Noite na taverna, Álvares de Azevedo, 1855

Noite na taverna, Álvares de Azevedo, 1855, 73 páginas, Ediouro. Início: 17/02/2021 – Fim: 20/02/2021. Nota 1 (escala de 1 a 5). 



 

Aviso de spoiler: vou escrever sobre todo o enredo do livro, continue por sua conta e risco. 

Já que estava lendo livros de horror da era vitoriana, peguei esse, por curiosidade. Péssimo. Histórias repletas de absurdos, feitas para escandalizar, mas sem qualidade. Os temas são necrofilia, adultérios, defloramento de virgens, rapto, antropofagia, fratricídio, incesto. 

Um grupo reunido em uma taverna, conta histórias infames, regadas a vinho. A primeira história é sobre necrofilia: homem encontra um caixão com o cadáver de uma bela mulher dentro de uma igreja vazia e faz sexo com o cadáver. Depois do sexo, percebe que a mulher voltou a respirar. Leva-a para casa e ela morre dois dias depois. 

A segunda história é absurda demais, mistura adultérios, defloramento de virgens, venda de mulheres, piratas e antropofagia; cena curiosa acontece quando uma adúltera chama o amante para sua casa e mostra que degolou o marido (faz lembrar Judite e Holofernes) e também matou o próprio filho (ecos de Medeia). 

A terceira história: um aluno de pintura seduz a filha do mestre, de 15 anos, e a segunda esposa do pintor, de 20 anos. A adolescente fica grávida, faz um aborto e morre. O pintor tenta matar o aluno, e depois se mata com a esposa. 

A quarta história: um homem consegue entrar no quarto de uma duquesa, casada, drogá-la e fazer sexo com ela diversas noites, sem ninguém perceber. Um dia, sequestra a duquesa que, desonrada, é obrigada a viver com ele, pois “o marido não a aceitaria de volta” (!). Tempos depois, o marido a encontra e a mata. 

Quinta história: um homem enfrenta um jovem em duelo. Mata-o e vai a um encontro que o morto havia marcado. Chegando lá, no escuro, faz sexo com uma deliciosa virgem. Na saída, mata um homem que tentava detê-lo. Descobre que o homem era seu irmão e a virgem, sua irmã. 

No epílogo, a irmã desonrada, agora uma prostituta, entra na taberna e mata o irmão que a desonrou. O jovem que fora morto em duelo não morrera e está também na taverna. O casal morre junto. 

O prefácio é tão absurdo e terrível quanto a novela: diz que o autor era um gênio, que o livro é excepcional. A novela mostra que o homem é agredido e perturbado pelo demônio por meio do amor da mulher. Diz que o homem é o ser fraco. 

Coleção de absurdos: a mulher, neste livro é drogada, estuprada, desvirginada, assassinada, vendida, prostituída, raptada, mas o homem é “o ser fraco”.