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Eu já fotografei esse poste e esse céu várias vezes. Mas hoje o céu estava tão bonito, tão brilhante e nuvens e tudo que não resisti e fotografei de novo. Ora, isso é pouco, pois Alfred Stieglitz - um famoso fotógrafo que admiro - fotografou nuvens de 1922 até 1935, e são belíssimas fotos. Stieglitz denominou essa série de "Equivalents". Esse céu poente e esse poste é a visão que tenho a partir do terraço do atelier. Hoje no final da tarde.
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Da janela do prédio onde trabalho, vejo a cidade do Recife, hoje no início da tarde com muitas nuvens muitas e fiapos de céu azul.
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Uma amiga arquiteta me enviou a notícia de concurso para professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mais uma vez, fiquei espantado com os baixos salários oferecidos. Um professor adjunto com dedicação exclusiva receberá R$ 7.333,67. Pode parecer até um bom valor, mas vale considerar que este é o valor bruto, sem a infalível e sangrenta mordida do imposto de renda e a dedução da previdência. Eu calculo que a dedução de imposto e previdência chegue aos R$ 2.822,00, o que resulta em um salário líquido de R$ 4.511,00. Além disso, veja-se que o professor adjunto é aquele que tem doutorado. Ora, é uma pessoa que estudou cinco anos de graduação, dois anos de mestrado e quatro anos de doutorado, ou seja, uma pessoa que vem estudando em nível superior há no mínimo onze anos. Então, todo esse imenso cabedal de estudos vale apenas R$ 4.511,00 por mês? É um valor irrisório, ainda mais frente à responsabilidade da função. Essa é uma das causas, na minha opinião, de a educação superior ser uma farsa: os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que são alunos. Ah, outros valores irrisórios contidos no edital do concurso:
Professor adjunto 20h - salário de R$ 2.518,30;
Professor assistente dedicação exclusiva - salário de R$ 4.651,59;
Professor assistente 20h - salário de R$ 1.993,04;
Professor auxiliar 20h - salário de R$ 1.536,46.
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