(aeroporto do Recife, bike)
então, minha bici estava com o aro empenado, deve ter sido uma pancada forte nos buracos da última trilha, nas descidas, portanto o freio estava prendendo a roda quando girava, essas coisas. levei a bici para a oficina de kel, na torre, recife, que lá é bom e barato. quando fui buscar, já fui preparado para sair, dar uma pedalada, de tarde. uma tarde dessas do recife, que têm sido azuis azuis e só dá vontade ar livre.
levei logo capacete, bomba, câmara reserva. peguei a bici na oficina e saí por ali, torre, e fui descendo, cruzando caxangá e abdias, seguindo pela avendia do eros hotel, ponte e imbiribeira. procurei seguir o máximo possível por aquelas ruas de dentro e quando não dava, pela mascarenhas de morais mesmo.
cheguei ao aeroporto, subi a rampa para a parte de cima, embarque. adoro aeroportos, essa ligação com o mundo, essa vontade de ir, ou de fugir, quem sabe. fiquei ali, ao sol, na curva da rampa, observando o movimento. assisti um avião da tam taxiar, acelerar e descolar.
saí do aeroporto e atravessei a mascarenhas pela alça, não resisti e parei em cima da alça, é larga e sem perigo de tráfego, e fiquei urubuservando o movimento dos carros apressados nos dois sentidos, e os aviões da vasp, mortos, que vivem lá no aeroporto.
desci a alça e segui para boa viagem, sem planos, apenas a bicicleta me levando, cheguei na prai de boa viagem, aquele marzão azul ali sempre, pena que tem tubarão.
tomei uma água de coco, olhando o mar, a areia amarela do sol mais amarelo da tarde, depois segui pela ciclovia no sentido piedade. essa ciclovia é extremamente mal desenhada, bicicletas não andam em ângulos bruscos, andam em curvas suaves, quem desenhou aquela bosta nunca andou de bicicleta.
quase perto de piedade a ciclovia acaba de repente, como todos os arremedos de ciclovia e ciclofaixas do recife, começam de repente e acabam de repente, como se bicicletas se materializassem do nada e para o nada voltassem. esses prefeitinhos... esse anão da costa e os outros também, só pensam em eleição e mais nada.
atenção pseudo-urbanistas do recife, bicicletas não surgem do nada e depois se desmaterializam, as ciclovias tem que se ligar umas às outras, tapados!
pois bem, voltei do final da ciclovia, entrei novamente para a imbiribeira, viaduto, desci na mascarenhas, ponte motocolombó, madalena, torre, casa forte, apipucos e voltei para casa e pronto, foi isso, passeiozinho.
(bici na praia de boa viagem, foto de celular...)