gracinha, personagem da ilustre casa de ramires,
eça de queirós
irmã de gonçalo
é personagem quase sem voz
mas que protagoniza uma cena belíssima,
profundamente poética e melancólica
gracinha na juventude teve um namoro rápido
com o andré cavaleiro, mas que não se concretiza
em casamento, como sói acontecer na época
depois, ela casa com o josé barrolo, o barrolinho,
personagem simpático,
e casada sofre o assédio do galã de província
andré cavaleiro
não saberemos o que de fato aconteceu entre os dois
certo dia, gonçalo vai à casa de gracinha
e ao se aproximar do mirante,
construção no quintal da casa,
ouve os sussurros de gracinha e andré
entre “sim meu amor” e “não, não”
gonçalo foge
depois, o andré cavaleiro viaja
e afasta-se de gracinha
o mirante é demolido por barrolinho
e o divã que lá havia, velho,
é queimado em uma fogueira
essa é a cena a que me refiro
"Na outra primavera o Barrolo, agora escravizado pela paixão de obras, imaginou demolir o Mirante para construir outra estufa, mais vasta, com um repuxo entre palmeiras, que formaria um “jardim de inverno catita”.
Os trabalhadores começaram por esvaziar o Mirante da velha mobília que o guarnecia desde o tempo do tio Melchior; o imenso divã jazeu dois dias no jardim, encalhado contra uma sebe de buxo, e o Barrolo, impaciente com aquele desusado traste, de molas quebradas, nem o consentiu nas arrecadações do sótão, mandou que o queimassem com outras cadeiras partidas, numa fogueira de festa, na noite dos anos de Gracinha. E ela andou em torno da fogueira. O estofo puído flamejou, depois o mogno pesado mais lentamente, com um leve fumo, até que uma brasa ficou latejando, e a brasa escureceu em cinza."
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós
eça de queirós
irmã de gonçalo
é personagem quase sem voz
mas que protagoniza uma cena belíssima,
profundamente poética e melancólica
gracinha na juventude teve um namoro rápido
com o andré cavaleiro, mas que não se concretiza
em casamento, como sói acontecer na época
depois, ela casa com o josé barrolo, o barrolinho,
personagem simpático,
e casada sofre o assédio do galã de província
andré cavaleiro
não saberemos o que de fato aconteceu entre os dois
certo dia, gonçalo vai à casa de gracinha
e ao se aproximar do mirante,
construção no quintal da casa,
ouve os sussurros de gracinha e andré
entre “sim meu amor” e “não, não”
gonçalo foge
depois, o andré cavaleiro viaja
e afasta-se de gracinha
o mirante é demolido por barrolinho
e o divã que lá havia, velho,
é queimado em uma fogueira
essa é a cena a que me refiro
"Na outra primavera o Barrolo, agora escravizado pela paixão de obras, imaginou demolir o Mirante para construir outra estufa, mais vasta, com um repuxo entre palmeiras, que formaria um “jardim de inverno catita”.
Os trabalhadores começaram por esvaziar o Mirante da velha mobília que o guarnecia desde o tempo do tio Melchior; o imenso divã jazeu dois dias no jardim, encalhado contra uma sebe de buxo, e o Barrolo, impaciente com aquele desusado traste, de molas quebradas, nem o consentiu nas arrecadações do sótão, mandou que o queimassem com outras cadeiras partidas, numa fogueira de festa, na noite dos anos de Gracinha. E ela andou em torno da fogueira. O estofo puído flamejou, depois o mogno pesado mais lentamente, com um leve fumo, até que uma brasa ficou latejando, e a brasa escureceu em cinza."
A Ilustre Casa de Ramires
Eça de Queirós