hoje a repetição de todo dia. tudo que havia para ser escrito, já foi
escrito. tudo que havia para ser desenhado, já foi desenhando.
as imagens - máscaras - e as vitrines multicoloridas e iluminadas
das lojas fazem apenas a gente esquecer que a morte existe e se
aproxima.
disfarcemos.
auto-engano.
na repetição esquecida de hoje, de bici para o trab, paradas aleatórias
para ver o recife, suas águas.
junto do campo das princesas, mal-assombrado palácio,
encontro esse trabalho de arte abstrata, flutuando nas águas
do cão sem plumas.
a manhã nascendo, o sol forte, a natureza não dá a mínima para
as pequenas angústias humanas.
dia belo azul sem nuvens.