A mão esquerda da escuridão, Ursula K. Le Guin, 1969

A mão esquerda da escuridão, Ursula K. Le Guin, 1969, 304 páginas, tradução de Susana Alexandria, Aleph.



Excepcional história de Le Guin. Ficção científica ampla, sem a estreiteza comum nesta área. Le Guin conta uma história que trata de sexualidade, patriotismo, preconceito, empatia, amor, companheirismo, política, aventura. 

A autora criou um planeta inteiro, com seus mitos, países, costumes, tradições, geografia, clima. Um trabalho admirável. 

Diferentemente dos autores famosos e suas branquitudes, Bradbury, Asimov, Orwell e outros, um dos personagens principal é negro e outro não tem gênero definido. Sim, pois no planeta Gethen, os humanos somente assumem um gênero em determinado período do mês, o kemmer. Neste período, os humanos procuram outro ser na mesma fase de kemmer e juntam-se. O kemmering pode ser para toda a vida ou apenas naquele período. 

O romance traz, também, vislumbres sobre o misticismo e as religiões de Gethen, bem como a vida rural e urbana. Vale muito a pena ler Ursula K. Le Guin. 

Breve resumo. 

Capítulo 1. No planeta Inverno (ou Gethen), Genly Ai é o enviado da Ekumen, uma aliança de planetas. O enviado vai convidar Gethen a participar da aliança. Ele está em Erhenrang, capital do reino de Karhide; o rei se chama Argaven XV; o Ouvido do Rei, uma espécie de primeiro-ministro é Estraven; o primo do rei é Tibe; kyoremy é o parlamento do país. Os humanos do planeta não têm gênero definido.

Capítulo 2. Conta-se uma história antiga de Gethen sobre dois irmãos em kemmering (um tipo de casamento) e que foram proibidos de permanecer juntos após o parto de um filho deles. Suicídio e maldições, a história me fez pensar em Édipo Rei. 

Capítulo 3. O primeiro-ministro Estraven foi acusado de traição e expulso do país, em seu lugar ficou Tisbe. Genly Ai se encontra com o rei mas não o convence a aceitar a aliança de planetas. 

Capítulo 4. Conta-se história antiga sobre os Retiros e os Vaticínios. Como nos oráculos gregos, as respostas são dúbias. 

Capítulo 5. Genly Ai viaja pelo interior de Karhide para conhecer os Retiros e os Videntes. 

Capítulo 6. Estraven narra sua fuga para Orgoreyn. 

Capítulo 7. Notas sobre a sexualidade dos gethenianos. 

Capítulo 8. Genly Ai viaja para Orgoreyn. 

Capítulo 9. Conta a história do jovem Estraven. 

Capítulo 10. Estraven visita Genly na capital de Orgoreyn. Genly é apresentado aos políticos do país. 

Capítulo 11. Estraven medita sobre os acontecimentos envolvendo a chegada de Genly ao planeta. 

Capítulo 12. Sobre o culto à Meshe. 

Capítulo 13. Genly é traído pelos políticos de Orgoreyn e enviado para uma fazenda prisão no interior do país. 

Capítulo 14. Estraven consegue resgatar Genly da fazenda. 

Capítulo 15. Genly muito fraco. Estraven organiza a fuga dos dois para Karhide por uma região gelada. 

Capítulo 16. A odisseia de cruzar gelo, montanhas e vulcões. 

Capítulo 17. Mito sobre a criação da humanidade. 

Capítulo 18. Continua a travessia gelada. 

Capítulo 19. Conseguem chegar ao interior de Karhide. São denunciados. Estraven tenta atravessar a fronteira para Orgoreyn e é morto. 

Capítulo 20. Genly é levado para a capital de Karhide. Os governos dos dois países são substituídos. O rei Argaven aceita a aliança com o Ekumen. A nave do Ekumen desce em Karhide. Os representantes do Ekumen começam a trabalhar em prol das relações entre Gethen e os demais planetas. Genly visita a família de Estraven.