Dia 1: de Recife (PE) até João Pessoa
(PB): 156 km
Rota: Recife - Olinda - Paulista - Maria
Farinha (travessia) - Nova Cruz - Centro histórico de Igarassu - Itapissuma -
Carne de Vaca (travessia) - Acaú - Pitimbu - Praia Bela - Jacumã - João Pessoa.
Fiz uma rota com algumas trechos novos
para mim. Parti de casa às cinco da matina e pedalei de Recife até Maria
Farinha; lá atravessei o Rio Timbó de barquinho em direção a Nova Cruz. Segui
pela Estrada de Nova Cruz, asfalto, e entrei na estrada de terra que margeia o
Bosque da Memória, chegando ao centro histórico de Igarassu, uma das cidades
mais antigas do Brasil, fundada em 1536 por Duarte Coelho. Filmei e fotografei
as igrejas e segui pela PE-35 que conduz ao centro de Itapissuma. Dei uma
olhada na ponte e na Ilha de Itamaracá, do outro lado do Canal de Santa Cruz e
segui por uma estrada de terra até a BR-101. Fiz alguns poucos km pela 101 até
uma estradinha de terra que liga com a PE-49. Esta vai direto para Carne de
Vaca. Segui até a foz do Rio Goiana e fiz a travessia de barquinho até Acaú, já
na Paraíba. Por asfalto, cheguei ao centro de Pitimbu e fiz um lanchinho rápido
em uma padaria, eram cerca de 11 horas, muito cedo para parar. Saí de Pitimbu
pegando logo de cara aquele subidão e segui pela PB-08. Contei e registro: de
Pitimbu até João Pessoa são 14 subidas fortes em que tive que usar a coroa 1, a
mais pequena. Cheguei no topo de Praia Bela por volta das 12 horas e ainda era
cedo para parar, então decidi continuar pela PB-08 e suas subidonas. Cheguei em
Jacumã por volta de uma e meia da tarde e não me apeteceu ficar, acho o lugar
sem gracinha, então fiz um lanchinho bobo e continuei. Cheguei em João Pessoa e
escolhi um hotelzinho e lá parei às 15:30h, final do dia de pedal. Fiz uma
caminhada breve pela praia, fiz um lanche, voltei para o hotel, banho e mais
tarde, de noite, saí para comer uma pizza.
Dia 2: de João Pessoa (PB) até Barra de
Camaratuba (PB), 106 km
Rota: JP - Cabedelo (travessia) - Lucena -
Praia da Campina - Barra de Mamanguape (travessia) - Tramataia - Baía da
Traição - pela praia até Barra de Camaratuba.
A rota deste dia teve algumas novidades,
em parte intencionais, em parte involuntárias. Fui para o café da manhã do
hotel assim que abriu e parti às 7h, seguindo pelo litoral até Cabedelo. Fui
para o terminal da lancha-ônibus; a lancha das oito horas havia saído antes da
hora e a perdi, e tive que esperar a das nove. Atravessei para a Costinha e
segui pela PB-19 e PB-25 até entrar para uma estrada de terra até a localidade
de Pacaré. Dali segui e passei na bela Lagoa do Sítio Tatu Peba e continuei até
a Praia da Campina. Todo este trecho de terra estava com muitos trechos de
areia fofa. Na Campina, abasteci de água e segui para Barra do Mamanguape. Ali
tive um pequeno imprevisto: o único barqueiro que apareceu não quis me levar
para Coqueirinho – que fica à beira-mar do outro lado e mais perto de Baía da
Traição. Ele disse que tinha um compromisso, que não podia, etc, etc, e que só
podia me levar para uma estradinha do outro lado, mais perto para ele, e de lá
eu iria para a rodovia. Fiquei apreensivo mas fui. Na travessia, o Mamanguape
estava agitado, maré cheia, muitas ondas. Em certo momento, o barco levou uma
chapoletada de uma onda e o motor parou, mas foi bre, o barqueiro conseguiu
fazer funcionar de novo. Segui pela estradinha e cheguei na vila indígena de
Tramataia. Dali alcancei o asfalto, PB-41, e cheguei na Baía da Traição. Era
cedo, uma e meia da tarde, pra quê parar? Abasteci de água e segui pela praia.
A maré estava secando mas ainda não estava bom, meio lá meio cá, mas fui, dava
para pedalar, com alguns trechos de empurra. Havia uma ponta de pedras que eu
não lembrava e tive que atravessar carregando a bicicleta, difícil, pesado,
escorregadio. Chegando na Barra de Camaratuba, ali é tudo pedra. Não recomendo
fazer essa trajeto que fiz pela praia, dá para ir por dentro, com alguma areia
fofa. Nas pedras de Camaratuba, tem uma trilha que a gente sobe e vai pelo meio
do mato e na beira da encosta. Se a bicicleta cair dali, vai ser difícil
resgatar. Atravessei toda a trilha e desci na prainha do outro lado. Atravessei
uma parte do Camaratuba a pé, e a outra parte de barco. Segui para a vila, não
gostei das pousadas que vi, eram 15:30, decidi seguir para Baía Formosa e
comecei o trajeto. Entretanto, depois de alguns km, vi que chegaria em Formosa
já no escuro, não havia sinal de celular na região, e decidi voltar para
Camaratuba. A vila é desprovida de tudo, não tem padaria nem restaurante nem
lanchonete. Fui para uma pousada e acertei um quarto sem café da manhã com um
“recepcionista” bêbado. Depois do banho, procurei algum lugar para comer e não
encontrei. Comprei uns brebotes em um mercadinho e comi no quarto e fui dormir.
Dia 3: de Barra de Camaratuba (PB) até
Tibau do Sul (RN), 78 km
Rota: Camaratuba - Barra do Cunhaú -
travessia - Sibaúma - Pipa - Tibau do Sul.
Dia tranquilo e com o primeiro e único
pneu furado. Acordei às cinco e parti logo depois de arrumar a bagagem e bati o
pó das minhas sandálias para não ficar mais naquela vila de Camaratuba,
desprovida de recursos. Cabe destacar como é péssimo o serviço de telefonia do
Brasil: a maior parte do tempo nessas estradinhas e pequenas localidades não
havia sinal de celular. Na Europa, compramos um chip em um dado país e
utilizamos em todos os lugarejos de todos os países pelos quais passamos (veja
por exemplo a nossa viagem Compostela 2023). Então, saí da paupérrima Camaratuba
pela PB-65, passei por Mataraca e cheguei à BR-101, Mataraca é muito mais
desenvolvida que Camaratuba, vi padarias, mercadinhos, academia, academia da
cidade, serviço de limpeza cedinho no domingo – só não tem praia. Pela 101 segui
até a entrada de Canguaretama, parei em uma conveniência para um lanche e segui
pela RN-269. As rodovias estaduais da Paraíba são muito melhores do que as
estaduais do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. Cheguei cedo à Barra do
Cunhaú, belíssimo lugar, e decidi seguir. Fiz a travessia de balsa no Rio Catu
e segui pela RN-03. Pouco antes da entrada para Piau, a câmara de ar pipocou.
Penso que foi a fita antifuro que rasgou a câmara. Coloquei uma câmara nova e
segui. Perto da entrada para Pipa a estrada está lamentável. Segui para Tibau
do Sul, onde cheguei pouco depois das onze da manhã. Hospedei-me no Hotel
Marinas, no qual já ficara algumas vezes, fui para a piscina comemorar a
chegada e o meu anivesrário, e aguardar a chegada da minha querida Eliane,
nossa filha e nosso neto. Passamos uma agradável estadia no Marinas até o dia
seguinte quando retornamos para Recife. E fim da miniaventura bikepacking de
três dias.
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