou o maître Barra Bás. Mesa para 26, respondeu o recadeiro-olheiro. O maître se assustou-se, tanta gente? Não, disse o Quim Recadeiro, a gente somos só treze, mas é que é dangeroso ficar de costas para a porta, sabe traição e tal, e a gente queremos todo mundo se assentar de um lado somente da távola retangular. Daí que teve a ceia, mas em antes o Duanô Tira-retrato perpetuou a imagem dos treze assim tudo coladinho na parede.

Aporém que adepois da ceia, a bagunça degringolou, teve traição, teve morte, teve corda, teve decapitação, teve capiau da testa peluda, e ficou essa maldição, esse medo da quantidade de treze, mano velho.