Felicidade clandestina, Clarice Lispector, 1971

Felicidade clandestina, Clarice Lispector, 1971, 160 páginas, Rocco. Início: 18/05/2021 – Fim: 19/05/2021. Nota 2 (Regular).


Livro bem rápido de ler, contos curtos, uns poucos memoráveis, alguns bem fracos. O livro dá a impressão de ter sido alinhavado entre textos esquecidos nas gavetas – apesar dos dois ou três contos mais marcantes, que fazem valer a pena a leitura do livro.

Resumo dos contos.

Felicidade clandestina. Uma menina no Recife anseia pelo livro “Reinações de Narizinho” que uma amiguinha prometeu emprestar. Ótimo conto, o amor aos livros, a ansiedade por ter em mãos um livro desejado; é bom ouvir sobre Monteiro Lobato sem esse olhar torto atual. 

Restos do carnaval. Uma menina no Recife anseia pelos três dias de carnaval, embora para ela o carnaval é olhar o carnaval da porta do sobrado onde mora. Até que um certo domingo de carnaval, ela consegue uma fantasia de papel crepom. Muito bom. 

Come, meu filho. Criança tenta enrolar a mãe para não comer. 

Perdoando Deus. Mulher em Copacabana passa por uma epifania que é cortada abruptamente. 

Com anos de perdão. Menina que rouba rosas e pitangas. 

Uma esperança. O inseto verde que entra na sala da casa da narradora. 

A criada. Observação de uma jovem empregada doméstica ensimesmada. 

Menino a bico de pena. Um bebê, sua completa dependência da mãe, suas tentativas de comunicação. Muito bom. 

Uma história de tanto amor. Uma menina que amava muito suas galinhas. 

As águas do mundo. As sensações de uma mulher ao entrar no mar, isolada, mal nasce o dia. 

Encarnações involuntárias. Uma mulher que exerce o mimetismo compulsoriamente. 

Duas histórias a meu modo. Fraco exercício de escrita no qual a autora reconta uma história de outro autor. 

O primeiro beijo. Garoto conta à primeira namorada como foi seu primeiro beijo, sutil descoberta da masculinidade.