hoje, depois do trabalho, iria apenas pedalar para casa e me recolher àquelas tantas e tantas coisinhas aparentemente importantes que, ao fim, a gente nem sabe o que fez direito mas o tempo se foi como na ampulheta.
já no caminho de casa, de bicicleta, trânsito leve naquela hora da tarde, decidi que ia dar uma pedalada. em casa, um banho rápido e pensei, sim, pensei isso mesmo que vou colocar aqui: vou lá na praia de boa viagem ver o mar e pensar no sentido (na falta de sentido) da vida.
peguei a bici de novo, peguei o caminho da torre, cosme viana, imbiribeira, passei na frente daquele prédio colorido da faculdade universo, aeroporto. subi para o embarque, desci e passei no desembarque, segui para a alça que conduz ao outro lado da mascarenhas de morais, entrei para boa viagem, desemboquei na avenida de frente para o mar. segui pouquinho pela ciclovia.
escolhi um local em que havia bastante luz solar, local onde os edifícios não tapam a luz do sol, a água estava ela também banhada em sol.
desci para a areia com a bici. tirei a roupa de pedalar.
fui para a água do mar, claro que simplesmente deliciosa nessa quarta-feira.
molinha, friinha, agradável.
um homem velho ("deixa a vida e morte para trás") se exercita dentro da água.
um casal e seu filho. dois rapazes conversando na água.
um monte de gente jogando bola na areia.
a absoluta falta de sentido.
a água absoluta e o azul, também, absoluto.
depois de muito bãe de mar, areia para poder ficar olhando o mar.
hoje, por sinal, os aviões estavam fazendo outra rota para o pouso, não a comum de sempre. a comum de sempre é passando por cima de tapacurá, faz a curva, aldeia, alinha com a avenida recife e desce bem apontadinho para a pista.
a rota de hoje, eu já pousei fazendo ela, é bem emocionante, e esquisitinha, e claro, depende do vento para adotarem essa rota. o avião vem pelo mar e aponta em um espaço vazio sem edifícios, ali em boa viagem, acho que é em cima do parque dona FEIÚ, aquelas horrorosas marmitas com que se roubou um monte de dinheiro da prefeitura. então o avião vem do mar, passa no vazio, e aponta para a pista do aeroporto.
e ali na praia de boa viagem, hoje, ficava vendo os aviões vindo do nada, do mar, de repente, e avançando em direção aos edifícios, um simulacro do 11 de setembro até, e desaparecendo entre os edifícios.
depois de um tempo na areia, depois de um tempo na calçada olhando o mundo, dei uma grande circulada pela ciclovia, indo de uma ponta a outra e voltando e indo.
por fim, segui para o cais zé estelita, viaduto das cinco pontas, marco zero, ponte maurício de nassau e o caminho de sempre de voltar para casa depois do trabalho.
números:
distância de hoje = 64 km
velocidade média = 20,40 km/h
vel máxima = 38,30 km/h
distância acumulada de outubro = 689,70 km
total do odo = 9.861,0 km.