Na minha humilde opinião, o atual prefeito da cidade do Recife está paralisado desde o dia em que tomou posse, no primeiro dia de janeiro deste ano. Seis longos meses se passaram, cento e oitenta dias, e nada. Alguém, nesta cidade porca e prenhe de esgoto nas ruas, viu alguma calçada ser reformada ou refeita? Ah, mas a calçada é - erradamente - responsabilidade do imóvel lindeiro. Sim, então seguindo essa lei retrógrada, alguém viu algum dono de imóvel ser multado por conta de sua calçada porca? Para qualquer dessas perguntas, a resposta é não.
Pensemos, ainda, alguém viu algum meio-fio ser pintado ou repintado de amarelo? Alguém viu alguma faixa de pedestres ser pintada ou repintada de branco? Meio-fio pintado de amarelo não é bobagem. Alerta os motoristas selvagens da proibição de estacionar e - apenas na minha exclusiva e ignara opinião - todos os motoristas da Região Metropolitana do Recife são selvagens. Faixa de pedestres pintada é o mínimo para alertar os motoristas selvagens de que aquele ínfimo espaço público não lhes pertence.
Ora, imagine se a Prefeitura do Recife não tem um estoque de latas de tintas esquecido em um de seus incontáveis depósitos de bugigangas e restos. É óbvio que tem. E funcionários sobrando e coçando o saco que poderiam sair às ruas na execução das pinturas. Imagine, ainda, que o referido atual prefeito sentou em sua cadeira no primeiro dia deste ano e não perguntou nada a ninguém, não forçou seu cérebro limitado a pensar nada, não pisou em nenhuma das ruas da cidade, não olhou com seus olhos cegos para nenhum meio-fio, calçada ou faixa de pedestres. Provavelmente, dedicou-se apenas a "fazer política", sinônimo de não fazer nada, sinônimo de pensar em manobras e joguetes para perpetuar a si e a seus cupinchas nesse tal de "poder". Só se for "poder" de roubar, pois o "poder de fazer" não é exercido.
É extremamente fácil ver o que uma cidade necessita. Mas o prefeito teria que querer ser administrador, sair da toca e olhar a porcaria que são as ruas da cidade. Entretanto, Recife parece condenada a ficar nas mãos de incompetentes.